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Espancamento representa 95% das agressões físicas contra mulheres

Saiu no site FOLHA DE LONDRINA

 

Veja publicação original:  Espancamento representa 95% das agressões físicas contra mulheres

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Dado faz parte do levantamento realizado pela secreteria de Lodnrina, que registrou 243 novos casos de violência em 2018

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Por Pedro Marconi

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Em 2018, em Londrina, a rede municipal de atendimento à mulher registrou 243 novos casos. As vítimas foram assistidas pelos profissionais do CAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher), situado na avenida Máximo Perez Garcia, zona leste. Os tipos de violência mais recorrentes foram a física (43,44%), a psicológica (43,03%) e a sexual (7,79%). Das agressões físicas, os espancamentos representaram 95% dos novos casos.

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“Quando chega à agressão é o tipo mais grave, é o limite que se a mulher não sair desta situação pode acabar em um feminicídio. Isto, muitas vezes, está relacionado à questão de alcoolismo, desemprego. Temos visto que normalmente os espancamentos são no rosto. É uma situação bem delicada, de ter que trabalhar com a dor do outro”, elenca Maria Inês Galvão de Mello, secretária municipal de Políticas para as Mulheres.

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Em relação a 2017 o aumento de novos casos registrados, em geral, foi de 3,8%. Além dos novos casos, foram registradas 286 denúncias da comunidade ou de notificações recebidas pela rede de serviços do município. “Conseguimos atingir mais pessoas em 2018 e por isso o aumento no número de casos. Fizemos muitas ações por meio da rede de serviços. São mulheres que em algum momento da vida tiveram coragem de fazer a denúncia”, avalia.

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No total, 379 mulheres procuraram diretamente o serviço e foram atendidas no setor de acolhimento. Isto inclui os novos casos e as reincidências. Foram 3.507 atendimentos realizados, somando o primeiro contato e os psicossociais complementares de acordo com a especificidade de demandas de cada caso. Além do Centro de Referência de Atendimento à Mulher, que oferece apoio psicológico, jurídico e social, os registros também podem ser direcionados para a Casa Abrigo Canto de Dália, que tem a localização mantida em sigilo como medida de segurança.

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CASA ABRIGO
No abrigo são acolhidos casos graves e que oferecem risco de morte, em que a mulher, acima de 18 anos, não pode ser atendida pela família. Ocorrências com crianças e adolescentes são enviadas para o Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) 3 e aquelas com mais de 60 anos de idade vão para o Creas 4. A casa abrigo ainda acolhe os filhos destas mulheres. No ano passado, 128 pessoas foram recepcionadas, sendo 59 mulheres, 60 crianças e nove adolescentes.

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“Se não for o caso de abrigo, é feito o trabalho de acompanhamento dentro do CAM, onde esta mulher tem oitivas, recebe orientações para colocar fim naquela situação. Já na casa abrigo existem psicólogas, educadores, assistentes sociais. Tem uma pedagoga que ensina as crianças que não conseguem ir à escola por um período, para não perderem o conteúdo. Este espaço abriga os filhos menores de 18 anos porque se a mulher passa por situações de violência, os filhos também podem estar passando”, explica a secretária.

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Formam a Rede Municipal de Serviços de Enfrentamento da Violência Doméstica e Sexual contra a Mulher, coordenada pela secretaria municipal de Políticas para as Mulheres, GM (Guarda Municipal), poder judiciário e Polícia Civil, entre outros órgãos. Quando o caso chega ao CAM são verificadas as condições da vítima e se necessário são buscadas medidas protetivas para ela. A guarda é responsável pela Patrulha Maria da Penha. “Tendo o endereço a equipe do CAM vai fazer a busca junto com a GM. Temos ainda a Delegacia da Mulher.”

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ÂMBITO FAMILIAR
Da caracterização dos casos que chegaram à secretaria em 2018, em 82% a violência aconteceu no âmbito da relação conjugal. Na maioria das condições, 54% dos agressores eram os atuais maridos, companheiros ou namorados. “Se a mulher está com a pessoa é porque gosta dela. Então, quando começa a ver situação de violência, não acredita. Muitas mulheres se culpam, pois a sociedade a culpabiliza por, caso separar, não saber ‘segurar’ o marido, porque não sabe sustentá-lo. O agressor sempre é uma pessoa maravilhosa para os outros na rua, mas em casa não, pois lá ele considera que tem o controle”, exemplifica Lucimar Rodrigues, gerente do CAM.

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Rodrigues destaca que é de suma importância a mulher se encorajar e denunciar, rompendo com o ciclo de violência e com os sentimentos de amor, questões financeiras, filhos e até religiosidade, que muitas vezes a impendem de tomar iniciativa. “O medo e o silêncio só fazem aumentar a situação que está. Denunciar não é separar do marido, mas saber que o que ele comete é um crime. A mulher tem direito a uma vida sem violência, com ou sem ele. O homem não é dono de ninguém. A vítima tem que procurar ajuda e orientação”, aconselha.

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Neste contexto, a sociedade aparece com o dever de denunciar qualquer tipo de agressão. “É essencial as pessoas entenderem que briga de marido e mulher tem que ‘colocar a colher’ sim, seja estado e sociedade. Muitos têm medo, porém pode ser feita a denúncia de forma anônima”, orienta a gerente do Centro de Referência de Atendimento à Mulher. No âmbito da violência psicológica, a ameaça verbal (67%) e a tortura psicológica (13%) representaram as principais queixas dos novos casos assistidos pelo sistema.

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BOTÃO DO PÂNICO
O município deverá lançar nas próximas semanas a licitação para aquisição do botão do pânico. Este equipamento ficará com a mulher vítima de violência e é diretamente ligado à Patrulha Maria da Penha. No ano passado foi firmado um convênio com o Estado, que disponibilizou R$ 165,1 mil para a compra de todo o projeto. “Se a mulher se sentir ameaçada ela aciona este botão e a patrulha vai até ela. Este equipamento, depois de ativado, grava o áudio e imagem e isto pode ajudar em um processo no futuro”, cita a secretária de Políticas para as Mulheres, Maria Inês Galvão de Mello.

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SERVIÇO
Denúncias ou informações podem ser obtidas junto ao CAM pelos fones (43) 3378-0132 ou 3378-0133, Patrulha Maria da Penha pelo 153, Polícia Militar pelo 190 e Delegacia da Mulher no 3322-1633.

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Folha Arte

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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