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Segurança de shopping chama cantora de “As Bahias e a Cozinha Mineira” de prostituta

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE

 

Veja publicação original:    Segurança de shopping chama cantora de “As Bahias e a Cozinha Mineira” de prostituta

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Raquel Virginia questionou abordagem a adolescentes negros que estavam no local

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Por Thalita Peres

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A cantora trans Raquel Virginia, que faz parte do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira, fez um desabafo nas redes sociais que inclui machismo, racismo e transfobia contra um dos seguranças do shopping Bourbon, localizado na zona oeste de São Paulo, na noite de quinta (08).

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Ela contou com exclusividade à Marie Claire o que aconteceu. “Fui até o shopping Bourbon para comprar algumas coisas para uma estreia que faço hoje quando me deparei com a cena horrorosa: um grupo de adolescentes negros, cinco meninos, com um monte de segurança em volta. Perguntei o que tinha acontecido e os seguranças me disseram que uma loja havia reclamado da presença deles. Interrompi dizendo que os guardas não podiam mantê-los ali e consegui levá-los a outro andar do shopping”.

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Lá, encontramos um outro grupo de seguranças. Nesse momento, mais agressões verbais. Um dos guardas, que não estava uniformizado, mas se apresentou como policial, levantou o dedo para mim assim que viu que eu estava filmando. O que me deixou indignada também foi a atitude deles com os clientes e possíveis clientes do shopping e da linguagem extremanente informal que usavam, não pareciam profissionais.

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Levei os adolescentes para passear na loja e o gerente me perguntava quem eu achava que era para fazer isso e acho que a situação só não piorou porque mantive o linguajar formal com eles durante a confusão. Saindo da loja, me despedi dos meninos, pois tinha que comprar as coisas para minha estreia e foi aí que veio o xingamento.

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Enquanto passeava pelos corredores do shopping, um segurança que acompanhou a confusão ficava olhando para as sacolas, como se estivesse duvidando que eu, de fato, pudesse comprar tudo aquilo. Aí questionei: ‘pode olhar porque tenho dinheiro, sou rica, posso comprar. Tudo graças ao meu trabalho’. Nesse momento, ele me perguntou se precisava estudar muito para ser prostituta e fazer programas. Tenho certeza que foi porque eu sou uma mulher trans.

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Procurei um responsável pelo shopping, mas ele não fez nada. Só me disse que sabia que eu era cliente, que já havia me visto anteriormente no Bourbon”.

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O Grupo Zaffari, que detém o shopping Bourbon, afirmou que repudia qualquer forma de racismo ou ato discriminatório. Em nota, informou que todos os procedimentos e protocolos de abordagem a clientes estão sendo reavaliados junto à empresa terceirizada responsável pela segurança do shopping.

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Confira as postagens de Raquel Vírgina no Instagram, que conta com comentários do cantor Chico César e do empresário Paulo Borges, além de pedidos de boicote nas redes sociais do shopping.

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“Estava no  shopping Bourbon fazendo compras. Quando passo perto de um grupo de adolescentes negros com varios seguranças em volta. Ouço um deles dizer pro outro, ‘você fez alguma coisa? Não. Então já era,. Esperei alguns minutos fingindo que estava olhando vitrines e fui até um deles, pedi licença e perguntei o que estava havendo. Ele me contou que os seguranças estavam averiguando uma reclamação de uma loja. Eu perguntei pro segurança: ‘o que vcs estão averiguando?’.

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Ele me respondeu: ‘uma loja reclamou deles’. Eu perguntei: “’reclamou o que ?’. Ele me olhou com cara de “não sei”. Eu olhei para os garotos e disse: ‘podem ir, vão passear, eles não podem segurar vocês aqui, podem ir’. Nesse momento um deles me olhou e disse:  ‘valeu, tia’. Eu comecei a discutir com um dos seguranças que o tempo todo perguntou quem eu era. Eu respondi ‘uma cidadã, que paga impostos e não vai compactuar com o crime do racismo’.

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Raquel Virginia (Foto: Reprodução Instagram)

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Depois de muita discussão voltei às compras e os garotos foram passear. Ainda passeei com eles um pouco.

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Resumindo: voltei às compras. Encontrei com o segurança novamente: ele olhou minhas sacolas, por certo para saber meu poder de compra. Eu falei para ele: ‘pode olhar, sou rica, comprei bastante coisa e tudo coisa cara. Fruto de estudo e competência’. Ao que ele me disse: ‘tem que estudar pra ser puta e fazer programa?’. Peço para que vocês compartilhem e vamos pedir pra que o shopping Bourbon se pronuncie a respeito. É importante. Jamais pediria se não fosse sério.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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