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Auxiliar técnica do JF Vôlei fala sobre a participação das mulheres nas equipes masculinas

Saiu no site TORCEDORES

 

Veja publicação original: Auxiliar técnica do JF Vôlei fala sobre a participação das mulheres nas equipes masculinas

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A auxiliar técnica do JF Vôlei, Fernanda Brandão, 26, é a primeira mulher que ocupa este cargo na equipe de Juiz de Fora. Na temporada 2010-2011, Liliane Aranda realizou um feito similar, integrando a comissão técnica do clube da Universidade Juiz de Fora (UFJF) na função de analista de desempenho.

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Fernanda é natural de Vassouras, município do estado de Rio de Janeiro, e começou desde pequena a se envolver com o seu esporte favorito: o vôlei. “Aos dez anos de idade, comecei a jogar vôlei. No Ensino Médio, eu ajudava de forma voluntária uma escolinha de vôlei para crianças no Colégio Santos Anjos. Então já estava decidido que iria cursar Educação Física, assim conseguir ingressar na UFJF em 2010 e desde o início busquei o conhecimento e a interação com a modalidade poliesportiva.”, relatou.

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No terceiro período, a estudante iniciou a disciplina de vôlei com o professor e diretor do JF Vôlei, Maurício Bara. Durante a graduação, Fernanda fez estágio no clube Bom Pastor, local que funciona uma escolinha de vôlei, trabalhou na área de estatística da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) na temporada 2011/2012 e realizou todos os cursos de extensão que o docente proporcionou aos alunos ao longo do curso. Além disso, a monografia foi direcionada a equipe que representa a instituição em competições nacionais e de forma profissional.

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O primeiro contato com o JF Vôlei dentro da quadra também foi de forma voluntária, ajudando na limpeza e reposição de bolas em uma competição estadual. “Atuei como boleira no campeonato mineiro: limpando a quadra, pegando bolas e executando outros serviços de auxílio durante os jogos em casa na quadra da Faculdade de Educação Física (FAEFID).”, declarou.

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Em um único momento distante do esporte, Fernanda realizou um intercâmbio, através do programa governamental de pesquisa denominado Ciência Sem Fronteiras, tendo o suporte da instituição e intitulada como “graduação sanduíche”. A fim de complementar seus estudos, a estudante está fazendo o mestrado em controle de carga de treinamento, sendo o vôlei uma das suas áreas de pesquisa.

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Para este novo desafio, o Torcedores realizou uma entrevista exclusiva com Fernanda Brandão. A nova auxiliar técnica do JF Vôlei para a temporada 2018/2019 fala sobre o novo cargo, o envolvimento das mulheres no vôlei masculino, entre outros assuntos.

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Torcedores: Em sua opinião, o que deve ser atribuído ao cargo que você exerce, para que possa ser classificado como um bom profissional?

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Fernanda: O estudo é a base de tudo. A paixão pelo esporte e por aquilo que faz, além de relacionar com o máximo de pessoas possíveis para ser reconhecido.

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Torcedores: Lilian Andrada foi analista de desempenho do JF Vôlei e a primeira mulher a integrar a comissão técnica da equipe local. Você buscou conhecimento deste feito? Teve conhecimento com ela?

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Fernanda: Não tive muito contato com ela, nem da sua função exercida na equipe. Porém, sei do seu envolvimento com o voleibol.

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Torcedores: Como é trabalhar em uma área desportiva com predominância masculina?

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Fernanda: Para mim é tranquilo, natural. Eles (homens) têm respeito comigo.

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Torcedores: Como você ver a participação das mulheres em jogos do JF Vôlei?

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Fernanda: As mulheres vão mais às arquibancadas como família. Sentem mais tranquilas em ver os jogos aqui na quadra da Faculdade de Educação Física (FAEFID/UFJF). O público feminino nesta modalidade esportiva é mais presente, pois tem uma cultura diferente do futebol, que existe torcida organizada nos clubes. Além disso, dificilmente você vê xingamentos para os jogadores e juiz.

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Torcedores: Que futuro você enxerga para profissionais mulheres no vôlei masculino?

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Fernanda: Vejo a maior inserção de mulheres no vôlei. Tenho como referência a técnica da dupla masculina brasileira Bruno Schmidt e Pedro Solberg. Letícia Pessoa, e a comandante da seleção chinesa de vôlei feminino, Lang Ping.

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Torcedores: Quais fatores que dificultam as mulheres a chegarem a cargos superiores no vôlei?

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Fernanda: O machismo, o preconceito, a cultura do esporte e a logística. Por exemplo, o clube deve pagar mais um quarto para uma mulher se hospedar em um hotel junto com a comissão técnica e os jogadores.

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Torcedores: Além de auxiliar técnica, você está responsável por trabalhar nos núcleos de base do JF Vôlei. Quais as suas projeções com mais uma importante função?

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Fernanda: A minha prioridade é o trabalho com o núcleo. Nele, difundo a modalidade nas escolas e auxilio na formação das crianças. Não é nosso objetivo detectar talentos, mas caso algum dos participantes se sobressaia vai para a categoria de base se formar. Aliás, seria um sonho e gratificante um aluno sair do núcleo e seguir para o JF Vôlei.

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Torcedores: Você acredita que uma mulher a frente de um cargo como seu no núcleo traz algo de diferente para o esporte? Há alguma outra pretensão além da difusão da modalidade esportiva nas escolas?

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Fernanda: A mulher tem outro olhar, uma recepção diferente e um maior cuidado com os atletas. Além de levar o conhecimento do vôlei para as escolas, nosso desejo é trazer as crianças para a quadra da UFJF em dias de jogos do JF Vôlei, no intuito de terem um contato mais próximo com a modalidade e os atletas.

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Torcedores: Você pretende ser técnica algum dia?

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Fernanda: Não posso descartar nenhuma possibilidade de trabalho no vôlei. Estar envolvida com este esporte me faz feliz, seja em qualquer função. Não precisa ser necessariamente técnica ou como profissional.

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Torcedores: Há a possibilidade de se criar uma equipe feminina do JF Vôlei algum dia?

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Fernanda: Creio que algum dia isso possa acontecer sim, porém criar uma equipe exige investimento e recursos para tal feito.

 

 

 

 

 

 

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