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A canção de protesto das mulheres chilenas corre o mundo e já chegou a Portugal

Saiu no site JORNAL DE NOTÍCIAS  – PORTUGAL

 

Veja publicação no site original: A canção de protesto das mulheres chilenas corre o mundo e já chegou a Portugal

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A canção de protesto criada por um grupo feminista durante os protestos do Chile tornou-se viral em poucos dias e espalhou-se por todo o planeta. Líbano, México, Espanha, Estados Unidos, Turquia e Portugal. “Um violador no teu caminho” caracteriza-se por uma instalação artística contra a violência de género. Que não está refém das coordenadas geográficas.

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Desde outubro que milhares de chilenos estão nas ruas a protestar contra a desigualdade social e a violação dos direitos humanos no país. A violência dos protestos foi suficiente para que a COP25, Cimeira do Clima da ONU, fosse reencaminhada para Madrid, em Espanha.

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As denúncias de violações, abusos e agressões sexuais contra mulheres multiplicaram-se também durante os protestos, de acordo com o jornal “Folha de São Paulo”. No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, 25 de novembro, um grupo feminista chileno, LASTESIS, criou uma música “Um violador no teu caminho” que se tornou um hino em várias latitudes.

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A coreografia e a música tornaram-se virais e eclodiram nas redes sociais. Com vendas nos olhos, centenas de mulheres cantaram e dançaram uma melodia que pretende, segundo as organizadoras, ser uma voz mundial contra a impunidade dos agressores sexuais. “A culpa não era minha, nem onde estava, nem como me vestia. O violador eras tu”, dizem em alto e bom som.

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Em dados revelados pela Rede Chilena Contra a Violência contra as Mulheres, citados pelo “El País”, em 2018, ocorreram cerca de 42 casos de crimes sexuais por dia naquele país. Entre três e dez casos nunca são denunciados às autoridades. Segundo a LASTESIS, este é também um dos principais problemas do Chile: a impunidade está enraizada no sistema político, social e judicial.

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Na demonstração de “Um violador no teu caminho”, as mulheres aparecem com os olhos tapados como um símbolo de todos os que ficaram cegos (total ou parcialmente) durante os protestos no Chile. O Instituto Nacional de Direitos Humanos esclarece que pelo menos 352 pessoas terão sido atingidas nos olhos pelas autoridades.

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Algumas mulheres vestem roupas ousadas e usam maquilhagem para mostrar que a imagem feminina não pode ser usada para justificar qualquer crime sexual. Durante a coreografia, as manifestantes agacham-se para se referir a uma prática que alegadamente acontece quando as mulheres são detidas: a de se baixarem, por vezes sem roupa, perante os agentes da polícia ou os militares.

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Não faltou muito tempo para que a Internet fizesse o seu papel na transmissão de gestos e movimentos sociais. A música chilena saiu do país de onde nasceu e espalhou-se pela Índia, Líbano, Espanha. Turquia e Portugal. Embora com contextos muito diferentes, vários grupos fizeram questão de que “Um violador no teu caminho” não nascesse e se ficasse apenas pelo Chile.

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Em Nova Deli, na Índia, a música ganhou particular relevância, após o caso da jovem que terá sido violada por um grupo de homens e foi depois incendiada a caminho do tribunal, quando ia testemunhar contra os seus agressores. A mulher de 23 anos viria a morrer este sábado.

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“O nosso conteúdo é violento. Não queimamos nada, mas o nosso discurso é incendiário”, esclarece uma dos membros do grupo chileno, citada pelo jornal espanhol.

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A agressividade nas palavras será um possível passo, de acordo com a LASTESIS, para que as mudanças na forma como homens e mulheres encaram a violência de género aconteçam verdadeiramente. As mulheres que fazem parte deste coletivo afirmam que não tem qualquer ligação a partidos políticos.

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Na Turquia, um grupo de mulheres foi reprimido numa carga policial em Istambul, após terem cantado a música contra a violência de género. No mesmo dia, em Portugal, cerca de 150 mulheres cantavam em liberdade a letra de “Um violador no teu caminho”.

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Deverão seguir-se mais manifestações como esta no Porto, este sábado, na Avenida dos Aliados, às 21.30 horas, para encerrar o Encontro Feminista Internacional.

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