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Mulheres refugiadas de Mianmar tecem novas vidas em Bangladesh

Saiu no site ONU BRASIL: 

 

Veja publicação original: Mulheres refugiadas de Mianmar tecem novas vidas em Bangladesh

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Em uma sala lotada no campo de refugiados de Nayapara, em Bangladesh, há uma concentração intensa em meio ao zumbido de máquinas de costura. Quarenta mulheres jovens trabalham duro, produzindo itens que fazem parte dos kits de higiene feminina distribuídos pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) duas vezes por ano para refugiadas em idade reprodutiva, incluindo roupas íntimas e absorventes reutilizáveis.

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Elas não só produzem itens para elas mesmas, mas também aprendem novas técnicas de corte e costura. A maioria conseguiu economizar dinheiro suficiente para comprar suas próprias máquinas de costura e trabalhar em casa depois de se formarem no projeto.

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“Este projeto dá emprego e treinamento às mulheres”, afirma Laila Banu, assistente comunitária da Technical Assistance (TAI), que administra o programa com o apoio do ACNUR.

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Mais de 688 mil refugiados foram forçados a fugir para Bangladesh desde que a violência eclodiu na região de Maungdaw, no norte do estado de Rakhine, há seis meses. Há registros de que tropas e multidões atacaram e mataram moradores e atearam fogo em suas aldeias.

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Desde o início do projeto, em 2011, mais de 600 mulheres se beneficiaram do programa que oferece às participantes três meses de treinamento, seguidos por três meses de experiência de trabalho.

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“Antes eu não sabia costurar”, conta Anwara Begum, de 30 anos, mãe solteira que foi forçada a fugir da violência em Mianmar no início dos anos 1990. “Meu marido tinha me abandonado e eu estava criando uma bebê sozinha. Hoje ela tem cinco anos. Este projeto ajudou muito.

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“Economizei dinheiro suficiente para comprar minha própria máquina e agora posso aceitar encomendas particulares. A melhor coisa é que eu posso aprender uma habilidade, ser paga e ganhar dinheiro depois.”

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Durante a experiência de trabalho, dependendo da produção, as mulheres podem ganhar até 6 mil taka (US$ 72), o suficiente para ajudá-las a entrar nos negócios.

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“Esse trabalho permite que eu ganhe dinheiro e cuide de mim mesma”, afirma Nasima Aktar, de 19 anos, nascida no campo de refugiados de Nayapara.

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“Me sinto muito bem e orgulhosa de estar trabalhando aqui. Comprei minha própria máquina e recebo encomendas de casa. Eu também ensinei minha irmã mais nova a costurar. Se eu conseguir economizar dinheiro o suficiente, meu sonho é abrir minha própria loja.”.

 

Em todo o mundo, o ACNUR trabalha com parceiros como a TAI para ajudar as mulheres a recuperar o controle de suas vidas e a melhorar sua situação econômica por meio do trabalho digno. O empoderamento econômico é um dos cinco compromissos do ACNUR para impulsionar a igualdade de gênero.

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O programa bengali foi originalmente desenvolvido para atender mulheres que foram forçadas a fugir de perseguições em Mianmar nos anos 1990. Com o enorme novo influxo de refugiados rohingya desde agosto do ano passado, há uma demanda maior por produtos de higiene, e o projeto deve se expandir.

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Obras estão sendo feitas em uma extensão do prédio para proporcionar um espaço de trabalho maior para que mais mulheres possam ser contratadas. Um projeto semelhante no campo de refugiados de Kutupalong também está sendo ampliado. O plano é que cerca de 1,2 mil jovens sejam treinadas este ano.

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Algumas das mulheres que receberam treinamento também trabalham em uma alfaiataria no campo de refugiados de Nayapara, administrado pela TAI, produzindo roupas sob medida para venda.

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Laila Banu, da TAI, diz que a geração de renda e as habilidades adquiridas são importantes, mas que o programa também ajudou as mulheres a ganhar confiança e a ter mais controle sobre suas vidas.

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“Antes, não havia oportunidades como essa para as mulheres”, disse. “Agora, elas não precisam passar o dia em casa e podem aprender novas habilidades e ganhar uma renda”.

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Ela continua: “isso é muito importante. Ajuda a melhorar o status das mulheres na comunidade. Elas sentem orgulho de si mesmas. Elas estão aprendendo sozinhas e também ajudando as outras a aprender”.

 

 

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