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Médicos podem ignorar as preocupações que as mulheres têm com sua saúde

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Veja publicação original:  Médicos podem ignorar as preocupações que as mulheres têm com sua saúde

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Evidências mostram que muitas mulheres são consideradas “dramáticas demais” e recebem pouca atenção dos profissionais, o que pode ter consequências mortais.

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Por Stephanie Barnes

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É fato que homens e mulheres tendem a expressar a dor de maneiras diferentes, seja ela física ou psicológica. Evidências indicam que muitas mulheres são consideradas “dramáticas demais” e recebem pouca atenção de médicos e profissionais de saúde, o que pode ter consequências mortais.

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Não existe explicação clara para isso, mas a psicóloga americana Mahlet Endale diz que “o viés de gênero implícito pode ser o responsável” quando os relatos de dores das mulheres não são levados a sério.

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Também parece haver um “viés implícito baseado em raça”, diz Endale. O resultado disso é que mulheres negras correm maior risco de ser ignoradas pelos médicos.

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“Parece que as mulheres brancas recebem tratamento melhor que as negras”, diz Endale. “Quando você tem uma mulher negra reclamando de dores durante a gravidez, ela fica bem no alvo da intersecção dessas identidades.” E não para por aí. Mulheres mais velhas ou trans também afirmam sofrer discriminação por causa do gênero.

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Sendo claros, estamos em 2019, e já passou da hora de sermos ouvidas pelos médicos. Exigimos isso. Na tentativa de ajudar, o HuffPost procurou vários especialistas para colher dicas práticas que podem ser úteis durante consultas. Eis o que você precisa saber para obter os melhores cuidados possíveis.

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Confira os feedbacks sobre o médico

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JOSE LUIS PELAEZ INC VIA GETTY IMAGES
Antes da consulta, é importante verificar avaliações sobre o médico.

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Você faz isso antes de fazer reserva em restaurantes. Por que seria diferente com médicos?

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“Se possível, veja o que dizem sobre a diversidade dos pacientes atendidos pelo seu médico”, diz Endale. “Você pode buscar informações em grupos específicos de mulheres no Facebook. Pergunte para as outras mulheres dessas plataformas se elas conhecem médicos e profissionais de saúde que são bons ouvintes. E procure consenso, em vez de confiar em apenas uma opinião que diz que o médico é excelente ou terrível.”

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Tenha números à mão

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Depois de escolher seu médico, ou mesmo antes de uma consulta com seu clínico geral, uma boa dica para ser ouvida é “apresentar [sua preocupação] para o médico com dados mensuráveis”, diz Jolene Brighten, autora de Beyond the Pill (Além da pílula, em tradução literal) e fundadora do Rubus Health, uma clínica especializada em medicina da mulher.

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“Apresentar suas queixas em termos quantificáveis ajuda a deixar clara a seriedade da sua preocupação”, diz Brighten. “Em vez de dizer que você está acordando muito à noite para ir ao banheiro, você pode anotar todas as vezes em que isso aconteceu e dizer: ‘Acordo de 6 a 8 vezes por noite para ir ao banheiro, estou preocupada’.”

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Leve anotações e não hesite em usá-las

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JOSE LUIS PELAEZ INC VIA GETTY IMAGES
Anote sempre suas dúvidas para a consulta.

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Os médicos costumam ter as salas de espera cheias e um tempo limitado para atender cada paciente. Para otimizar sua consulta, você deve “organizar e anotar suas perguntas antes de entrar no consultório e começar a fazê-las assim que começar a ser atendida”, diz Liz Lyster, médica especialista em hormônios.

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Marla Deibler, psicóloga clínica e fundadora do The Center for Emotional Health of Greater Philadelphia, concorda. Ela afirma que é melhor apresentar suas queixas imediatamente, em vez de esperar o médico fazer perguntas.

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“Não espere o médico perguntar ou oferecer informações específicas”, diz Deibler. “Mulheres com mais de 35 anos, por exemplo, podem perguntar sobre mamografias preventivas. Aquelas acima de 45 anos podem perguntar sobre colonoscopias preventivas. Mulheres entrando na menopausa podem perguntar sobre mudanças na menstruação, libido, densidade óssea, mudanças hormonais e outros impactos potenciais do envelhecimento.”

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Isso também se aplica à saúde mental. “Mulheres trans podem perguntar sobre o processo de transição ou sobre recursos de apoio na comunidade”, acrescenta Deibler.

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Peça que eles repitam

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Se você acha que o médico não está prestando atenção em você, peça para ele repetir suas queixas, diz Jennifer Conti, ginecologista e obstetra da Universidade Stanford e co-apresentadora do podcast “The V Word”. “Às vezes esse tipo de pedido é suficiente para derrubar a barreira e garantir que você receba o cuidado necessário.”

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Advogue em causa própria

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TIM PANNELL/FUSE VIA GETTY IMAGES
É preciso pontuar sobre a dor.

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Se você acha que o médico está apressando a consulta ou te ignorando, Deibler diz que é importante impor suas necessidades.

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“[Você pode dizer], ’Parece que você está com pressa. Entendo que seu tempo seja valioso e respeito isso, mas preciso ter certeza que você entendeu que minha dor é intensa”, diz ela.

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Peça a ajuda de um profissional de confiança

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Se você tem dificuldades em se fazer ouvir, considere pedir ajuda. Endale diz que, se suas pacientes consultam outros médicos, inclusive para tratar da saúde mental, ela costuma checar “se elas estão sendo ouvidas”.

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“Se elas acham que não estão sendo ouvidas, ajudo a formular um plano”, afirma Endale.

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Quanto às grávidas, Endale sugere considerar uma doula. “Escolha a doula com cuidado, para certificar-se de que essa pessoa te entenda e saiba o tipo de parto que você quer. Aí, ela pode te ajudar no relacionamento com os médicos”, acrescenta ela.

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Em resumo: você merece bons cuidados. Não se esqueça disso.

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What Women Want Now (o que as mulheres querem agora) é um programa do HuffPost dedicado a criar conteúdo sobre as questões e as histórias mais importantes para as mulheres. Leia mais aqui. E participe da conversa com a hashtag #WhatWomenWantNow.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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