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Contra o machismo: relembre 8 hashtags que mudaram um pouco o mundo

Saiu no site UNIVERSA

 

Veja publicação original: Contra o machismo: relembre 8 hashtags que mudaram um pouco o mundo

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Por Beatriz Levischi

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De 2014 para cá, as redes sociais engajaram milhões de mulheres na luta pela igualdade de gênero. Elas quebraram o silêncio, saíram às ruas, provocaram reflexão, conquistaram apoiadores e haters. De hashtag em hashtag, o mundo foi ficando um pouquinho melhor. Sim, ainda há um longo caminho pela frente. Mas, Universa relembra os passos que já demos.

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#NãoMereçoSerEstuprada

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Em março de 2014, o Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea) divulgou o resultado das entrevistas feitas com moradores de quase 4 mil domicílios do país e a estatística de que 65% concordavam que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”.

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Posteriormente, o órgão do Governo Federal informou que tinha invertido as colunas da planilha e o número correto era 26%, não 65%, mas a indignação já tomava conta do Facebook: a jornalista Nana Queiroz havia criado a comunidade “Não Mereço Ser Estuprada”, reunido em três dias 35,7 mil pessoas e parido uma das primeiras hashtags feministas nacionais.

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movimento contra o abuso sexual e o machismo também repercutiu internacionalmente, em sites de notícias como o americano “The Huffington Post”, o francês “20 minutes”, o italiano “La Reppublica” e o grego “Iefimerida”.

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#PrimeiroAssédio

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Em outubro de 2015, o Twitter foi tomado por comentários sexuais sobre Valentina, uma participante do “MasterChef Jr.” que tinha corpo de menina de 12 anos, comportamento de menina de 12 anos e… 12 anos.

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O coletivo Think Olga, conhecido pela campanha “Chega de Fiu-Fiu”, convidou então mulheres a responderem com relatos de seus primeiros assédios sofridos. E, em cinco dias, a iniciativa havia rendido 82 mil tuítes e retuítes, além da constatação de que a idade média desses assédios era de 9,7 anos.

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Destaque na imprensa nacional, a hashtag acabou importada para outros países, virando #MiPrimerAcoso no México e #FirstTimeIWasCatCalled nos Estados Unidos, só para citar os principais. E se desdobrou em outras intervenções feministas, como #MeuAmigoSecreto e #MeuQueridoProfessor, que denunciavam como assediadores aqueles que deveriam ser porto seguro.

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#NiUnaAMenos

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Em outubro de 2016, Lucía Pérez, de 16 anos, foi drogada, estuprada por três homens e assassinada, chocando a Argentina. Em protesto contra sua morte (e de tantas outras mulheres vítimas do feminicídio), as argentinas marcharam segurando cartazes até a Plaza de Mayo, em Buenos Aires, num dia que ficou conhecido como “quarta-feira negra”.

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Artistas do mundo inteiro criaram ilustrações para reforçar a indignação contra a violência e alertar para a urgência de se combater esse tipo de crime. E a hashtag que em português significa “Nem Uma a Menos”, ganhou o Instagram, acompanhada de #VivasLasQueremos” (“As Queremos Vivas”).

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#MexeuComUmaMexeuComTodas ou #MexeuComUma #MexeuComTodas

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Em março de 2017, Susllem Tonani, figurinista da novela “A lei do amor”, resolveu quebrar o silêncio dos oito meses de assédio de José Mayer, em texto para o site da “Folha de S.Paulo”. O protagonista da trama chegou a colocar a mão em sua vagina, enquanto os colegas de estúdio riam, e, após sucessivas recusas, chamou-a de “vaca” no set.

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O relato desencadeou uma avalanche de reações indignadas entre atrizes, produtoras, maquiadoras e outras figurinistas da Rede Globo, que se articularam à distância e presencialmente, imprimiram camisetas com o tema: “Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas” e obrigaram a emissora a afastar Mayer da próxima novela.

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O ator negou o assédio, atribuindo o comportamento ao personagem que interpretava, mas também acabou pressionado a se retratar — embora tenha preferido culpar a criação machista a se desculpar efetivamente. E outros homens em posição de poder na televisão brasileira certamente estão mais alertas.

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#TimesUp

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Em outubro do mesmo ano, o jornal americano “New York Times” estampou em suas páginas o resultado de uma investigação detalhada sobre os abusos sexuais praticados há três décadas por Harvey Weinstein, um dos produtores mais influentes de Hollywood, contra atrizes, modelos, apresentadoras de TV e outras produtoras.

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Poderoso, Weinstein fazia as denúncias desaparecerem ou silenciava as vítimas com dinheiro e ameaças — seus funcionários sabiam, mas ninguém se manifestava. Rose McGowan e Ashley Judd foram as primeiras a falar, seguidas por Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e dezenas de atrizes.

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Nasceu o manifesto “Time’s Up” (“O Tempo Acabou”), assinado por 300 mulheres da indústria do entretenimento, incluindo Reese Witherspoon, Natalie Portman e Shonda Rimes, para combater o assédio no local de trabalho e garantir igualdade de salário e oportunidades entre homens e mulheres — a plataforma arrecadou mais de U$ 13 milhões em doações.

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Weinstein foi demitido do estúdio que ele próprio fundou, expulso da Academia do Oscar e desencadeou uma série de denúncias contra outros figurões. O movimento ainda ganhou força no Globo de Ouro de 2018, quando as famosas se vestiram de preto e a apresentadora Oprah Winfrey discursou em defesa das mulheres.

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#MeToo

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Na sequência do escândalo hollywoodiano, a atriz americana Alyssa Milano fez explodir nas redes sociais de 196 países a hashtag #MeToo, convidando em seu Twitter mulheres que tinham sofrido assédio ou violência sexual a replicarem com “eu também” (tradução em português) — e conquistando o apoio de Lady Gaga, Monica Lewinsky, Anna Paquin, Evan Rachel Wood, Patricia Arquette.

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Mas o movimento “Me Too” foi criado muito antes, mais especificamente em 2006, pela ativista Tarana Burke, presidente da ONG Just Be, Inc., com o objetivo de apoiar vítimas jovens e negras — como a garota de 13 anos que havia lhe contado sobre o estupro protagonizado pelo namorado da mãe. A ideia era dar voz a essas mulheres e, ao mesmo tempo, mostrar que elas não estavam sozinhas.

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#DeixaElaTrabalhar

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Em março de 2018, 52 jornalistas assinaram o manifesto “Deixa Ela Trabalhar”, em defesa da atuação das mulheres no esporte. Apresentadoras, repórteres, produtoras e assessoras de veículos de comunicação denunciavam o assédio moral e sexual sofrido por elas nos estádios, nas ruas e nas próprias redações.

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Clubes como Atlético-MG, Atlético-GO, Bahia, Botafogo, Chapecoense, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Paysandu, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport e Vitória logo aderiram ao movimento, que ganhou reforço também da Confederação Brasileira de Judô e da Liga Nacional de Basquete.

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#EleNão

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No final de setembro do mesmo ano, ocorreu a maior manifestação de mulheres da história do Brasil, em repúdio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro. Participaram 114 cidades, destacando-se São Paulo (Largo da Batata) e Rio de Janeiro (Cinelândia) — além de atos espalhados pelo mundo, como Nova York, Lisboa, Paris e Londres.

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“Ele Não” também foi a manifestação mais significativa contra um candidato, o que gerou polêmica em relação a seu resultado. A ideia surgiu em um grupo de Facebook com mais de 3 milhões de membros, ganhou as redes, passou pelo perfil de famosas como Madonna e ajudou a popularizar principalmente o feminismo jovem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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