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Linn da Quebrada: ‘Minha música é feitiço, manifesto, denúncia e ponte’

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Veja publicação original: Linn da Quebrada: ‘Minha música é feitiço, manifesto, denúncia e ponte’

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Linna Pereira, a Linn da Quebrada, fala em entrevista sobre corpo trans, construção de identidade e carreira

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Linna Pereira, 27 anos, é atriz, cantora, compositora e ativista. Referência no movimento trans, teve a sua história contada no documentário Bixa Travesty, que em fevereiro deste ano foi premiado no Festival de Berlim. A obra, dirigida por Claudia Prisicilla e Kiko Goifman, venceu na categoria apelidada de “Urso de Ouro LGBT”.

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Nascida na periferia de São Paulo, passou grande parte da infância e da adolescência nas cidades de Votuporanga e São José do Rio Preto, no interior paulista. Durante esses anos, frequentava uma congregação da Testemunha de Jeová. “Eu aprendi muitas coisas dentro da congregação, principalmente sobre o sentido de comunidade. Eu lembro que eles eram uma família para mim. O grande lance foi que quando eles descobriram que eu não gostaria de ser exatamente o que eles esperavam que eu fosse, fui expulsa”, diz. Após esse episódio, voltou para a capital e iniciou a carreira como artista.

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Autora de canções como “Bixa Preta”, “Enviadecer” e “Mulher”, a artista diz que encontrou no funk e no pop uma forma de produzir novas realidades. Ela explica que utilizava a repetição dos refrãos para trabalhar questões ligadas à autoestima. “Eu vejo a minha música como algo que me conecta a mim mesma, como um feitiço, como um manifesto, como denúncia, como ponte. É algo que me conecta com outras pessoas”, diz Linn.

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Ao se apresentar ao mundo como “terrorista de gênero”, Linna Pereira busca quebrar padrões enraizados pela cisgeneridade. “Por muito tempo foi dito que eu nasci no corpo errado. Agora chegou o momento de eu dar um novo sentido ao meu corpo”, afirma.

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Essa forma de se relacionar com a sua identidade de gênero atraiu seguidores que se identificam com a figura que a artista representa. “A música tem poder de produzir memória, de contar história, poder de produzir um novo imaginário social, novas possibilidades. Quando comecei a fazer música, passei a acreditar na minha própria existência, acreditar que meu corpo era possível”, explica a artista. Quando questionada sobre como se relaciona com quem vai aos seus shows, ela não hesita em afirmar que se identifica com a plateia. “Eu me vejo muito no meu público. Eu sou fã da Linn da Quebrada”.

 

 

 

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