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O que é a tão falada sororidade?

Saiu no site  VALOR INVESTE

 

Veja publicação no site original:   O que é a tão falada sororidade?

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Empatia? Companheirismo? Suzi Pires fala explica o significado do conceito mais falado dos últimos anos

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Por Suzi Pires

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Cara dona de si, eu sei que você, assim como eu e como todas nós, já foi vitima do “fogo amigo” de outra mulher a quem considerava amiga. Sei também que foi criada acreditando que a amizade entre mulheres precisa ser cuidadosa, pois mulheres competem e traem.

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Mas, eu gostaria de chamar todas vocês para cortar esta crença e começar a mudar a maneira que nos relacionamos com outras mulheres, principalmente no ambiente de trabalho. Antes de chegarmos à sororidade, precisamos passar pela empatia e só conseguimos sentir isso nos esforçando para olharmos o mundo de maneira diversa, desprendendo-nos da criação machista e patriarcal que não só a nossa família nos deu, mas o próprio mundo.

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Quando eu falo em criação machista e patriarcal, me refiro à crença de que nós mulheres teríamos nosso valor medido pelo status do marido que conseguíssemos abocanhar. Para tanto, nos embelezávamos e competíamos pela atenção do homem – que parecia ser perfeito – para que ele, com seu status social, nos tirasse da vida comum e nos alavancasse à uma vida rica, confortável em que nosso único dever era ser esposa.

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Foram nos salões de baile que nasceu a cultura feminina da competição. Tudo para chamar atenção de um pseudo-príncipe. Nós já vivemos tudo isso, caríssimas. Está no nosso DNA histórico. E já nos ferramos por acreditar que era isso que a vida nos reservava.

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Hoje, estamos caminhando, a passos largos, para conquistar a nossa própria estrada, abrindo picada com a mão, nos superando, precisando desacreditar de muitas coisas sofridas que nos levaram a relacionamentos abusivos e a falta de estima. chega, caríssima dona de si! Chega de acreditar que a vida é um salão de baile e que todas as mulheres estão ali para competir.

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Nós deveríamos nos admirar. Por isso, sugiro que você exercite entender me-lhor a vida daquela mulher do seu trabalho que você tem a tão famosa impli-cância. Seja pela roupa que ela veste, porque o “santo não bateu” ou porque você não curte o batom que ela usa. Aproxime-se, escute-a, entenda-a e não precisa ficar melhor amiga dela! Basta vê-la como uma mulher, que assim co-mo você, batalha diariamente para quebrar padrões sociais machistas e humi-lhantes.

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Ela também sofre. Ela também perde. Ela, assim como você, já passou por poucas e boas e continua passando. É neste momento que você começa a entrar no caminho da sororidade. Ao olhar para outra mulher como “parceira”, você está dando um grande passo em direção a sororidade. Não há necessi-dade de sermos melhores amiguinhas. Não se trata disso. Não precisa contar sua vida inteira. Basta saber enxergá-la.

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Nós julgamos umas as outras, pois esta foi a maneira que o patriarcado encon-trou de nos deixar frágeis. Agora basta. Não julgue mais nenhuma mulher. Quando estiver fazendo isso por força do hábito, apenas pare. Feche a boca e pense. Pense que ela tem seus motivos, que ela não merece o julgamento que está sofrendo e que ela, assim como você, é mais uma vítima da escória ma-chista, que não quer permitir que nem você e nem ela esteja no lugar mais alto do pódio.

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A sororidade te faz enxergar as diferenças entre você e outras mulheres e, mesmo assim, ter um convívio harmonioso e quiçá rico, entre diferentes pensamentos e atitudes. Sororidade é não aturar que uma colega sua seja inter-rompida numa reunião pelo colega homem que não a deixa falar; é não aturar ouvir a sua vizinha sendo xingada pelo marido; sua colega sendo assediada pelo chefe ou pelo professor. Sororidade é a união e a aliança entre mulheres baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum.

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Por isso, peço que você dona de si, segure seu ímpeto de dar uma chochada na coleguinha, só porque seu nível de competição é alto e também altamente ridículo. Competir é conquistar junto. Cada uma tem uma habilidade, acredite em mim. No “baile profissional” você não precisa ter a roupa, o cabelo ou o bumbum mais bonito da sala. Basta a sua competência e das outras mulheres que ali estejam. Reflita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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