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Com Dominique Fishback, filme sobre líder dos Panteras Negras estreia hoje

Saiu na REVISTA CLAUDIA

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A década de 1960 foi marcante para o movimento negro nos Estados Unidos. Ganharam espaço líderes como Martin Luther King e Malcolm X, que se contrapunham ideologicamente sobre a resposta ao racismo – um defendia a necessidade da violência enquanto outro pregava atos não-violentos.

Um pouco mais de um ano após a morte de Malcolm X, era fundado outro movimento, o dos Panteras Negras. O partido, de outubro de 1966, pregava a resistência armada e fazia patrulhas para proteger cidadãos negros da polícia.

Não precisa ser especialista em História para adivinhar que logo as tensões ficaram acirradas e criou-se um embate direto entre a polícia (e as forças nacionais acima dela, como o FBI) e os Panteras. O grupo reunia pensadores, como a feminista Angela Davis, e questionava não só as estruturas sociais que mantinham negros oprimidos mas também o capitalismo, sistema que permitia o mecanismo.

Um dos jovens que ganhou destaque entre os Panteras foi Fred Hampton, que aos 20 anos assumiu a diretoria do partido em Illinois. Fred se descrevia como um revolucionário. Fervoroso na defesa de suas crenças, valores e direitos, atraía atenção e ajudava no crescimento dos Panteras.

Sua trajetória é retratada em Judas e o Messias Negro, filme que chega hoje aos cinemas. Interpretado por Daniel Kaluuya (você vai se lembrar dele de Corra!), o ativista ganha um retrato que vai além dos momentos no púlpito ou à frente das pequenas multidões que juntava. O diretor Shaka King, novato em Hollywood, se preocupou em mostrar também a faceta pessoal de Fred, que se envolve com a sensível Deborah Johnson, papel de Dominique Fishback.

Grávida de Fred, Dominique propõe ao parceiro reflexões que traziam seu olhar do macro (capitalismo e Estados Unidos) para o micro: o que será da vida desse bebê, filho de Fred Hampton, um ativista que bate de frente com as forças policiais americanas, ao nascer? Fred foi assassinado pelo FBI em 1969, aos 21 anos.

CLAUDIA conversou com Dominique, atriz americana, sobre seu papel e também sobre como a trama se relaciona com as lutas antirracistas atuais.

O que mais atraiu você quando apresentaram o projeto do filme?

Eu já conhecia os Panteras Negras. Não aprendi sobre eles na escola, só na faculdade. Conheci a história de Fred Hampton quando me juntei ao movimento estudantil negro. Eu me senti muito inspirada por seus discursos e pelo fato de sua mulher, grávida, ter se posicionado em frente à ele, como um escudo, para protegê-lo na noite do ataque policial que o matou. Eu pensei: ‘Wow, como se consegue esse tipo de amor?”.

Um pouco antes de me chamaram para o filme, eu estava escrevendo um roteiro chamado Subverted, que é sobre a destruição da identidade negra nos Estados Unidos. Como é um monólogo para eu mesma interpretar, eu estava tentando me entender e também as circunstâncias em que estou inserida.

Também estava escrevendo uma história chamada Gwendolyn e Sekou, um tipo de Romeu e Julieta encontra os Panteras Negras. Julieta é meu papel dos sonhos, mas eu não ia ficar esperando alguém me chamar pra fazer a personagem. Para escrever esse roteiro, eu li A Taste of Power, livro da Elaine Brown, que foi dos Panteras Negras. Isso me deu outra perspectiva do movimento.

Nessa época, ouvi falar que Shaka King tinha escrito um roteiro com Will Berson sobre Fred Hampton e que ele gostaria que eu interpretasse Deborah Johnson, viúva de Fred. Eu encontrei Shaka num café e ele me falou: ‘O papel é seu. Leia o roteiro e me diz o que você pensa’. Eu li e mandei um e-mail pra ele com duas sugestões.

Veja a Matéria Completa Aqui!

 

 

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