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Mãe (in)comum | Como ser mãe e namorar?

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:

 

Veja publicação original: Mãe (in)comum | Como ser mãe e namorar?

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Por Laura Ancona

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Na coluna Mãe (in) Comum, a diretora de redação Laura Ancona fala sobre as ansiedades e a logística de namorar depois de ser mãe

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Junho é o “mês dos namorados”, só se fala nisso (mais que na Copa) e, como se a data já não fosse suficiente pra gerar mil ansiedades, principalmente em quem não tem namorado, pra nós, mães, pode ser ainda pior. E não digo apenas para mães separadas, como eu. Mesmo quando ainda era casada, uma de minhas maiores dificuldades – e isso acontece com 100% das mães que conheço – era encontrar tempo pra ser um casal. Provavelmente melhora conforme os filhos crescem e vão chegando perto da adolescência (I hope so), mas com dois nenês em casa, olha… é duro.

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Duro porque minha prioridade absoluta são eles, trabalho um monte, viajo idem, então se tenho um tempo off, ele é de Raul e Teresa. Sempre. Recentemente fui promovida, o que me deixou com os dias mais curtos. Precisei fazer escolhas difíceis, entre elas também a de treinar menos (em sete anos lutando kung fu, é a primeira vez que faço isso – e olha que não deixei de me exercitar nem na gravidez ou no puerpério). Tenho visto pouco os amigos e namorado menos do que gostaria. Não que ache isso certo ou errado. É como se deu pra mim. Sei que minha realidade é diferente de muitas outras mães, então posso falar apenas sobre o que vivo e o que vejo amigas que têm vidas parecidas com a minha viverem.

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Dito tudo isso, não é o fim da linha. Como diz um amigo, “se organizar todo mundo transa”. Pra ele, uma piada. Pra mim, como funciona. Organização é chave de tudo na vida de mãe-de-gêmeos-diretora-de-revista-separada. Perde-se espontaneidade, mas fazer o quê? Não dá pra ter tudo, e aquela vida de antes da maternidade não existe mais (nem vai existir – e tudo bem). Quando consigo sair, não quero nem saber de paquerar, só rever pessoas queridas e tirar o atraso nos assuntos da vida. Pode acontecer, mas não é prioridade. Também não tenho paciência pra aplicativo de namoro. Sei que um monte de gente adora, que bom, mas não consigo, me sinto comprando comida num catálogo. O que me resta? Pessoas que me conhecem e sabem o que funciona comigo. Meus dates são old school: amigos-de-amigos; gente que reencontrei nas mídias sociais (flerte nos stories, quem nunca?); encontros fortuitos na rua, sem querer.

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Mas como nada é como antes (ainda bem!), achei que no geral ficou mais fácil, viu? Porque uma das coisas mais valiosas que a maternidade me ensinou foi administrar melhor meu tempo e minhas prioridades, e isso inclui não me contentar com pouco em relacionamentos, sejam quais forem eles, fugazes ou duradouros. Então boy, pra entrar na minha vida, tem que ser legal-de-verdade. Entender que tenho filhos no sentido mais amplo – não cobrar 100% de atenção, saber que fico cansada, tentar se encaixar nos meus horário e vice-versa –, ser divertido, inteligente, ter gostos parecidos e principalmente não ser boy-lixo (ou se enquadra, ou cai fora). Se também for pai, que bom, porque eventualmente (se a relação amadurecer), ainda dá pra juntar os rolês – adoro uma bagunça, assumo. Pode parecer muito (será? Não seria isso o mínimo?), mas pra ter menos, prefiro estar sozinha. Ou melhor, só com meus pequenos.

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Aí entra a logística. Tem as noites e os finais de semana em que estou com as crianças, que são muitos, e neles mexo pouco, a não ser em casos excepcionais. Às quartas, dia em que ficam com o pai, é “date night” com amigos ou namorado. Ou os dois juntos. Nos sábados, domingos e feriados que estou sozinha, o tema é livre. Tem muita exposição, cinema, bar, restaurante, viagem, sono e namoro. Ando numa fase de descobrir brunches por São Paulo, e começar o dia bem devagar, sem muitos planos.

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E tem aqueles dias que são só meus, de encontros comigo mesma, de fazer terapia vendo série de TV ou lendo sci-fi. Como nessa manhã fria de sábado, em que escrevo esta coluna deitada embaixo do meu edredom de mil fios, ainda de pijama, tomando um balde de café na cama, depois de acordar sozinha às 11h30 porque ontem saí para beber com uma amiga #girlboss, também mãe, também separada. Confesso que, pós-maternidade, esse é meu tipo de namoro preferido. Pensando bem, taí um date que não abro mais mão.

 

 

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