Saiu no site A TRIBUNA
Veja publicação original: O machismo e a violência contra a mulher
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Em 2017, o Instituto Ibope Inteligência, fez uma pesquisa sobre o preconceito no Brasil
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Em 2017, o Instituto Ibope Inteligência, fez uma pesquisa sobre o preconceito no Brasil. Coletaram depoimentos e analisaram como os pesquisados se comportavam diante de determinadas frases preconceituosas. A conclusão do estudo foi surpreendente: o machismo é o preconceito mais praticado pelos brasileiros. Fica acima do racismo e da homofobia.
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O machismo não escolhe cor, situação econômica, ou grau de instrução e está presente em todas as camadas da sociedade brasileira.
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E, infelizmente, segundo os estudiosos, está na raiz dos casos de violência doméstica e feminicídio que assolam o país. De forma consciente ou não, o machista, crê na inferioridade da mulher, e na ideia de que o homem, em uma relação com a esposa ou companheira, é o líder superior, a autoridade que não pode ser contrariada.
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Não é a toa, que a maioria dos casos de violência acontecem após a mulher tomar alguma atitude que vai contra a vontade do parceiro. O machismo está tão impregnado na cultura popular, que muitas vezes dificulta que a própria mulher perceba que é vítima de relacionamentos abusivos.
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E isso vem de longe: em 1931, Francisco Alves, o maior cantor brasileiro da época, lançou ‘’Mulher de Malandro’’, uma música de grande sucesso:
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‘’Mulher de malandro sabe ser / Carinhosa de verdade/ Ela vive com tanto prazer/ Quanto mais apanha/ A ele tem amizade/ Longe dele tem saudade/’’
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Bater em mulher era tão trivial no Brasil, que se tornou letra de samba!
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Décadas passaram e hoje, segundo o Instituto Datafolha, o Brasil tem 16 milhões de mulheres vítimas de violência doméstica por ano. Em 2018, 4.254 mulheres foram assassinadas, sendo que 1.173 casos foram de feminicídios, quando o crime é motivado pelo fato da vítima ser mulher. O Brasil já é o quinto país mais perigoso do mundo para as mulheres viverem!
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Recentemente, a Dra. Fernanda dos Santos Souza, Delegada Titular da Delegacia da Defesa da Mulher em Santos, iniciou uma palestra com seguinte frase: “O meu dia a dia é a violência doméstica!”
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Ela mostrou que em 2018, a delegacia de Santos, registrou quase 3.000 boletins de ocorrência, tendo mulheres como vítimas. Mil desses casos vieram de cidades da Baixada Santista. É fato que houve uma evolução após a lei Maria da Penha, as mulheres ficaram mais conscientes dos seus direitos. No entanto, isso não refletiu na diminuição da violência.
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O que podemos fazer para mudar esse quadro?
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Como membro titular da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, no Congresso Nacional, observo que os parlamentares vem se empenhando em criar medidas protetivas que auxiliem a mulher vítima de violência. Fui coautora de uma delas, que retira o porte de arma de quem é denunciado como agressor.
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Existem outras iniciativas paralelas, como o programa ‘’Homem sim, Consciente também’’, do Governo de São Paulo, que realiza um processo de reeducação com os homens agressores. O programa tem dados animadores: apenas 1% dos participantes voltou a agredir as mulheres. Faço parte de um grupo de deputados que vai levantar informações e propor soluções para os problemas da violência contra a mulher.
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Vamos percorrer os estados mais violentos e estudar o problema. Dessa forma, poderemos traçar estratégias e buscar novas alternativas para diminuir a violência doméstica e os casos de feminicídio no Brasil.
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