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Pesquisa: mulheres gastam 11% menos com juros do que os homens

Saiu no site FINANÇAS FEMININAS:

 

 

Veja publicação original: Pesquisa: mulheres gastam 11% menos com juros do que os homens

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Por Gabriella Bertoni

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É bem comum ouvirmos que nós, mulheres, somos gastadoras por natureza. Somos alvo de piadas machistas quando o assunto é comprar e a situação piora em relação ao cartão de crédito. Para desconstruir o senso comum preconceituoso, uma pesquisa da plataforma de empréstimo Just revelou que as mulheres gastam 11% menos do que homens em juros e parcelas.

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O levantamento foi feito com cerca de 114 mil pessoas em todo o Brasil. Em média, as mulheres costumam desembolsar R$ 356,24 com despesas financeiras, enquanto os homens gastam R$ 402,16. O estudo considerou desde dívidas de cheque especial até financiamentos imobiliários e empréstimos.

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“A renda pode ser um fator que explica parte do resultado. O fato de elas ganharem menos do que eles – 75% da renda masculina, segundo o IBGE – pode impactar o resultado em diferentes aspectos: tanto técnicos quanto comportamentais. A renda menor implica em menos acesso ao crédito, já que este é um dado que a maioria das instituições consideram na hora de fornecer o limite do cheque especial, do cartão de crédito ou mesmo conceder empréstimos”, comenta Bruno Poljokan, diretor da Just.

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Além disso, em termos comportamentais, a mulher está cada vez mais empoderada em relação ao dinheiro. Muitas vezes, vem dela a principal fonte de renda da família. “A renda menor pode incentivá-las a serem mais controladas, diferentemente do que diz o estereótipo, e ponderadas na hora de tomar crédito”, ressalta Poljokan.

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Por que os homens gastam mais?

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De acordo com Poljokan, itens mais caros, como moto e videogame, estão entre os motivos para os homens gastarem mais. Com isso, o comprometimento deles com o crédito é elevado. Para arcar com esses custos, eles buscam limites e empréstimos maiores e, consequentemente, pagam mais juros.

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Para ele, o orgulho pode explicar a diferença entre os grupos. “Infelizmente, é muito comum o homem se endividar e não querer pedir ajuda, e até esconder a situação da família e companheira. E quanto mais tempo demora para tomar uma atitude, maior se torna a dívida. Obviamente, são suposições gerais que não se aplicam a todas as pessoas.”

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Idade é fator importante na hora de gastar

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A porcentagem de quanto as pessoas pagam de juros e parcelas muda de acordo com a idade. Até os 20 anos, as mulheres costumam gastar R$ 99,06, enquanto os homens desembolsam R$ 110,14, uma diferença de 10%. O ápice é entre pessoas de 40 e 50 anos. A diferença chega a 17%, com elas custeando R$ 626,53, contra 759,12 deles.

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cartao-credito

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A situação se inverte a partir dos 60 anos, quando os homens (R$ 1.089,63) passam a gastar 5% a menos do que as mulheres (R$ 1.147). “A suposição é que, conforme a pessoa envelhece, ganha responsabilidades e forma família, as obrigações e necessidades aumentam e faz com que ambos os sexos contraiam mais dívidas”, pontua Poljokan.

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“Cansei de pagar juros. Agora tudo vai para a planilha”

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Contas pagas em dia, planilha de gastos super controlada e não contar com cheque especial é a realidade da funcionária pública Katia Vieira Almeida, 46 anos. Hoje, ela só faz compras que cabem no orçamento e evita os longos parcelamentos com juros. De acordo com a pesquisa, ela faz parte do grupo com maior diferença de gastos entre homens e mulheres.

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O objetivo dela é reduzir cada vez mais o consumo e, consequentemente, o pagamento de juros. “Compro estritamente o necessário. Se eu quero muito algo, olho a planilha e observo se cabe na próxima fatura. Se não couber, ligo o botão de alerta e espero mais um pouco”, conta.

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Mas nem sempre foi assim. Quando teve seu primeiro cartão de crédito, há 23 anos, a única noção financeira que tinha era olhar para sua conta bancária e achar que podia gastar todo o seu dinheiro. Com o tempo, passou a comprar mais do que podia e aconteceu o inevitável: juros do rotativo e cheque especial. Passou anos endividada, até precisar de ajuda dos pais para quitar tudo.

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“A falta de educação financeira do brasileiro, em uma fase anterior ao ingresso no mercado de trabalho, faz com que o adulto tenha que aprender com tentativas e erros a maneira como o mercado funciona e como se utiliza os produtos financeiros”, assinala Poljokan.

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Após 10 anos sem utilizar nenhuma linha de crédito, Katia voltou a fazer compras com o cartão de uma forma muito mais consciente e respeitando os limites do seu salário. “Hoje controlo mais, pago sempre a fatura fechada e jamais, em hipótese alguma, me deslumbro com o meu limite. Voltei a usar o cartão de crédito de forma muito mais controlada e cancelei o cheque especial. Só assim consegui controlar minhas finanças”, conclui.

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Fotos: Fotolia

 

 

 

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