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Maternidade Compulsória e Solidão Materna

SAIU NO SITE TODAS FRIDAS:

Quando uma mulher engravida, todos a sua volta comemoram, menos ela. Mesmo que seja planejado, várias coisas passam pela cabeça da mulher, desde medo, tristeza e felicidade.
Quando o bebê nasce todos fazem visitas, levam presentes, pegam no colo e dão conselhos (palpites). A mulher chega a se sentir um pouco acolhida. Um pouco. Nos primeiros dias parece que tudo vai ficar bem.
“Você está precisando de alguma coisa?”

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“Está tudo tranquilo, muito obrigada”
“Pode ficar tranquila(o)”
E os meses vão passando, as pessoas disponíveis vão diminuindo, já que sempre tudo está tão “tranquilo”.
A cobrança da sociedade em cima da mulher para que ela exerça a maternidade sem auxílio é gigante. A mulher sente necessidade de conseguir tudo sozinha, então nega qualquer ajuda. Nega qualquer acolhimento. Maternidade compulsória diz respeito principalmente a mulheres que tiveram filhos e como consequência sua vida totalmente invadida por pessoas que sabem muito, falam muito e pouco fazem.
Costumo relacionar diretamente a Maternidade Compulsória a Solidão Materna. Com a necessidade de se mostrar eficiente como mãe a mulher se afasta das pessoas para se conectar com sua nova vida. Ao fazer isso as pessoas respondem com mais afastamento.
Ouço diariamente coisas como: você me surpreendeu, eu não imaginava que você seria tão boa mãe.
Aposto que a maioria das mães já escutaram esse “elogio”. A verdade é que nós não tivemos escolha. Não tivemos outra opção.
Tenho certeza que está pensando “Mas se ofereceram ajuda no começo, a mãe podia ter aceitado”. Não. Não podíamos. Maternidade é estar entre a cruz e a espada. Ter de um lado ajuda de amigos, familiares e com isso manter a sanidade mental, e como consequência o julgamento de todos por não exercer a maternidade da forma “correta”, se doando única e exclusivamente para o bebê. Do outro lado temos elogios sobre quão boa mãe és. Como é prestativa e consegue manter tudo, casa, emprego e o filho, e de presente o desgaste emocional sem fim.
As pessoas se afastam porque acreditam que mães são seres intocáveis e não-divertidos. Que mulheres com filhos não podem sair para passear e deixar a criança com o pai, porque “mãe é mãe”, não é mesmo? As pessoas desistem de mães, esquecem, abandonam.
Mães têm que lidar com a Maternidade Compulsória seguida de Solidão Materna.
É pesado, é triste, é cansativo, por isso, se você tem uma amiga que acabou de parir, ou já tem filhos, telefone para ela. Procure, leve-a para tomar algo, mesmo que seja um café. Inclua ela na sua vida e queira permanecer na vida dela, porque eu garanto: essa é a maior vontade que ela tem. Ela só não te fala porque a sociedade a obriga aguentar tudo sozinha.

25 anos, mãe, casada. Entrei para a política no ano de 2016 e estou muito realizada podendo ajudar mulheres e crianças de mais formas. Sou feminista Radical, acredito que gênero seja hierarquia e preciamos abolir o mesmo.

 

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