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Suzana Pires: Conheça-te a ti mesma, mana!

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:

 

Veja publicação original:   Suzana Pires: Conheça-te a ti mesma, mana!

 

Na coluna #DonaDeSi desta semana, Suzi Pires lembra o momento em que, com a ajuda de sua coach, descobriu que tem dois “encostos” profissionais: a cafona e a mafiosa. “Eles são nada mais, nada menos que nossos vícios e nossas virtudes e, nesse caso, não acredito em certo ou errado, mas apenas escolhas”

 

Não sei se já mencionei a vocês que faço coach há alguns anos e que essa prática tem sido tão importante quanto a terapia! Minha coach, @virginiadegomez, é muito bem-humorada e sabe que funciono bem nessa energia, por isso, ela sempre puxa o conceito das sessões para algo engraçado, que amplie cada vez mais minha capacidade para rir de mim mesma. Numa determinada sessão, identificamos que eu tinha dois “encostos” profissionais. Isso mesmo: encostos, algo que não faz parte de você, mas que te influencia na vida. Durante a identificação dos dois lados de uma mesma moeda, listamos as ações que uma e outra fazem e, tenho certeza, vocês vão se identificar – narrei os dois encostos para algumas amigas e elas gritavam se identificando (rs).

 

 

Aos “encostos” profissionais que temos nomeei de: a CAFONA and a MAFIOSA. Depois de ter clareza sobre as duas, consegui louvar a “mafiosa” e dar carinho a “cafona”, que são sorrateiras e podem te dar um tombo quando você menos imagina! Vamos a elas! E divirtam-se na identificação!

 

O encosto da CAFONA faz com que, no ambiente de trabalho, você seja pessoal. Sabe quando você quer montar uma família no trabalho? Apenas: NOT, mana! Porque, quando você ultrapassa o limite da pessoalidade, e passa a ver sua equipe como pupies, instantaneamente se abaterá sobre você a certeza de que todas-as-pessoas-querem-te-destruir, a famosa “mania de perseguição”. Por transformar seu ambiente profissional num grande domingo em família, você será constantemente entubada por seus colegas e passará  a ser rondada por achismos confusos sobre as outras pessoas. Todos sairão da dimensão de clareza de sua visão. Seu julgamento ficará a cargo de cafezinhos, conversinhas, fofoquinhas… até chegar ao ponto de você perder toda sua dignidade e roubar a ideia de sua equipe, assiná-la como unicamente sua, por pura necessidade de purpurina e confete em seu coração carente. E porque coração carente, amiga? Porque através de seu encosto “cafona” você transferiu o amor familiar, em déficit na sua vida pessoal, para seu ambiente profissionalllll!!!!

 

 

Tá me acompanhando até aqui? Ou você já fez isso, conhece alguém que faz ou você mesma fará num futuro. Seguindo com o encosto da “cafona” você, ao contrário do que sempre fez, vai desejar tombar os outros para se sentir superior, perderá sua capacidade de negociação, porque seus medos atingirão níveis alarmantes, te transformando numa déspota histérica que não reflete sobre possíveis erros seus ou da sua equipe, mas aponta a seta para fora, culpando o clima ou o ar seco sobre fracassos que só dizem respeito a sua loucura. Nunca mais você entenderá o que é uma evidência de sucesso porque sua angústia te fará cega para aquilo que você fez bem. Você vai passar a ser aquela que “senta na última vitória” durante alguns anos, atribuindo-se valor por conquistas passadas. Conhece alguém assim? Pois é…

 

 

Com relação ao tom, a cafona é aquela que tem tom de voz de prima fofa e choro miado, sabe? Choro de criança mimada que quer ser o centro das atenções, nem que seja correndo para o banheiro, deixando seus puxa-sacos (ao invés de equipe) “pisando em ovos” diante das suas emoções imaturas. Sim, a cafona é conhecida por sua fragilidade. Uiuiui. E, com essa pseudo-fragilidade, vai se enterrando profissionalmente.

