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Violência contra a mulher: Não se cale!

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Veja publicação original: Violência contra a mulher: Não se cale!

 

Durante séculos uma cultura de menosprezo à mulher foi forjada, não apenas no Brasil, mas em todo mundo. É uma cultura de imposição de poder pela força e pela humilhação. As pessoas são criadas para se imporem umas às outras, não há uma formação real pela colaboração mútua. Isto nos leva ao quadro de violência em que vivemos, em especial às assombrosas estatísticas de violência contra a mulher.

Segundo pesquisa do DATAFOLHA, no Brasil a cada hora 503 mulheres sofrem algum tipo de violência. Neste quadro, foi observado que 53% das mulheres vítimas de violência não denunciam. Observe que as agressões não se restringem a violência física, vão além, alcançam a violência moral, psicológica, sexual, patrimonial e também o assédio.

Nos dados apresentados pelo Forum Brasileiro de Segurança Pública, vemos que a maior parte das vítimas de violência ou assédio são negras ou pardas, também pode ser constatado que a maioria dos agressores são pessoas conhecidas.

Os números são aterradores mas não nos tocam tanto quanto as notícias diárias anunciadas pela Mídia. A exemplo, na última quinta dia 03/08 uma mulher foi morta a facadas pelo companheiro em Ceilândia/DF, no dia 30/07 em Valparaíso/GO, uma mulher teve 50% do corpo queimado, após discussão com o marido. Neste último caso, as vizinhas relataram que o marido da vítima era ciumento e que não gostava que ela conversasse com outros homens, o agressor nunca havia sido denunciado por agressão.

Quando falamos sobre violência contra mulher no dia a dia da profissão, muitas vezes somos questionados, sobre a permanência da mulher na relação conflituosa e na ausência de denúncia. O que não se entende é que muitas vezes, a mulher se torna refém da situação, seja por uma questão financeira, seja emocional ou ainda, o que acontece na maioria dos casos, por medo.

Existe uma tendência a “jogar a culpa” pela agressão, na falta de atitude da vítima e a minimizar a atitude do agressor com frases do tipo:

“- Também, tinha que apanhar, quem mandou não largar o cara?” ou
“- Não entendo todo esse mimimi, não tinha saído de casa? Porquê voltou?” ou ainda:
“- No mínimo irritou tanto o pobre do cara que ele não aguentou.”

O enfrentamento da questão da violência não pode ser minimizado ou tratado como lugar comum. Muitas vezes ao nos depararmos continuamente com um fato ele passa a fazer parte de tal forma do nosso cotidiano que deixamos de perceber sua importância.

A legislação brasileira criou mecanismos para o combate a esta questão, a Lei Maria da Penha, traz em seus artigos soluções efetivas para a proteção à mulher. A denúncia da violência gera uma ocorrência que pode gerar o afastamento do agressor da pessoa da vítima. É a chamada medida protetiva urgência, que entre outras coisas obriga o agressor a se manter afastado da vítima, sob pena de ser preso em caso de aproximação. A Lei também prevê que a mulher vítima de violência doméstica tem direito a ser acompanhada por um advogado durante todo o processo.
Qualquer pessoa pode e deve denunciar casos de violência contra mulher, a denúncia pode, inclusive, ser anônima. A Central de Atendimento à Mulher que funciona através do DISQUE 180, direciona os casos as autoridades responsáveis e estas efetuam a apuração dos casos.

A Violência Contra Mulher é assunto que deve estar sempre em discussão e que de forma alguma pode ser deixado em segundo plano. Da mesma forma não se pode deixar de denunciar os casos que forem de seu conhecimento ou caso seja você a vítima, não tenha medo, existem mecanismos efetivos de proteção à vitima. Em Brasília, temos a DEAM (Delegacia de Atendimento a Mulher), a Promotoria de Violência Contra a Mulher, que atuam também acolhendo denúncias de violência contra a mulher, a Casa da Mulher Brasileira, que atua no apoio as mulheres vítimas de violência e as Casa Abrigo, que são lugares reservados de maneira sigilosa para abrigar aquelas mulheres que desejam fugir da situação de violência e não tem para onde ir.

Secretaria de Políticas para as Mulheres, tem desenvolvido diversas ações no sentido da proteção e na reinserção da mulher vítima de violência no mercado de trabalho e nas relações em sociedade. Vale a pena conferir.
Até a próxima!

 

 

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