Saiu no CONJUR
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Nos últimos tempos, os episódios de violência política de gênero têm ganhado destaque na mídia. Apesar de apresentarem algumas variantes (diferentes partidos políticos, ideologias, esferas de atuação etc.), a semelhança dos casos se dá quanto ao seu alvo: as mulheres na política. Longe de se tratar novidade, a hostilidade à participação feminina na política se faz presente desde a conquista do direito ao voto feminino, como narra Diva Nazário [1].
Nesse sentido, diante desse histórico depreciativo à participação das mulheres na política, somado ao reduzido número de eleitas até hoje — não obstante as ações afirmativas existentes [2] —, fato é que, por muito tempo, os episódios que envolviam violência política de gênero não eram sequer notados. Tratava-se de condutas desrespeitosas, porém, naturalizadas dentro desse ambiente político avesso às mulheres. A título ilustrativo, vale lembrar que apenas em 2016 o Senado Federal passou a ter um banheiro feminino para suas parlamentares.