HOME

Home

Vaticano se prepara para reunião histórica sobre abuso sexual

Saiu no site EXAME

 

Veja publicação original:    Vaticano se prepara para reunião histórica sobre abuso sexual

.

Com o tom de “tolerância zero”, o Vaticano receberá bispos do mundo todo para tratar dos casos de abuso sexual envolvendo membros da Igreja

.

São Paulo – Na próxima quinta-feira, dia 21, o Vaticano receberá os mais importantes bispos de todo o mundo para uma reunião histórica e sem precedentes. Convocada pelo papa Francisco, a cúpula vai tratar do tema que, há décadas, tem abalado os alicerces da Igreja Católica: abuso sexual e proteção das crianças. Os presidentes das Conferências Episcopais estarão reunidos até o dia 24.

.

O tom do encontro deve ser o da “tolerância zero”. O próprio papa Francisco deu uma pista disso ao expulsar, no sábado, dia 16, o ex-cardeal americano Theodore McCarrick, de 88 anos, acusado de abusos sexuais contra ao menos um adolescente. Foi a primeira vez na história da Igreja Católica que um cardeal perdeu o seu título depois de ser acusado de abuso.

.

Sobre o encontro, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, já declarou que se trata de “uma reunião sem precedentes, o que mostra que o papa Francisco fez da proteção de menores uma prioridade fundamental para a Igreja”. Ele continuou: “Trata-se de manter as crianças seguras contra prejuízo em todo o mundo. O papa Francisco quer que os líderes da Igreja tenham uma compreensão completa do impacto devastador que o abuso sexual clerical tem sobre as vítimas.”

.

Além disso, Burke explicou que “a reunião é primariamente para os bispos, eles têm muita responsabilidade por esse grave problema. Mas homens e mulheres leigos que são especialistas no campo dos abusos darão sua contribuição e podem ajudar a abordar especialmente o que precisa ser feito para garantir transparência e responsabilidade”.

.

A expectativa é de que o encontro histórico produza diretrizes e normas especificas de como os bispos devem cuidar das vítimas, punir os infratores e manter os acusados fora do sacerdócio. Também deve ser abordada a responsabilidade dos religiosos que, mesmo sabendo dos abusos, se mantiveram em silêncio.

.

A reunião está marcada desde o dia 12 de setembro de 2018. Ela vem sendo organizada por um comitê formado pelo cardeal Blase J. Cupich, arcebispo de Chicago (Estados Unidos); cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Bombaim (Índia) e presidente da Conferência Episcopal da Índia; dom Charles Scicluna, arcebispo de Malta e secretário adjunto da Congregação para a Doutrina da Fé; e padre Hans Zollner, presidente do Centro para a Proteção de Menores da Pontifícia Universidade Gregoriana e membro da Pontifícia Comissão para a Tutela de Menores.

.

Esse movimento foi gestado a partir da crise de 2018, quando escândalos sexuais envolvendo o alto clero foram revelados nos Estados Unidos, Chile, Alemanha e outros países. Nos EUA, por exemplo, um relatório indicou o abuso de mais de mil menores de idade por cerca de 300 religiosos durante 70 anos (o mesmo relatório informou que o próprio Vaticano saberia do escândalo desde 1963).

.

No Chile, uma investigação conseguiu ouvir mais de 60 vítimas de abuso. Ao fim do processo, bispos chilenos renunciaram em bloco aos seus postos. Ainda no ano passado, a Conferência Episcopal alemã apontou 3.677 casos de abusos sexuais cometidos por mais de 1.500 membros da Igreja Católica entre 1946 e 2014.

.

No início de 2018, o papa Francisco chegou a desconfiar das vítimas de um padre chileno acusado de abuso sexual. Mas, depois de muitas críticas, o próprio pontífice admitiu ter cometido “sérios erros de julgamento”, por não saber de uma “cultura de encobrimento”.

.

Além disso, um de seus colaboradores mais próximos, o cardeal australiano George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, virou réu por supostos abusos cometidos nas décadas de 1970 e 1990.

.

.

Brasil

.

Em setembro de 2018, a comissão papal contra o abuso de menores afirmou que o Brasil receberá um projeto-piloto mundial para a escuta das vítimas de abusos sexuais. Ásia e África também devem ter projetos semelhantes. Detalhes do projeto também podem ser definidos no encontro que se inicia no dia 21. (Com agências internacionais).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no linkedin
LinkedIn

HOME