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‘Comecei a enxergar com os olhos da carne. Antes eu via apenas com os olhos da fé’, diz idosa que aprendeu a ler e escrever aos 71 anos

Saiu no site G1:

 

Veja publicação original:  ‘Comecei a enxergar com os olhos da carne. Antes eu via apenas com os olhos da fé’, diz idosa que aprendeu a ler e escrever aos 71 anos

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Aposentada emocionou a turma da escola com a sua biografia escrita em uma das atividades.

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infância foi curta. Aos sete anos, ela precisou trabalhar na roça para ajudar em casa e acabou deixando de lado a pureza de ser criança, inclusive perdendo o direito de aprender a ler e a escrever. Hoje, aos 71 anos, dona Normália de Souza dos Santos recuperou o tempo perdido e passou a enxergar o mundo de forma diferente.

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“Comecei a enxergar com os olhos da carne, antes eu via apenas com os olhos da fé. Agora eu não perco mais o ônibus nenhum por não saber ler”, comemora a aposentada.

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Normália é de Contendas do Sincorá, no interior da Bahia, e mora em Curitiba. Mãe de sete filhos, atualmente ela emocionou os colegas da Escola Municipal Bela Vista da Paraíso, no bairro Santa Cândida, com a sua biografia escrita durante uma das atividades.

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“Quem não sabe ler tem olhos, mas não enxerga”, disse a aposentada, que estuda em uma turma da Educação Jovens e Adultos (Eja), no período noturno.

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A turma é formada por 25 homens e mulheres com experiências de vida parecidas, conforme a Prefeitura de Curitiba.

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De acordo com a professora Iolanda de Lourdes Porto, dona Normália é muito querida pelos alunos e tem 100% de frequência, além de ser muito estudiosa. “A disciplina preferida é matemática, mas também adora declamar poesias”, conta.

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Além de perder o ônibus por não saber identificar o letreiro, a aposentada conta que via as pessoas lendo as bíblias na igreja e que ela sempre sonhava em fazer o mesmo. “Hoje eu consigo, leio e entendo os versículos e isso é maravilhoso”, comemora.

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Os sete filhos de dona Normália são formados e todos estudaram na mesma escola onde hoje ela é aluna. Foram eles que a incentivaram a encarar o desafio.

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Conforme a prefeitura, atualmente 53 escolas municipais ofertam turmas na modalidade EJA Fase I (1º ao 5º ano) e atendem a 1,4 mil estudantes na capital. Em seis delas, os estudantes podem usar as salas de acolhimento, que são espaços onde filhos e netos podem ficar enquanto os pais ou avós estudam. As crianças são cuidadas por profissionais da educação e envolvidas em atividades de lazer.

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As matrículas nas turmas da EJA podem ser feitas em qualquer período do ano. Os interessados devem procurar a escola mais próxima de casa para orientação ou o Núcleo Regional de Educação.

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Para fazer a matrícula é necessário apresentar identidade, comprovante de residência e histórico escolar, se tiver.

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