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Primeira negra no pódio da F-1, engenheira faz apelo: ‘É importante aumentar a diversidade’

Saiu no site Terra

Veja publicação original: Primeira negra no pódio da F-1, engenheira faz apelo: ‘É importante aumentar a diversidade’.

Apesar da participação feminina em pódios ser cada vez mais frequente na Fórmula 1, somente neste em 2020, após 70 anos de história a categoria teve pela primeira vez uma mulher africana e negra em uma cerimônia de premiação de uma corrida. A engenheira de combustíveis Stephanie Travers, da Mercedes, representou a escuderia alemã na festa depois do GP da Estíria, na Áustria, no último dia 12, quando Lewis Hamilton conquistou a primeira vitória na temporada. O hexacampeão ainda indicou Stephanie como um símbolo da luta por diversidade, pois sabe que elas ainda são minoria na F-1, assim como pilotos negros no grid.

Nascida no Zimbábue, Stephanie tem 26 anos e desde o ano passado é engenheira de combustíveis da Petronas, fornecedora da Mercedes. “Na minha casa sempre foi um programa familiar acompanhar a Fórmula 1 aos domingos. Era um sonho meu trabalhar nesse meio”, contou ela em entrevista exclusiva ao Estadão por videoconferência. Mas para assumir o posto, ela precisou enfrentar uma concorrência duríssima e superar um processo seletivo de mais de 7 mil inscritos.

A vitória pessoal de Stephanie em conquistar um espaço tão difícil ganhou o reconhecimento até de Hamilton. Em publicação nas redes sociais depois daquela prova, o piloto elogiou a colega e a apontou como exemplo. “Eu só queria reconhecê-la por seu trabalho duro, positividade e paixão pelo que faz”, escreveu. A presença da engenheira no pódio se insere em um contexto de grande mudança na categoria. A Fórmula 1 lançou recentemente um manifesto para apoiar o aumento da diversidade na categoria e combater o racismo.

“É muito importante aumentar a diversidade. Eu sempre trabalhei em um meio dominado pelos homens. Acho que quando as mulheres me veem pela televisão, podem acompanhar o meu trabalho e se motivar para buscar o seu espaço também”, afirmou Stephanie. A integrante da Mercedes tem formação em Engenharia Química pela Universidade de Bradford, na Inglaterra, e fez pós-graduação no Imperial College, em Londres.

As atribuições dela durante as corridas começam bem antes dos carros irem para a pista. Stephanie costuma chegar aos autódromos na terça-feira, a três dias do início dos treinos. A engenheira e a equipe de trabalho montam um laboratório para examinar amostras de combustível e lubrificantes para avaliar minuciosamente se as substâncias atendem aos requisitos técnicos do regulamento. Os dados coletados são compartilhados com demais integrantes da Mercedes e pilotos.

Equipe dominante na Fórmula 1 desde 2014, a Mercedes costuma revezar na escolha de qual integrante recebe o troféu de vencedor após as provas. Mas a engenheira não tinha sequer expectativa. “Eu estava comemorando a vitória quando me avisaram que iria para o pódio. Fiquei chocada! Eu não sabia o que fazer nem tive tempo de avisar minha família e amigos que participaria na cerimônia. Foi um sonho representar o time. Foi uma grande conquista”, comentou.

Em 70 anos de Fórmula 1, somente nove mulheres participaram da cerimônia no pódio. A presença mais recente havia sido na abertura deste ano, quando Mercedes indicou a engenheira Holly Chapman. No ano passado mulheres receberam troféus em outras três ocasiões. Apesar da presença feminina ser tímida, Stephanie disse notar um aumento da participação nos últimos anos entre os integrantes das escuderias. Algumas mulheres ocupam até postos de comando atualmente. Claire Williams é no momento a chefe da Williams, equipe fundada pelo pai, Frank, e entre 2012 e 2017 a indiana Monisha Kaltenborn liderou a Sauber.

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