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LEMUSICA: Um refúgio para mulheres e crianças vítimas de violência em Moçambique

Saiu no site DEUTSCHE WELLE

 

Veja publicação original:   LEMUSICA: Um refúgio para mulheres e crianças vítimas de violência em Moçambique

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A organização “Levante-se Mulher e Siga o seu Caminho” alberga raparigas e mulheres vítimas de violência, no centro de Moçambique. O ciclone Idai trouxe novos problemas e a LEMUSICA tenta ajudar a comunidade como pode.

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O ciclone Idai passou pelo centro de Moçambique há quase dois meses e devastou campos agrícolas inteiros. Replantar é agora a palavra de ordem, para voltar a produzir alimentos. E a organização LEMUSICA – sigla de “Levante-se Mulher e Siga o seu Caminho” -, na cidade de Chimoio, ajuda como pode. Em conjunto com outras organizações, vai distribuir uma cesta básica não só com produtos alimentares de primeira necessidade e produtos de higiene, mas também com enxadas e sementes.

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“Fez-se o mapeamento das comunidades que foram afetadas pelo ciclone e, como alguns doadores disponibilizaram fundos, nós vamos oferecer aquilo que nós temos: uma cesta básica”, explica Anchia Camal Mulima, coordenadora da LEMUSICA.

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A organização, acrescenta a responsável, vai também disponibilizar material escolar às crianças afetadas pelo Idai e “fazer o acompanhamento de algumas famílias que, durante a tempestade, ficaram sem documentos”.

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A LEMUSICA visitou ainda alguns centros de acomodação das vítimas do ciclone para verificar “como estão a ser tratadas” as mulheres acolhidas e “sensibilizar os responsáveis [dos centros] para os direitos humanos”.

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Defender os direitos das mulheres

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Mosambik NGO l LEMUSICA-Schutzhauses in Chimoio - Anchia Camal MulimaAnchia Camal Mulima, coordenadora da LEMUSICA.

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A organização não-governamental apoia raparigas e mulheres moçambicanas há já duas décadas. Foi criada em 1999 por uma alemã e 10 moçambicanas e oferece abrigo a mulheres e crianças vítimas de violência.

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“Parece-me que esta organização é única em Moçambique e tem estado a fazer um bom trabalho no seio das mulheres e raparigas, algo muito necessário. Penso que o país necessita de mais de organizações do género com vista a defender os direitos destas mulheres”, considera a alemã Ulrike Grund, que trabalha como assessora para a área psicossocial na LEMUSICA.

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Alice Manuel é uma das raparigas apoiadas pela organização. Tem 14 anos e é mãe de uma filha com dois meses: “Eu sou de Inhambane. Saí de lá quando estava grávida. Umas senhoras levaram-me à polícia e eu fui falar tudo. Quando saí de lá, trouxeram-me aqui para a LEMUSICA, em 2018”, conta.

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“Aqui sinto-me bem, porque fico bem e me receberam bem. A bebé nasceu aqui. Aqui tenho todo o tipo de apoio, alimentar, de higiene e artigos de roupa e estou satisfeita”, garante.

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LEMUSICA: Um refúgio para vítimas de violência em Moçambique

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A organização apoia estas raparigas nos estudos, para conseguirem um emprego mais tarde. Érica Isaque, de 13 anos, também é ajudada pela LEMUSICA. Órfã, abandonada pelo pai aos quatro anos, diz que vive bem, “graças à ONG” e tem sonhos bem definidos: “Estou a estudar e o meu sonho é estudar fora do país, seguindo o ramo de contabilista, pois necessito de trabalhar no banco”.

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Combater a violência doméstica

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Anchia Camal Mulima, coordenadora da LEMUSICA, diz que a organização já contribuiu para que se dessem passos importantes na defesa dos direitos das mulheres, mas o trabalho está longe de terminado – por exemplo, no combate à violência doméstica. Em Moçambique, o número de queixas de violência doméstica tem aumentado.

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“Depois da criação da LEMUSICA, estamos a ver um resultado, porque esta mulher já tem voz, esta rapariga já tem voz, e consegue apresentar a sua questão de violência doméstica”, afirma.

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A coordenadora lança um alerta: “A nossa dificuldade, neste momento, é de fazer com que o homem mude de comportamento, o que não é fácil. Apelo para que nos unamos e não pautemos pela violência, e peço uma união das mulheres”.

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A LEMUSICA depende muito de doadores externos. Anchia Camal Mulima diz que a organização precisa de mais dinheiro, não só para apoiar as vítimas de violência, como também para apoiar as pessoas afetadas pelo ciclone Idai.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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