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‘Coisa Mais Linda’ debate papel da mulher num Brasil machista, porém simplista

Saiu no site JOVEM PAN

 

Veja publicação original: ‘Coisa Mais Linda’ debate papel da mulher num Brasil machista, porém simplista

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Nova produção brasileira original da Netflix, “Coisa Mais Linda” estreou como músicas da Bossa Nova: devagar, vem conquistando audiência, ganhando elogios. Embalada por um ritmo tranquilo, porém bem compassado, a série estrelada por Maria Casadevall tem como um de seus grandes destaques a eficiente reconstituição de época, mais precisamente 1959. Figurino, direção de arte e efeitos conseguem transpor muito bem a atmosfera da época para contar a história de mulheres que tentam seguir os próprios sonhos, mas esbarram em problemas sociais e no machismo sufocante de um país conservador.

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Abandonada pelo marido, Malu deixa o filho com os pais e decide abrir um bar de música. Adélia, negra e analfabeta, trabalha como empregada doméstica e é a toda hora confrontada com a sociedade racista. Lígia (Fernanda Vasconcellos) tem o sonho de ser cantora, mas abre mão dele em nome da carreira política do marido enquanto é vítima de violência doméstica. Já Thereza (Mel Lisboa) é uma jornalista que lida com o machismo no ambiente de trabalho.

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Para muita gente, um seriado estrelado por personagens femininas em um contexto de época nas quais mulheres não tinham tanta voz é um grande avanço. E pode ser mesmo. O problema é que boa parte dessas histórias é contado de maneira um tanto simplista, com resoluções fáceis para situações complexas. Em dada medida, a condução da história flerta um pouco com o melodrama das novelas de TV. E tem sido este o principal desafio da séries nacionais: fugir desse tipo de comparação. A inspiração de outras séries vem de maneira clara, mas por vezes equivocada: em algumas cenas Malu lembra a protagonista de “The Marvelous Ms. Maisel”, da Amazon, com comportamento bem diferente do que vinha apresentando.

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As representações, embora estereotipadas, despertam discussões, mas perdem a chance de aprofundar questões importantes para valorizar as confusões amorosas da mocinha. Dito isso, “Coisa Mais Linda” é redonda e agradável de se ver, mas precisa traçar sua teia de maneira mais complexa em sua segunda temporada. O gancho do final da primeira leva de episódios é ótimo e pode ser usado para deixar a produção ainda mais ambiciosa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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