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‘Foi machismo e ciúmes’, diz ex-namorada de suspeito de matar DJ no Conic

Saiu no site G1

Por Marília Marques e Bianca Marinho*

 

 

Em entrevista ao G1, jovem faz apelo para que mulheres denunciem violência doméstica. ‘Ele era um príncipe, de repente se tornou um monstro’, afirma ex-namorada de Lucas Albo.

O DJ Yago Siik, de 23 anos, foi assassinado em saída de festa no Conic, em Brasília

Em uma entrevista exclusiva ao G1, a ex-namorada de Lucas Albo, suspeito de matar o DJ Yago Siik durante uma festa no Conic, no último domingo (2), contou detalhes sobre o relacionamento abusivo e casos de agressão que teria vivenciado com o suposto autor do crime. Lucas, 23 anos, é estudante de direito, confessou o crime à Polícia Civil do DF e foi transferido nesta sexta (7) para o Complexo Penitenciário da Papuda.

A jovem – que prefere não ser identificada – conta que há dois meses mantinha um relacionamento com Albo, mas nos últimos dias não estavam bem. “No dia da festa no Conic, combinamos de irmos juntos para tentar reatar, mas chegando lá, Lucas começou a arrumar confusão com os meus amigos. Eu disse que não daria mesmo para ficar com ele”.

Ainda durante a noite, a ex-namorada do suspeito conta que o estudante teria a ameaçado de morte, mordido e enforcado. Ela afirma que a morte do amigo DJ foi motivada “por machismo e ciúmes”.

“Fiquei com o queixo roxo. Foi nesse momento que o Siik veio em minha defesa. Lucas estava descontrolado e tentou brigar, mas o Siik estava com as mãos para cima, não queria briga.”

Sobre o relacionamento, a jovem conta que se arrepende de não ter denunciado antes as agressões que sofria e diz ainda não entender o que motivou a mudança de postura do ex-namorado.

“No início, ele me conquistou porque era um príncipe comigo, de repente se tornou um monstro.”

Durante a entrevista, ela fez um apelo às mulheres. A ex-namorada de Lucas Albo pede que a morte do amigo Siik sirva de alerta sobre a violência contra a mulher. “O Siik morreu por uma causa, pelo machismo, pela violência. Quero lutar para que isso não aconteça com mais ninguém.”

Às vezes a mulher sofre uma agressão e, por ‘amor’ deixa de denunciar. Mas olha até onde pode chegar.”

Ameaças

Quando recebeu a notícia de que Yago Siik tinha sido baleado na saída da festa no último domingo, a jovem conta que já estava em casa dormindo. Quando acordou, disse que viu as mensagens enviadas pelo suspeito com ameaças de morte a ela e ao amigo.

Mensagem que teria sido recebida pela menina ameaçada de morte em festa no Conic, em Brasília (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)

Mensagem que teria sido recebida pela menina ameaçada de morte em festa no Conic, em Brasília (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução) 

Tinham mensagens do Lucas pedindo para eu sair da festa, mas eu já estava em casa. Ele perguntava se eu não ia sair, certamente para acabar também com a minha vida.”

Após as últimas mensagens enviadas do celular de Lucas Albo, a ex-namorada denunciou as ameaças e entrou com um pedido de medida protetiva na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), com base na Lei Maria da Penha.

Apesar do pedido ter sido feito após a morte de Yago, para a jovem, a denúncia foi importante para proteger sua própria vida. “Na delegacia, me ofereceram abrigo e me indicaram ficar em casa de terceiros”.

“O Lucas estava armado, com muito ódio, já não tinha mais nada a perder.”

Relembre o caso

Siik, que se apresentava como DJ em Brasília, foi baleado ao sair de uma festa no Conic, em Brasília. De acordo com a polícia, foram dois tiros, dados em frente ao Teatro Dulcina de Moraes. Parentes e amigos disseram que ele defendeu uma amiga da agressão do namorado antes de ser assassinado.

Devido à denúncia da ex-namorada do suspeito de disparar os tiros, a Polícia Civil decretou a prisão preventiva. Segundo o delegado Rogério Henrique Oliveira, responsável pela investigação do caso, Lucas Albo confessou que o crime foi motivado por ciúme. O estudante de direito foi preso em casa na quarta (5).

O caso é investigado pela 5ª DP. De acordo com a Polícia Civil, o jovem tem pelo menos seis passagens por porte de arma de fogo, disparo, porte de drogas e ameaça.

Como denunciar

Denúncias de violência contra a mulher e ameaças podem ser feitas por meio do Disque 180. O serviço telefônico é gratuito e disponível 24 horas em todo o país. A denúncia é distribuída para a Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM).

Quando não houver uma delegacia especializada para esse atendimento na região do fato ocorrido, a vítima pode procurar uma delegacia comum, onde deverá ter prioridade no atendimento. Se estiver no momento de flagrante da ameaça ou agressão, a vítima também pode ligar para 190 ou dirigir-se a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde há orientação para encaminhar a vítima para entidades competentes.

Veja publicação original: ‘Foi machismo e ciúmes’, diz ex-namorada de suspeito de matar DJ no Conic

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