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Os mais competentes escritores, hoje, não são homens brancos das capitais

Saiu no ECOA UOL

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Até o fim do século passado, a literatura nacional da “nova república” tinha cara, gênero e classe social: era dominada por homens, brancos, nascidos nos grandes centros urbanos do Sul-Sudeste.

É possível perceber isso na (boa) série de antologias organizadas por Nelson Oliveira que costumavam demarcar “alguns expoentes” a cada geração de escritores brasileiros. Em sua primeira e influente coletânea (“Geração 90: manuscritos de computador”, 2001), foram selecionados 17 contistas, sendo 16 homens (15 deles brancos) e apenas uma mulher. O mesmo percebe-se nas escolhas da revista inglesa Granta para compor seu “Os melhores jovens escritores brasileiros”, que reuniu 20 autores de “todo o país”.

20, todos eram brancos, 14 eram homens e 18 nascidos nascidos ou no Sul-Sudeste ou no exterior. “Todo o país” neste caso referência-se à pequena nação localizada entre as cidades de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e que vinha dominando a cena cultural nacional nas últimas décadas.

Hoje, seria tecnicamente impossível selecionar 25 autores para representar a geração que ganhou destaque na década de 2010 sem incluir na lista um grande número de mulheres, negros, indígenas e LGBTQIA +. É possível, inclusive, afirmar que os mais competentes escritores contemporâneos não são homens brancos das grandes capitais, mas a intenção da antologia “Geração 2010: o sertão é o mundo”, organizada por mim, não é cravar quem são as melhores penas brasileiras em uma alucinante Olimpíada das letras. Ela procura, isso sim, um recorte que destaque ótimos autores vindos dos sertões, florestas e pequenas cidades do nosso país.

Destaca-se também a diferença entre a potente geração 2010 e os “regionalistas” de outrora, pois os escribas de hoje fogem do pitoresco retrato do “outro” para mergulharem na intimidade e dignidade de personagens tridimensionais, narrando um interior conectado com o universo e do qual fazem parte.

O território aqui é importante para isso o design ea capa criada pelo Estúdio Risco, destacando o mapa da cidade natal de cada autor. Não são mais o curioso pesquisador que enunciado o “selvagem” afônico, mas as vozes poucos ouvidas que tomam, desta vez, o microfone e caneta para narrar suas prosas.

O livro “Geração 2010: o sertão é o mundo” estará nas livrarias de todo país no dia 06 de agosto, mas já pode ser pedido no site da Editora Reformatório .

25 Autores Fora do Centro hoje:

Ailton Krenak // Bruno Ribeiro // Débora Ferraz // Franklin Carvalho // Fred Di Giacomo //
Gilvan Eleutério // Isabor Quintiere // Itamar Vieira Junior // Jarid Arraes // Julie Dorrico // Krishna Monteiro // Maílson Furtado // Marcelo Maluf // Márcia Kambeba // Maria Fernanda Elias Maglio // Maria Valéria Rezende // Mariana Basilio // Maya Falks // Micheliny Verunschk // Monique Malcher // Nara Vidal // Natalia Borges Polesso // Raimundo Neto // Santana Filho // Victor Guilherme Feitosa

Sobre o livro

O quê? “Geração 2010: o sertão é o mundo”
Quem: Editora Reformatório lança
Quanto: R $ 46
Quando: Lançamento dia 06/08; pré-venda a partir de 06 de julho

 

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