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Atitude de abordar um pretendente pode ser lida como qualidade da pessoa empoderada, mas também pode gerar desconforto
“Eu sou da velha guarda. Gosto do olho no olho, do jogo da conquista”, esclarece, já no início da conversa, a analista de comunicação Marcella Carvalho, 36, enquanto comenta a preferência de alguns pelo contato mediado por telas. Conforme apontam alguns estudos, é mais comum que as pessoas se sintam mais confortáveis ao interagir virtualmente com seus pretendentes. Entre as mulheres que buscam se relacionar com homens, por exemplo, 80% admitem ficar mais à vontade para abordar digitalmente. Já presencialmente, apenas 52% teriam coragem de ter essa mesma atitude. Talvez, em parte, isso explique o sucesso de aplicativos de relacionamentos, como o pioneiro Tinder, ainda hoje um dos serviços de encontros virtuais mais populares. No caso de Marcella, ela não tem dúvida de que faz parte desse segundo grupo.
Evidentemente, no atual momento, quando as interações presenciais não estão recomendadas, a analista passou a ficar mais reclusa. E é com flagrante saudade que ela fala de espaços mais propícios para o flerte tête-à-tête, como um bar – preferencialmente um desses que, no centro de Belo Horizonte, oferecem karaokê. É nesses espaços que ela, tão certeira como quando falou com a reportagem, não titubeia em buscar ativamente a interação quando alguém lhe chama a atenção. “Não tem essa de dar corda, de esperar o cara ‘chegar’. A gente, que é mulher, também tem desejo, também quer. E não quer perder tempo”, garante, emendando que nunca teve problema em ser a pessoa que tem a iniciativa. “Desde os 17 anos até hoje, com 36, nunca tive problema (em, mobilizada pelo desejo, abordar um indivíduo)”, expõe.