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Delegacia da Mulher propõe diálogo com os homens para combater violência

Saiu no site G1: 

 

Veja publicação original: Delegacia da Mulher propõe diálogo com os homens para combater violência

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Por Liliane Souza

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Projeto em Santos, no litoral paulista, busca a conscientização como meio de prevenir agressões.

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A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, no litoral paulista, tem 1.400 boletins de ocorrência registrados. Destes, cerca de 70% se referem a casos de violência doméstica. A delegada titular, Fernanda dos Santos Sousa, acredita que é preciso seguir o caminho oposto ao da marginalização do agressor, porque, em muitos casos, o homem continua tendo contato com a vítima. Ela aposta no combate ao que considera a raiz do problema: a falta de diálogo. Partindo desse princípio, viabilizou na cidade a implantação do programa ‘Homem Sim, Consciente Também’.

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O projeto, que teve início em Diadema (SP), consiste em um ciclo de debates com homens que tenham perfil de agressividade. A participação é voluntária, e os encontros acontecem na subseção regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro, até 1º de novembro. “As palestras não têm caráter repressivo”, diz a delegada. “Queremos fazer com que os homens melhorem o autoconhecimento, que tenham mais autoestima, que melhorem o relacionamento familiar”.

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A proposta é dividir as palestras em ciclos semestrais, e fazer com que elas sejam também itinerantes. “Vamos tentar chegar mais perto dos locais onde haja necessidade do programa, mas isso será analisado até o fim desse primeiro ciclo”, comenta Fernanda Sousa.

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Entre os que concordam com esse tipo de iniciativa, está a psicóloga Márcia Atik, especialista em sexualidade. Para ela, não basta reforçar as estruturas de apoio às vítimas. “A competitividade e a guerra dos sexos precisam ser, de uma vez por todas, enterradas”.

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Márcia também considera necessário buscar formas de dialogar com os homens, para romper esse ciclo de violência e evitar que ele aconteça. “O agressor é uma pessoa doente, afetivamente. Ele precisa ser ouvido, e até reeducado, para a relação”.

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Paolla Dottori, da Defensoria Pública do Estado: 'Pais que se respeitam já estão educando seus filhos' — Foto: Liliane SouzaPaolla Dottori, da Defensoria Pública do Estado: ‘Pais que se respeitam já estão educando seus filhos’ — Foto: Liliane Souza

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A psicóloga aponta que o caminho está na redefinição de papéis, e defende que é preciso pautar os relacionamentos nas qualidades e potencialidades do homem e da mulher, não em padrões pré-estabelecidos.

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O diálogo, explica, deve começar desde cedo, e os próprios pais precisam dar o exemplo, e não repetir comportamentos. “Pais que se respeitam, que se valorizam mutuamente, já estão, de uma maneira informal, educando seus filhos para essa vivência”.

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Quem também aposta no diálogo com os homens como ponto-chave para enfrentar a violência contra a mulher é a psicóloga Paolla Ribeiro Dottori Silva, que trabalha na Defensoria Pública do Estado de São Paulo, na unidade de Guarujá.

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Ela acredita que comportamentos violentos são reflexos de uma sociedade ‘patriarcal’, que atribui ao homem a figura de autoridade. “Os homens foram criados e educados para imporem suas vontades por meio da força, da violência, e isso é muito prejudicial ao nosso convívio social”.

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Já Márcia Atik crê que a efetividade varia de acordo com o teor da conversa. “Se é um homem que carrega, culturalmente, essa discrepância entre o feminino e o masculino, essa conversa vai ser aquela de botequim, da mulher útil para a expressão dos desejos masculinos”.

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Paolla Dottori explica que os homens podem e devem ser ‘feministas’, se buscam a transformação da sociedade. “O feminismo não é uma questão ligada à mulher. É um movimento social, político e filosófico que acredita na possibilidade da igualdade de direitos entre os gêneros, que nem as mulheres nem os homens vivam sob opressão e desigualdade”.

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Próximas palestras

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11/10, 19h
Luciano Santos – Educador e preparador físico, graduado em Segurança Pública, instrutor de boxe olímpico e do método Imoto de autoproteção, mestre instrutor em lutas brasileiras, capoeira e luta livre

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25/10, 19h
Márcia Atik – Psicóloga clínica, conferencista com especialização em sexualidade, terapia de família e casal, transtornos alimentares e doenças psicossomáticas

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1º/11, 19h
Fernanda dos Santos Sousa – Delegada de polícia titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Santos

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Local: OAB-Santos – Praça José Bonifácio, 55, 2º andar, Centro

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