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Mãe e filha na universidade

Saiu no site FOLHA DE S.PAULO

 

Veja publicação original:   Mãe e filha na universidade

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Uma, realizando o sonho de cursar uma universidade depois de muitos anos de luta; a outra, saindo do ensino médio direto para o superior; as duas em rumo ao diploma

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Por Flávia Veloso

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A família Duarte Belo ganhou, de uma vez, duas universitárias: a mãe, Zeneida, e a filha, Giovana. Elas são as primeiras de todos os familiares a entrarem no ensino superior. Giovana tem 17 anos, e começa a cursar Administração na Unicarioca, para onde passou pelo ProUni, para o segundo semestre deste ano. Zeneida, com 39 anos, está indo para o segundo período de Serviço Social na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

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A história das Duarte Belo com o Curso Pré-Vestibular (CPV) da Redes da Maré começou com Zeneida, que trabalha na Redes desde 2010, e já havia sido aluna do CPV há alguns anos. Ela sempre quis fazer faculdade, mas faltava tempo para estudar. Em 2018, quando a filha estava concluindo o ensino médio e também queria alcançar o ensino superior, as duas começaram a frequentar juntas o pré-vestibular, e Zeneida recebeu da menina um gás para estudar para o vestibular, e o fazia nos fins de semana. Ela conta que o curso que escolheu a ajudará a desempenhar seu trabalho na Redes, com as visitas domiciliares que faz pelo território.

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Quanto a Giovana, quando entrou no CPV, dividia seu dia em três turnos: pela manhã, revisava as matérias do vestibular; à tarde, fazia seu último ano do ensino médio no Colégio Estadual Professora Maria de Lurdes de Oliveira Tia Lavor, na Ilha do Governador; e à noite, ia para o CPV. Agora que passou para a faculdade, sua rotina será de cursar a universidade no período noturno e, no diurno, e fazer um curso técnico de logística que iniciou este ano.

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Por mais que as vidas de mãe e filha agora sejam um pouco diferentes, as duas têm ideias muito próximas quanto ao CPV: o incentivo à favela aos estudos. Para Zeneida, as pessoas mais velhas precisam abraçar oportunidades como essa, e completa: “lembro que na minha sala, no pré-vestibular, a maioria era jovem, o que também é bom. Mas acho que os mais velhos têm receio de entrar, acham que não vão conseguir. Tem que ter muita dedicação, claro, mas não é impossível.”

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Giovana também expôs seu olhar sobre o CPV, dizendo que o aprendizado não vem somente dos livros didáticos: “os professores vão além do que se pede no Enem. Discutem feminismo, racismo. Muitas pessoas entram com a mente fechada, e saem muito diferentes, com menos preconceitos.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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