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Cassado pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro na última quarta-feira, 30, o ex-parlamentar Jairo Souza Santos Júnior , o Dr. Jairinho , controlava as mulheres com quem se relacionava usando sua influência e seu poder financeiro. Isso ficou evidente a partir da quebra de sigilo de dois aparelhos celulares e de trocas de mensagens em investigação policial, um conteúdo cujo conteúdo VEJA teve acesso com exclusividade.
Um vídeo produzido pelos investigadores durante as apurações da morte do menino Henry Borel , de apenas 4 anos, assassinado no apartamento em que vivia com Jairinho, seu padrasto, e a mãe, Monique Medeiros (ambos estão presos e são réus por homicídio triplamente qualificado e tortura da criança), mostra a troca de mensagens entre ele e uma de suas ex-namoradas. A assistente social Débora Mello Saraiva, que ainda mantinha relacionamento com o ex-vereador até depois da madrugada de 8 de março, quanto Henry foi morto, pede dinheiro a Jairinho para situações rotineiras – como abastecer o carro, fazer compras no supermercado e até mesmo comprar pia e vaso sanitário para a casa onde morava, no Engenho de Dentro (Zona Norte do Rio). Débora é mãe do garoto que foi torturado pelo ex-parlamentar um ponto de ter o fêmur quebrado em um “passeio”, conforme VEJA revelou em 2 de abril . Jairinho foi denunciado na semana passada pelo Ministério Público do Rio após investigação capitaneada pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav).
No dia seguinte à morte de Henry, às 12h07, Débora denominou ao político cassado: “Boa tarde! Preciso de dinheiro! Pode fazer pra mim? ”, Diz ela, aludindo uma transferência bancária. Em 10 de março, a amante reforça a cobrança. Jairinho responde, então, que providenciaria recursos naquela data. Cerca de 24 depois, ela reclama: “pedi sua ajuda para um monte de coisas e você cagou. Quando eu sumir, você vem atrás. Mas tá beleza. Eu não tenho dinheiro nem para colocar gasolina ”. Quatro dias após o assassinato do menino, em 12 de março, Débora se Jairinho acha caro pagar 200 reais para instalar um “gabinete” de banheiro e um vaso sanitário. Em seguida, pede dinheiro a ele para o serviço, ao que o ex-vereador responde: “Claro”. Na troca de mensagens,
Quando o caso se tornou público, no dia 17 daquele mês, a assistente social voltou a pedir dinheiro. “Jairinho, preciso de 600 reais. Pode me dar hoje? ”, Questiona. “Amanhã sem falta”, responde ele, que até aquele momento não local local a morte de Henry para uma ex-namorada. Em depoimento à polícia, Débora disse que só soube do que aconteceu por meio da imprensa.
Outra personagem demonstração depender financeiramente do político cassado: a ex-mulher e nutricionista Ana Carolina Ferreira Netto , configuras foram capturadas pelo software israelense Cellebrite, usado pelas autoridades fluminenses em quebras de sigilos de telefones. Dois dias antes da madrugada em que Henry foi assassinado, Jairinho troca mensagens com ela, que lhe diz: “Você já me ajuda muito financeiramente”. O ex-vereador, então, responde: “Vê o que é preciso comprar! Qualquer coisa posso comprar hoje! Ou amanhã! ”. O tom, contudo, nem sempre é amistoso.