A CAFONA não sabe o que é investir em si mesma, porque ela quer lucros imediatos colhendo seu prejuízo a longo prazo, por meio de sua curta visão e seu embotamento. Sem parar de se arrastar na mágoa, a cafona se lamenta, se atribui heroísmos que não passam de dificuldades cotidianas. O pior da cafona é que ela acha que ninguém está vendo a fenda que cresce, a cada dia, entre sua garganta e seu coração. Paralelo a isso, dá-lhe tarja preta! Porque a angústia da pequenez intoxica e nos leva à lona!

 

 

Não confundam o encosto da “cafona” com alguém mal vestida. Apenas: NOT. Essa cafonice é da alma. O lugar onde devemos estar o mais vigilante possível. Cada ação cafona é como se fosse a ingestão de carboidrato para quem tem intolerância a glutén e vira um ciclo vicioso, que só pode ser quebrado por um outro encosto, o da MAFIOSA.

 

 

Não confundam o encosto da “cafona” com alguém mal vestida. Apenas: NOT. Essa cafonice é da alma

 

 

A MAFIOSA sabe montar equipe. Ou melhor: uma gangue. Ela não lida pessoalmente com ninguém do seu trabalho. É pessoal na sua família e profissional no trabalho. É justa e o combinado com ela não sai caro, até porque a mafiosa pode “matar” com um bom sorriso nos lábios pintados de vermelho. Ela é tão temida que até um inimigo a aplaude e tenta copiá-la. Ela soma, negocia dívidas, datas e entregas, não se deixa sufocar e protege sua gangue das horas extras. Ela é estratégica, age por processos, é dona do seu sucesso com sua equipe e sabe o valor de cada um que trabalha com ela. Seu foco não está no mimimi, mas no resultado e, diante de um bom resultado, nada nem ninguém a tomba. Sendo assim, a MAFIOSA já neutraliza inimigos com sua excelência, ética e seu foco. Ela tem sucesso e tem evidências disso.

 

 

Sua última vitória está registrada em foto, sem ela ter a necessidade de carregá-la – até porque seu tempo está focado em construir a próxima vitória, suportando a pressão que já está sofrendo! Sua ajuda ao coletivo não é ouvindo lamúrias pessoais, mas usando sua estratégia para ajudar o coletivo a sair de um momento delicado. Visa lucro a longo prazo, podendo ter prejuízo imediato. Tem visão de longo alcance e, por isso, constrói um caminho pioneiro no trabalho em que estiver. É criativa para lidar com problemas, lançando mão de sugestões ousadas e nada certinhas. Nas discórdias, resolve. Geralmente, com a arma em cima da mesa (rs Brinks). Resolve sendo assertiva e é levada a sério quando diz que não está bom, porque quando está ótimo ela faz questão de celebrar. É uma antiheroína, assumindo seus erros, seu lado louco, desorganizado, pedindo ajuda quando precisa e sem compromisso em bancar a perfeita. Para a mafiosa, vale mais partir do princípio de que “vai dar merda” do que começar o jogo no “já ganhei”.

Tem uma história boa para exemplificar isso. O chefe de uma “mafiosa” pediu determinado trabalho a ela, e perguntou se ela dava conta. Lançando mão de sua crença “antiheroína” ela respondeu: vai dar certo, mas antes vai dar merda! E PEI! Conquistou a confiança absoluta de todos os que trabalhavam com ela. A mafiosa se vangloria e coloca a seu favor sua fragilidade, tornando-se a mais forte na sala. Não precisa ter cuidado com a Mafiosa, tenha apenas o mesmo respeito que ela terá por sua competência.

 

 

A mafiosa é nosso encosto da autoconfiança e a cafona é o nosso encosto do truque. Com certeza, existe uma alma iluminada que consiga alcançar um equilíbrio entre as duas forças. A nós, “mulheres em busca”, cabe a observação de nossas ações.

 

 

Os dois “encostos” que nos habitam são nada mais nada menos que nossos vícios e nossas virtudes. Nesse caso, não acredito que tenha certo ou errado, mas apenas escolhas. Sim, escolha de ação.
E aí, manas, qual vai ser?
A cafona ou a mafiosa?

 

Beijos
Sororidade sempre

Suzi Pires
@suzipires

 

 

 

 

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