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Mulheres sofrem mais com o isolamento social do que os homens

Saiu no CORREIO BRAZILIENSE.

Veja Publicação Original.

Ficar em casa o máximo possível e esperar até o pior passar. Essas foram as principais posturas adotadas pela maioria das pessoas para ajudar na contenção da covid-19 ao longo do ano. Apesar da eficácia para barrar a disseminação do novo coronavírus, o isolamento social prolongado gerou prejuízos à saúde mental, percebidos como cansaço, sentimento de solidão, insônia e variações no humor. Problemas que, segundo pesquisadores canadenses, são ainda maiores para as mulheres.

Em um estudo on-line, psicólogos da Universidade de Calgary observaram que dificuldades para dormir e problemas comportamentais, como ansiedade e depressão, eram mais frequentes na população feminina, durante a pandemia. As conclusões foram apresentadas na revista especializada Frontiers in Global Women’s Health e podem contribuir, futuramente, no desenvolvimento de estratégias de tratamento psicológico.

De acordo com os especialistas, o estudo foi um dos primeiros feitos com o objetivo de entender melhor as mudanças de humor e o nível da qualidade de sono durante a pandemia da covid-19. “Embora eficazes em conter a disseminação do novo coronavírus, o isolamento e o distanciamento social causaram uma interrupção na rotina de muitas pessoas no mundo. Diante dessas mudanças, era muito importante acompanhar a saúde dos reclusos para identificar o surgimento de problemas e quais seriam eles”, ressaltou a principal autora do estudo, Veronica Guadagni, do Departamento de Psicologia da universidade.

Veronica Guadagni e sua equipe entrevistaram 571 pessoas — 112 homens e 459 mulheres — com idade média de 25 anos. O estudo ocorreu entre 23 de março e 7 de junho. “Durante esse período, escolas e empresas foram fechadas, e as pessoas ficaram em casa o máximo possível. Foi um bloqueio severo, mas necessário para evitar a transmissão do vírus”, destacou a especialista.

Na avaliação das respostas dadas ao questionário, os pesquisadores observaram que 66% dos entrevistados relataram má qualidade do sono e mais de 39% disseram ter sofrido um aumento de sintomas relacionados à insônia, ansiedade e angústia. A equipe de pesquisa também verificou que os problemas para dormir e sinais de depressão e ansiedade foram mais prevalentes em mulheres.

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