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VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: Psicóloga afirma que educação familiar e machismo contribuem para aumento de feminicídios

Saiu no site PORTAL MÍDIA

 

Veja publicação original:  VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: Psicóloga afirma que educação familiar e machismo contribuem para aumento de feminicídios

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Por  Michele Marques

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Machismo, histórico de violência e cultura social de desigualdade são apontados pela psicóloga do Hapvida em João Pessoa, Joyce Pontes, como os principais fatores para a prática de feminicídio. Na última semana, quatro mulheres foram vítimas desse crime na Paraíba e a freqüência dos casos tem chamado atenção da sociedade para o assunto. A saída para combater essa prática, segundo destaca, está na educação dentro de casa e na escola, com lições de igualdade de gênero.

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“Infelizmente ocorre do agressor ou, até mesmo, a vítima vir de um lar violento e desrespeitoso, onde muitas vezes acaba presenciando a mãe ser agredida pelo pai, ou existe uma cultura machista, neutralizando, assim, o conceito de violência contra a mulher”, explica.

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Outro fator que contribui para ampliação desses episódios de violência, segundo a especialista, está intimamente ligado à cultura social do povo brasileiro, que tende colocar a figura feminina como uma espécie de anexo de propriedade do homem, um objeto de prazer do qual se tem posse.

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“Existem crenças que são impostas, como a ideia que o papel da mulher é estar ao lado do homem independentemente da situação e, caso ocorra o contrário, há uma hostilização social, fazendo com que a mulher se enxergue como incompleta e, dependendo do contexto do indivíduo, essas situações podem acabar reforçando a probabilidade da existência desses casos”, pontua a psicóloga.

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Ela explica que o feminicídio é um tipo de crime de ódio que tem por base a questão de desigualdade de gênero, que resulta no assassinato da mulher. Contudo, distúrbios psicológicos também podem estar entre as causas que levam o indivíduo a praticar crimes de violência contra mulher. Mas, segundo informa Joyce Pontes, cada caso deve ser avaliado de forma individual.

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“Existem alguns fatores que podem estar associados como o histórico de vida do indivíduo, tendo ele comportamentos violentos com a mulher, filhos, outros familiares e até pessoas próximas. O fato de o indivíduo ter algum tipo de patologia mental pode também estar relacionado, assim como o uso excessivo de álcool e drogas. Não necessariamente todos os casos teriam relação, vai depender muito do contexto”, explica.

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Saídas – A especialista afirma que nem tudo está perdido e que a educação, seja no ambiente familiar ou escolar, pode contribuir para formação de homens que fujam das estatísticas de agressores de mulheres. “Costumo dizer que a educação por meio do diálogo é a maior aliada para todos os casos. É importante que a conversa no intuito de minimizar os casos de feminicídio devem ocorrer desde cedo, sendo ela voltada para coletividade, o respeito e a igualdade de gênero”, afirma.

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No âmbito escolar, Joyce destaca a importância da criação de programas de conscientização dos papéis e direitos do indivíduo na sociedade. “Ações educativas que visam fortalecer a autonomia das mulheres – no caso de violência contra a mulher –, que tanto pode ser física, como verbal e também psicológica; mostrando como denunciar, procurar ajuda e quais os serviços disponíveis; esclarecendo como funciona a Lei Maria da Penha e, principalmente, alertando estes alunos sobre a diferença entre amor e ciúme excessivo, que é o sentimento de posse”, destaca a especialista.

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A psicóloga explica, ainda, que existe a possibilidade de o agressor voltar a não cometer crimes. Porém, para que isso ocorra, o indivíduo precisa assumir e reconhecer o erro. Além disso, deve partir dele o desejo de mudança. “Nesses casos o sujeito pode contar com uma ajuda terapêutica que pode intervir no sentido de desmitificar e desnaturalizar o ato de violência e, dependendo do contexto, trabalhando as possíveis causas”, esclarece.

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Dados – Os episódios de violência contra a mulher têm se tornado uma constante na Paraíba. De janeiro a março deste ano um total de 1.016 inquéritos foram instaurados na delegacia da mulher. Esses números equivalem a uma média de 11 mulheres sendo vítimas desse tipo de crime por dia, fora os casos que não são registrados.

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Segundo dados do Anuário da Segurança Pública da Paraíba, de 2009 a 2018, um total de 1.083 mulheres foram assassinadas. Em 2018, o número chegou a 84 mortes. Os dados oscilam bastante, mas a maior alta foi no ano de 2011, com 146 mulheres vítimas de crimes violentos e letais. Embora, segundo o Governo da Paraíba, tenha havido uma redução de 29% nos casos desde 2010, os números mostram que não há um controle dos casos. Além disso, o mês de janeiro de 2019 também foi marcado pela violência contra a mulher.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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