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Mari Mats, a grafiteira de outro planeta que usa a rua como galeria

Saiu no site HUFFPOST:

 

Veja publicação original: Mari Mats, a grafiteira de outro planeta que usa a rua como galeria

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“Minha prioridade é estar na rua pintando. Preciso pintar para embelezar a cidade, mostrar minhas cores, meus personagens”, diz a artista que também é DJ.

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Sempre desenhou, desde pequena. Descobriu que tinha jeito na escola, meio ao acaso. Isso é comum, a gente sabe. Mas o que veio depois nem sempre acontece assim. Nessa época, não achava que poderia viver disso. Mas pode. E hoje, os rabiscos no papel ganharam outra escala. Estão nas paredes para todo mundo ver. Cheio de cores. Não passam despercebidos. Assim como ela. “Eu cheguei à conclusão que cada um desenha o que tem a ver com você. Tem gente que fala que eu desenho eu, que a bonequinha sou eu.”

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Mari Mats, 30 anos, artista plástica e grafiteira, espalha seus traços pelas ruas de São Paulo há quase 15 anos. Uma de suas marcas já conhecidas são essas bonecas. “São varias bonequinhas, elas às vezes não têm sexo, fico viajando que não são desse planeta… Acho que é a única história delas; o fato de serem de algum lugar que não é daqui porque eu me sinto como se eu não fosse daqui… Como se não quisesse fazer parte do planeta Terra”, revela.

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Talvez aos poucos use seu trabalho para criar o seu planeta por aqui. Sua introdução com arte de rua foi colando lambe-lambe por aí, ainda adolescente. Em 2004, partiu para as latinhas de spray, mas a relação não foi de amor absoluto logo de cara. “Tive meus altos e baixos. Na verdade é uma área em que o universo masculino reina muito mais, então o preconceito é muito grande e tive uma fase em que não tive uma boa experiência, começaram umas fofocas e me afastei. Fui trabalhar na noite.”

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“São varias bonequinhas [que desenho], fico viajando que não são desse planeta… Eu me sinto como se eu não fosse daqui, como se não quisesse fazer parte do planeta Terra.”

Virou gerente de bar, mas nunca deixou de desenhar. Após um tempo afastada das ruas, quando o local em que trabalhava fechou, foi chamada de volta. É assim com as ruas. Elas chamam mesmo.

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“Começaram a aparecer uns trabalhos de arte, tive que me agilizar, amigos me levaram para fazer trabalhos e retomei, achei que podia dar certo.” Foi dando certo mesmo. Tudo por conta. Mari gosta de fazer pesquisa, praticar, sempre autodidata. Não fez faculdade e largou o colégio no último ano. “Vi que aprendia mais fora do que dentro da escola.” E a coisa foi ficando cada vez mais profissional.

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CAROLINE LIMA/ESPECIAL PARA HUFFPOST BRASIL
As cores vibrantes estão presentes na arte e na casa de Mari Mats.

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Hoje ela pode dizer que vive de arte. E faz um pouco de tudo. Constrói umas instalações, aluga para festas e eventos, faz produção de foto, pinta, desenha e toca na noite também.

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É DJ e foi conquistando seu espaço aos poucos em mais um ambiente bastante dominado por homens. “Nesse rolê, a gente tem que mostrar fazendo, mostrar que somos foda, capazes, porque a gente perde muito oportunidade por causa dos caras. É desproporcional. O que eu faço tem qualidade e quero ser chamada por isso. Não quero que seja por um motivo que não seja real.”

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“Nesse rolê, a gente tem que mostrar fazendo, mostrando que somos foda, capazes, porque a gente perde muito oportunidade por causa dos caras.”

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CAROLINE LIMA/ESPECIAL PARA HUFFPOST BRASIL
Conquistar seu espaço como DJ, num ambiente dominado por homens, também foi uma batalha para Mari Mats.

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E Mari sabe a realidade que quer para o seu trabalho. Sabe bem onde quer que sua arte esteja. “Acho que tudo tem que estar na rua, isso [arte de rua] complementa a cidade. Eu já fiz uma exposição em galeria, mas não fico presa a isso, achando que preciso estar em uma galeria. Acho que não, acho que preciso estar na rua pintando, minha prioridade é essa. O resto é consequência. Sinto que as ruas também são uma galeria pra mim. Preciso pintar para embelezar a cidade, mostrar minhas cores, meus personagens.”

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Tem mostrado. Alguns pontos que têm seus trabalhos sempre são renovados por ela, com cuidado e zelo. Ela diz que gosta de trabalhar com tempo, curte saber que seu desenho vai ficar ali. É sua marca. E já sabe qual o próximo objetivo da carreira. “Queria fazer trabalho grande e ainda estou nessa luta. Quero ser muralista, quero pintar prédios. Eu quero uma parede inteira, uma telona.”

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Assim, a realidade do planeta Mari Mats vai ficar bem visível para todo mundo que passar por ali.

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Não vai ter como passar despercebido.

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CAROLINE LIMA/ESPECIAL PARA HUFFPOST BRASIL
Mari Mats sente a necessidade de embelezar a cidade, mostrando suas cores e personagens.

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Ficha Técnica #TodoDiaDelas

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Texto: Ana Ignacio

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Imagem: Caroline Lima

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Edição: Diego Iraheta

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Figurino: C&A

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Realização: RYOT Studio Brasil e CUBOCC

 

 

 

 

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