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Grafiteira Panmela Castro retratará mulheres reais e suas histórias em muros do Rio

Saiu no site O GLOBO

 

Veja publicação original:   Grafiteira Panmela Castro retratará mulheres reais e suas histórias em muros do Rio

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Artista começou sua arte pelos muros da comunidade Tavares Bastos

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RIO — Todas as mulheres que a artista Panmela Castro pintou em fortes cores nesses 20 anos de carreira haviam saído de sua imaginação e criatividade. Agora, elas ganham contornos de realidade graças ao projeto batizado de Nude. Ao contrário da atribuição que se banalizou nas redes sociais, esse “nude” tem a ver com desnudar a alma feminina , usando telas, tintas e letras para contar histórias reais.

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— Recebo muitas mensagens normalmente. Há um mês fiz uma convocação para que as mulheres me enviassem suas histórias e uma selfie para que eu as retratasse. Minha ideia é passar as imagens para os muros e, futuramente, fazer uma exposição — conta.

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Panmela acredita que a confiança que conquistou das mulheres se deve ao fato de se expor sem qualquer pudor . Com naturalidade, lembra que foi vítima de violência doméstica , em 2004, espancada e mantida em cárcere privado pelo então companheiro. A experiência negativa foi o gatilho que a transformou na ativista social reconhecida mundialmente. Ano passado recebeu a visita da ativista paquistanesa Malala Yousafzai , que ganhou um muro com sua imagem na comunidade de Tavares Bastos, onde Panmela vive.

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— Incentivo as mulheres a comunicarem suas vivências para que as outras saibam e vejam que não estão sozinhas — explica.

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Com o novo projeto, ela já perdeu a conta de quantas mensagens recebeu em um mês. De retratos, pintou seis. Muitas histórias com a violência como pano de fundo. Neles estão a mulher que foi estuprada por uma pessoa próxima, aos 5 anos. Ou a que transou com um namorado aos 15 anos e, tempos depois, descobriu um vídeo com todas as cenas na internet.

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— Dedico minha vida para que a gente consiga alcançar progressões para os nossos direitos. Já conquistamos muito com a Lei Maria da Penha e alei do feminicídio , mas ainda há muito a ser feito — afirma.

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Catete e Centro contam com pinturas da artista

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Em julho, Panmela concorreu a um importante prêmio de artes no valor de R$ 15 mil. Se ganhasse, o valor seria 100% revertido para sua Rede Nami, organização formada por mulheres que usa a arte para promover os direitos femininos . O dinheiro seria usado para realizar o antigo sonho de pintar o bairro inteiro. O prêmio não veio, mas o desejo continua.

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— Em 2013, comprei a casa na Tavares Bastos para a instalação da ONG. Paralelamente, comecei a fazer um museu a céu aberto aqui na comunidade. É um circuito de um quilômetro com mais de 200 murais pintados por artistas diversos — diz.

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A arte começou a sair aos poucos da comunidade, ganhando o Catete, o Centro, a Zona Norte…

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— Tenho dificuldade para conseguir muros na Zona Sul, essa é a verdade. Sem falar que é um trabalho caro, cada latinha custa R$ 20. No “Toda mulher é linda”, por exemplo, foram 90 latinhas. Como o grafite ainda é marginalizado, não entrando nos museus e instituições, minha bandeira é propagá-lo nas ruas mesmo — afirma Panmela, que está indo ao Paquistão para uma residência artística. — Quero entender como é a situação da mulher lá, trocar experiência, trazer esse conhecimento e, a partir dele, produzir uma obra de arte.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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