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Crônica de Fim de Semana – O FEMINICÍDIO SE ESTAMPOU NO SÉCULO XXI – Arimar Souza de Sá

Saiu no site RONDO NOTÍCIAS

 

Veja publicação original:  Crônica de Fim de Semana – O FEMINICÍDIO SE ESTAMPOU NO SÉCULO XXI – Arimar Souza de Sá

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Por Arimar Souza de Sá

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O fenômeno não é recente. No desmonte histórico, o homem sempre matou as mulheres. Antes, matava um pouco menos, porque elas eram submissas, dependentes, diria a parte “frágil”, na nomenclatura de nossos pais. É que na versão machista, era fácil domá-las e mantê-las sob o silêncio do chicote.

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Já esta “nova” e macabra investida dos homens contra as mulheres, conhecida como feminicídio, só FREUD explica. Sem o poder de dominar a fêmea pelo anzol da submissão do passado, eles têm utilizado sua força muscular para cometer os crimes que, em essência, terminam por banalizar a vida. Dir-se-ia: homens degenerados cuspindo o fogo de satanás na antecipação do apocalipse.

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Historicamente, as mulheres do primeiro quartel do século XX viveram o jugo milenar da vergasta dos homens. A missão era exclusivamente dar a eles prazer, sempre “unilateral”, depois procriar, lavar e cozinhar. O negócio era assim: “Cuidar da casa e da meninada”. Não tinham voz, vez, não votavam e não exerciam cargos públicos, por isso é que contra elas não existia a ira dos homens, como a que vemos hoje.

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Somente após a ditadura Vargas é que elas começaram vida nova. Tiveram consagrado o direito de votar e ter espaços no serviço público. Abriu-se para a mulher o sagrado direito de estudar… Nesta quadra, nasceram os cursos de pedagogia, mas a “lei” era clara: só podia casar depois que se formasse e, no cancioneiro popular, Nelson Gonçalves era enfático: “Uma normalista linda / não pode casar ainda / só depois que se formar / eu estou apaixonado / o pai da moça é zangado / e o remédio é esperar”.

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Denota-se da canção de Nelson que, àquela época, a mulher não passava de uma boneca vestida de carne. Sua educação era para servir ao Estado, seu destino… para servir aos homens.

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Felizmente, terminamos o século com uma mulher mais empoderada, com direitos e deveres claros, iguais aos homens e que, com méritos próprios, foi à luta, ocupando espaço na sociedade, e esse eco fantástico já chegou a todas as mulheres, pobres ou ricas, e graças a Deus, não há mais espaço para chibatas. As mulheres do século XXI estão caminhando ombro a ombro com os homens. São donas de casa, de seu trabalho e de seus narizes, e ponto!

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… Os rancores do passado, que produziam seres “inferiores”, são página virada; a sociedade emprenhou-se de igualdade, não obstante o divino e sagrado pendor, dado por Deus à mulher, de procriar. No resto, tudo igual e, quem sabe, por isso, daí tenha nascido essa liturgia de ódio na matança indiscriminada de mulheres inocentes.

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Talvez algum psicanalista possa explicar. O homem do século XXI, após a robotização das máquinas, atravessa um ciclo de readaptação à vida. No fundo, é outro tipo de homem, nervoso e frágil – mais frágil que as mulheres – e esse peso de incertezas os transformou em seres robotizados, preparados apenas para a convivência virtual, onde se constroem fantasias de sucessos e fracassos, e no embate entre o virtual e o real, faz parte da “onda” espancar ou matar, e passou a ser o fetiche dos falsos heróis.

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As tragédias gregas, quem sabe, talvez possam também explicar melhor esse homem violento e voraz, esse cruel matador do século XXI. É que os gregos, na busca do conhecimento, abasteciam suas imaginações através de vários deuses, centrando em Dionísio, o deus grego da fertilidade e da libido, parte da sua decantada dramaturgia. Então, este homem, o que mata as mulheres, nada mais seria que o Deus Satânico dos gregos e romanos. Não é o homem com a tez brasileira, forjado, em sua maioria, na fornalha da escravidão. É besta-fera!

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Esse brutal homem do século XXI, que estupra, que comete assédio moral e sexual, é uma amálgama de homem e demônio, com mistura de Dionísio e Satanás, uma espécie mal parida que deve ser eliminada da terra pelas forças de todos os deuses do mundo, sejam os mitológicos, deuses gregos, sejam os romanos, escandinavos ou orientais.

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Na verdade, o homem que estupra, mata, assedia, não pode viver em sociedade. Em tese, na hora da raiva, seria melhor castrá-lo na forja, mas como isso não é possível, que se criem leis mais severas para coibir suas atrocidades.

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E, neste duelo entre o bem e o mal, requeiramos a Deus que se apiede de todas as mulheres – negras, brancas e amarelas – encorajando-as a reagir, não apenas com a lei Maria da Penha, mas pugnando por leis que dimensionem estes crimes como hediondos, sem dosimetria penal. Preso, preso até o final.

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E a nós, homens de bem, cabe iniciarmos uma cruzada de trabalho e informações constantes, transferindo aos nossos filhos homens a obrigação de que, no futuro, eles respeitem todas as mulheres como desejariam que fossem respeitadas as suas mães e irmãs, fazendo-lhes entender que o ser feminino tem o direito de ser feliz e respeitado, desde a infância e em cada época da vida, e não como objeto das sanhas diabólicas dos homens-bestas, que as espancam e matam, abreviando suas vidas estupidamente.

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É Tempo de reflexão.
AMÉM!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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