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50% DOS FEMINICÍDIOS SÃO DE HOMENS QUE NÃO ACEITAM SEPARAÇÃO, DIZ ESTUDIOSA

Saiu no site AGÊNCIA PATRÍCIA GALVÃO

 

Veja publicação original:  50% DOS FEMINICÍDIOS SÃO DE HOMENS QUE NÃO ACEITAM SEPARAÇÃO, DIZ ESTUDIOSA

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Metade dos feminicídios do Brasil são cometidos por parceiros ou ex-parceiros que não aceitam o pedido de separação da vítima. A afirmação é da pesquisadora Lourdes Bandeira, professora do departamento de Sociologia da UnB (Universidade de Brasília), que tem uma pesquisa em andamento, analisando 2 mil casos de feminicídios ocorridos entre 2015 e 2018. O levantamento será divulgado em março de 2019.

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Por Camila Brandalise

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“As mulheres são vistas como propriedade sexual do homem. O assassino sente que tem controle sobre o corpo dela e não aceita que outro homem possa se apropriar dele”, afirma Bandeira. “Não significa que todo homem é um feminicida em potencial, mas esses que matam se sentem autorizados por uma ideia coletiva de que a mulher pertence ao homem.”

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Segundo Lourdes Bandeira, outras motivações identificadas são ciúme, suspeita de adultério ou briga quando a vítima quer romper com uma situação de subordinação. “Todos os casos têm a ver com possessividade e com negar a condição de autonomia da mulher”, analisa. Em sua pesquisa, a estudiosa concluiu também que o crime acontece com, no máximo, cinco anos de relacionamento.

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“Se ela não for minha, não será de mais ninguém”

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No feriado de 12 de outubro, foram registrados quatro casos de feminicídio no Estado de São Paulo e três deles aconteceram, justamente, porque os assassinos não aceitavam a separação. Em um deles, a estudante Ellen Bandeira Rocha, 22 anos, foi morta pelo ex-namorado, Richardson Johnison Silva, 30 anos, em sua casa, com cinco tiros.

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Os dois começaram a namorar em janeiro e, em junho, ela rompeu a relação. Desde então, ele a ameaçava. Já tinha tinha tentado matá-la duas vezes, com uma faca e enforcada, até o dia que consumou o crime. Familiares relataram que o assassino de Ellen afirmava, com frequência: “Se ela não for minha, não será de mais ninguém”.

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Um crime brutal

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Ainda sobre a pesquisa, Lourdes Bandeira afirma que uma das conclusões mais surpreendentes foi perceber a brutalidade com que os feminicídios são feitos. “Vários deles são cometidos com muitas facadas, 20, 30. Também há decapitação e queima de corpo”, diz, e completa: “ou então, na presença dos filhos menores. É chocante.”

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A promotora de Justiça e integrante do Gevid (Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher) do Ministério Público do Estado de São Paulo, Fabíola Sucasas, afirma que os casos de feminicídios são marcados também por episódios anteriores de violência. “Muitas vítimas querem romper a relação justamente para sair dessa violência, mas acabam sendo mortas.”

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Segundo Fabíola Sucasas, a orientação é que, no primeiro episódio de agressão, a mulher procure um centro de atendimento à vítima de violência doméstica. “Notamos que há uma escalada de violência nos casos de feminicídio. Então, às vezes, a agressão pode ser mais do que uma simples ameaça: ela pode estar prestes a ser morta.” No caso de querer se separar, a promotora diz que o serviço de atendimento pode ajudar a mulher a pedir medidas protetivas contra o agressor.

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Outra orientação importante é ligar 180, número da Central de Atendimento à Mulher, do governo federal, que dá orientação sobre direitos e serviços públicos disponíveis para vítimas em todo o país.

 

 

 

 

 

 

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