HOME

Home

Surpreendente cartografia dos estupros no Brasil

Saiu no site Outras Palavras.

Veja publicação original. Surpreendente cartografia dos estupros no Brasil

Os estados com mais casos talvez não sejam os que você pensa… O crime é covarde: mais da metade deles são contra menores de 13 anos; porém, familiar: 75% dos estupradores são conhecidos das vítimas. Desconstruir o cinismo é urgente…

O Brasil possui uma característica que é emblemática da violência cotidiana: está entre os países com mais casos de estupro. O que mais assusta, contudo, é que esse tipo de crime continua crescendo, tendo aumentado em torno de 5% somente entre 2017 e 2018, anos em que foram registrados, somados, mais de 120 mil casos. Esse dado por si só apresenta a urgência do tratamento de uma questão que segue camuflada na política do Estado, nos noticiários da grande mídia e nos assuntos diários de parte da população.

É preciso reconhecer a vulnerabilidade das mulheres. No Brasil, a maioria absoluta das vítimas é feminina: 81,8%, contra 18,2% de vítimas masculinas. Mas a situação é muito mais grave quando reconhecemos que a maioria dos casos segue distante das estatísticas, pois não há denúncia. A violência física e psicológica é seguida de ameaças para manter o silêncio das vítimas.

É preciso conhecer a gravidade do problema. A cada 100 estupros no Brasil, 63,8 são cometidos contra vulneráveis, que inclui em sua maioria crianças de até 14 anos, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019. A situação de pedofilia atingiu um patamar horripilante: mais que a metade das mulheres vítimas de estupro têm menos de 13 anos, idade com maior número de casos, enquanto entre os meninos a idade mais comum é ainda menor, aos 7 anos.

É preciso denunciar a realidade. Quase todos – 96,3% – dos estupradores são homens fazendo sobretudo crianças e mulheres de vítimas. Mas como outorgar à vítima a responsabilidade pela denúncia, de 3 a cada 4 estupradores são pessoas conhecidas das vítimas, geralmente um familiar ou vizinho?

Há um cinismo na sociedade brasileira que não se cansa de surpreender. A preocupação com a “vida”, manifestada por aqueles que perpetuam a abuso com suas ações contra-abortivas, contrasta enormemente com a desfaçatez dos 100 mil mortos pela covid-19. Hipócritas de plantão, abusadores e criminosos da república e da democracia. Até quando?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no linkedin
LinkedIn

HOME