Saiu no G1
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“Estou feliz”, diz Madalena Gordiano, oito meses depois de ter sido resgata da casa onde viveu em situação análogo à escravidão por 38 anos. Três semanas atrás, ela comemorou o aniversário pela primeira vez em 48 anos de vida. E há poucos dias, viu o mar também pela primeira vez.
“Hoje eu sinto que estou bem. Coração limpo, Estou libertada. Estou livre”, diz ela, que aos 8 anos passou a servir uma família, como se fosse uma empregada doméstica.
A diferença, segundo o Ministério Público do Trabalho, é que ela tinha muitos deveres e nenhum direito.
“Como ela pulou toda essa etapa da primeira infância, não viveu adolescência, hoje passa por esse processo. Ela volta muitas vezes na infância, ora é adolescente, ora é adulta”, diz a assistente social Thais.
Os estudos, interrompidos logo nas primeiras frases, voltaram. E os cabelos viraram símbolo de uma vaidade reprimida por quase quatro décadas.
“Eu não podia fazer unha, passar esmalte vermelho, Hoje, passo qualquer esmalte, Hoje eu ponho vários cabelos. Eu tenho vários, tenho três cabelos”, conta Madalena, que se transformou no rosto mais conhecido da luta contra trabalho escravo doméstico no Brasil. O caso dela repercutiu na imprensa do mundo todo.
