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Transtorno mental afeta empreendedores na pandemia; mulheres sofrem mais

Saiu no ESTADÃO.

 

Veja a Publicação original.

Fechar as portas do dia para a noite, implantar deliverydigitalizar-se em tempo recorde e estar na busca incansável por crédito. Essas foram algumas das difíceis situações que os empreendedores enfrentaram desde o começo da pandemia do coronavírus. O resultado de tamanha pressão foi uma média de estresse, ansiedade e depressão entre empreendedores semelhante a de profissionais de saúde do Estado de Minas Gerais.

É o que mostra estudo feita pelo núcleo de pesquisas da startup Troposlab (focada em inovação) em parceria com pesquisadores da Faculdade de Farmácia e do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foram entrevistados 653 empreendedores de todos os Estados, exceto Rondônia, entre 4 e 25 de junho.

O levantamento mostra que 24,9% dos empreendedores dizem que sua vida foi muito afetada pela pandemia e cerca de 15% relataram que iniciaram o uso de medicamentos (antidepressivo, ansiolítico ou ambos) nesse período. As mulheres apresentaram maior prevalência de ansiedade (28,5%) e depressão (10,4%) quando comparadas aos homens (22,2% de ansiedade e 3,4% com depressão).

Os pesquisadores utilizaram como base para a pesquisa o protocolo DASS-21, que possui triagem de sintomas de estresse, ansiedade e depressão – e com isso viram a semelhança com dados de profissionais de saúde. A Troposlab e a UFMG ressaltam que a pesquisa tem como objetivo mapear a intensidade de sintomas do grupo e não oferecer diagnósticos.

A pesquisa ainda mostra como a incerteza do cenário econômico nacional é um dos principais fatores que contribuem para o sofrimento mental dos empreendedores. Os pesquisadores relataram que é possível estabelecer “relações concretas, sejam fortes ou fracas, entre a saúde mental durante a pandemia e a percepção de incerteza, a autoeficácia e o tipo de negócio”.

Exemplo disso são as reações que os empreendedores deram para a afirmativa “a pandemia deixou o ambiente mais incerto para o seu negócio”, em que 45,5% concordaram totalmente. Quando perguntados sobre a capacidade para lidar com essas incertezas, 47,9% responderam que as possuem parcialmente. Já quando o tema foi a queda na renda, 72,9% dos entrevistados disseram que houve queda do rendimento familiar após o início das medidas de distanciamento social, e 29,2% dos participantes afirmaram que a queda foi de mais de 50% do rendimento.

“Sabemos que em boa parte da jornada o empreendedor passa imerso em um ambiente de extrema incerteza, muita pressão e muitos riscos. Por isso, já sabíamos que era importante estudar a saúde mental desse grupo. Com a pandemia, vimos todas essas variáveis levadas ao extremo”, diz Marina Mendonça, pesquisadora da Troposlab à frente do estudo.

Marina ainda afirma que o estudo, inédito, representa o início da discussão sobre saúde mental e empreendedorismo. “Do ponto de vista do ecossistema empreendedor, é importante que a gente abra espaço para falar sobre saúde mental. Esse é o ponto inicial para a gente começar a trabalhar de maneira mais sistemática. Se a gente conseguir espaço, apoio e divulgação para trabalhar essa temática, o ecossistema já estará fazendo muito pelos empreendedores.”

A pesquisadora da UFMG Marcela Mansur destaca que medo, preocupação, angústia e estresse são reações normais e esperadas em situações como essa, de pandemia. “O problema está em quando esses sentimentos se tornam muito frequentes, intensos demais, a ponto de nos impedirem de sair da cama, interagir com familiares e amigos, termos pensamentos de desesperança, não enxergar mais saída e se sentir sozinho e desamparado o tempo todo”, diz. “Quando isso acontece, especialmente por duas ou mais semanas consecutivas, enfrenta-se algo mais sério e é um sinal de alerta para quadros mais graves.”

Dos 653 empreendedores participantes da pesquisa, 53% empreendem a menos de 5 anos e 43% possuem até cinco colaboradores. Sob a ótica do faturamento, 35% faturam até R$ 81 mil (MEI), 24% até R$ 360 mil ao ano (microempresa) e 22,8% faturam até R$ 4,8 milhões ao ano (pequena empresa). O restante representa empreendedores de médias e grandes empresas.

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