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‘Homem não tem peito, mas tem mamadeira’, diz a psicanalista Vera Iaconelli na Flip

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Veja publicação original: ‘Homem não tem peito, mas tem mamadeira’, diz a psicanalista Vera Iaconelli na Flip

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Por Guilherme Genestreti

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PARATY, RJ (FOLHAPRESS) – “Homem não tem peito, mas tem mamadeira”, diz a psicanalista Vera Iaconelli. Especializada em atender mães, pais, gestantes e casais em crise, a colunista da Folha de S.Paulo afirma que tem visto cada vez mais um tipo muito específico no consultório: “Mulheres que se autodiagnosticam com depressão pós-parto e percebem que louco não é elas, mas o mundo”.

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O mundo louco, de mães que tentam ser super-heroínas e pais que ainda não descobriram seu lugar, foi o norte de sua conferência na Casa Folha, na tarde deste sábado (28), parte da programação da Flip.

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Iaconelli substituiu a escritora e roteirista Tati Bernardi, que não pôde viajar para Paraty por razões pessoais. Os motivos foram tornados públicos logo no começo da conversa: ela está amamentando a filha de seis meses e não queria se ausentar.

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“Ser profissional e mãe de um bebê envolve escolhas e perdas”, disse a psicanalista, comentando o caso. “A Tati, como artista, ilustra isso de um jeito muito simpático nos textos dela.”

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Os textos em questão fazem parte de “Homem-Objeto e Outras Coisas Sobre Ser Mulher” (ed. Companhia das Letras), obra em que Tati, também colunista da Folha de S.Paulo, aborda casamento, maternidade e novos papéis masculinos e femininos, mote da fala de Iaconelli.

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O momento atual, segundo a psicanalista, é de “curva de rio”. “Muitas mulheres querem ter bebês e amam seus bebês, mas percebem que com isso ganham e perdem coisas diferentes. Esses imperativos podem levar a grandes ressentimentos.”

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Também pesam na conta as cobranças de outras mulheres, insufladas por redes sociais e promessas de que a maternidade é um paraíso. “Cada mulher tem uma experiência, algumas odiando a gestação ou a amamentação”.

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Nem buscar a utopia. “Há uma aspiração de que se pode criar filhos sem traumas, mas seres humanos criam seres humanos. E humanos são falhas em série.”

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Outro traço que Iaconelli diz ver muito no consultório é o paradoxo da mãe super-heroína. “É aquela que não abre mão do seu heroísmo”, descreve. “Quando o trabalho virou realização para a mulher, elas passaram a exigir dedicação dos homens à figura de pai. Mas quando o filho passa a ser cuidado pelo pai, elas se ressentem.”

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Na conversa mediada por Fernanda Mena, repórter especial da Folha de S.Paulo, Iaconelli também tratou do que chamou de “patrulha das palavras”, muitas vezes acirradas por grupos de pressão, e que, segundo ela, atrapalham a definição dos novos papéis do homem e da mulher.

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 “Estamos num processo de mudança de mentalidade. E essa transição é algo que temos que fazer juntos, e não contra. Há homens que querem acompanhar a agenda das mulheres.”

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No mundo masculino, entretanto, ela diz não encontrar uma agenda específica. “Os homens estão acuados. Estão vindo na nossa cola, mas ainda não acharam o seu lugar.”

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