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O fim das compras por impulso: conheça o lowsumerism

Saiu no site FINANÇAS FEMININAS:

 

Veja publicação original: O fim das compras por impulso: conheça o lowsumerism

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Por Karina Alves

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Sabe quando você vai ao shopping com a intenção de comprar um chinelo e sai de lá com dois chinelos, um pacote com três meias e um tênis novo? Pois é, são as famosas compras por impulso. Se alguém te perguntar o motivo, você dirá que estava em liquidação, que o valor era muito barato e não dava para perder ou que o modelo de tênis é o lançamento que você ficou apaixonada quando viu na TV.

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Uma outra pergunta, no entanto, pode gerar algumas reticências na resposta: essas compras adicionais eram realmente necessárias? Aliás, dê uma avaliada em tudo que você comprou de novo no último mês, de alimentos a roupas, passando por eletrônicos. De tudo que você desembolsou, o que realmente era necessário?

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Inicialmente, você pode estar pensando que essa reflexão sobre consumo não tem propósito, mas se engana se estiver encarando a questão desta maneira. Muito mais do que pensar na preservação do seu próprio bolso, estamos falando sobre o estilo de vida e a cultura na qual estamos inseridas, que muitas vezes nos blinda do bom senso para discernir aquilo que precisamos do que nos fazem crer que é necessário.

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A empresa Box 1824, especializada em pesquisas de tendências de comportamento e consumo, lançou uma campanha chamada “The Rise of Lowsumerism”, que na verdade consiste em incentivar uma onda contrária ao consumismo. Em vez do excesso e da posse, a corrente prega um estilo de vida mais consciente, preocupado com o meio ambiente e focado em alternativas que substituam o que nos é oferecido na propaganda.

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Para entender melhor a importância do projeto, a empresa elaborou um vídeo mostrando como o consumo, na forma como se dá atualmente, foi construído ao longo dos anos. A recapitulação é mais do que válida para entender alguns comportamentos que simplesmente não fazem sentido, como a compra que citamos no início deste post.

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No fim do século XIX, com a revolução industrial, houve um incentivo para o aumento do consumo com o crescimento da demanda. Para que as indústrias que nasciam pudessem expandir, era preciso que as pessoas consumissem em larga escala. Essa expansão foi facilitada a partir da década de 1920, com o surgimento da indústria de crédito, a expansão do mercado de marketing e publicidade e o nascimento da mentalidade “compre agora, pague depois”.

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O desejo por consumir cada vez mais foi fortalecido de forma massiva um pouco mais tarde, na década de 1950, quando o famoso “Sonho Americano” estava em seu ápice. Neste momento, a propaganda enfatizava cada vez mais que o trabalho árduo seria compensado por uma bela casa em um bom bairro, um carro na garagem e uma família feliz.

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A década de 1980, no entanto, trouxe um outro propósito que impulsionou ainda mais o consumo: a individualização. Os mercados começaram a perceber necessidades diferentes para os diversos tipos de público e a propaganda passou a ser mais focada na ideia de individualização e exclusividade. Neste momento, houve um investimento maior em explorar nichos e público-alvo.

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Já na década de 1990, houve uma tentativa frustrada de alertar a sociedade para os impactos ambientais do consumo em larga escala, mas o alerta foi ignorado. A combinação do aperfeiçoamento dos métodos de produção em larga e escala e mão de obra barata fizeram a oferta aumentar muito. Vivemos o momento em que tudo tornou-se descartável. Uma mentalidade que facilitou o aumento do consumo sem o uso do bom senso. De acordo com a empresa de pesquisa, somente nos últimos 30 anos, um terço dos recursos naturais do planeta foram destruídos.

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Já neste século, a ideia de economia compartilhada passou a ser difundida com mais vigor. O foco é prover acesso, em vez da posse. Uma alternativa para fugir das compras por impulso é buscar feiras de trocas ou bazares – como Recloset, que é um evento onde a intenção é testar uma nova forma de economia regenerativa, proporcionando a opção de reciclar o armário sem comprar nada.

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Em todo caso, isso não é suficiente para conter o nosso ímpeto em consumir. Tendo em vista tudo que foi explicado, a proposta da campanha é rever os motivos que te levam a comprar. Antes de deixar-se seduzir por uma liquidação com enormes etiquetas vermelhas, pense bem: você realmente precisa deste produto? Você pode pagar por ele? Qual a origem deste produto? Qual o impacto essa compra pode gerar ao planeta? Você realmente quer levar isso para casa ou está sendo persuadida pela propaganda?

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O vídeo tem apenas dez minutos, mas com um conteúdo rico e indispensável. Vale a pena assistir e refletir mais sobre o excesso de valor que damos a bens materiais.

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Fotos: Fotolia

 

 

 

 

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