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Quenianas lutam contra o assédio nas ruas

Saiu no site OPINIÃO & NOTÍCIA

 

Veja publicação no site original: Quenianas lutam contra o assédio nas ruas

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Movimento ‘chalk back’ incentiva mulheres a escreverem as frases de seus agressores nas calçadas para expor a violência do assédio nas ruas

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Mulheres e meninas em Kibera, uma das maiores comunidades da África, em Nairóbi, capital do Quênia, estão escrevendo suas experiências de agressões verbais e assédio sexual nas ruas para mostrar a violência a que são submetidas.

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Zubeida Yusuf, de 22 anos, mora em Kibera desde que nasceu e os insultos e assédio dos homens fazem parte de sua vida.

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“Os homens dizem coisas terríveis como, por exemplo, você é enorme de gorda, por acaso sua mãe é açougueira? Deus não caprichou em seus seios grandes e caídos, nem em suas nádegas enormes”, relata a jovem.

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Mas com o tempo, Yusuf aprendeu a se defender e está ajudando outras mulheres em Kibera a protestar contra o comportamento abusivo dos homens na campanha intitulada “Chalk Back”.

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Com giz e canetas coloridas, Yusuf e outras mulheres estão anotando suas experiências de assédio nos muros e calçadas das ruas e em cartazes.

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“Hoje, quando os homens me insultam, eu os encaro e pergunto, sem medo, por que estão me agredindo. Mas mulheres mais jovens ainda se sentem intimidadas”, disse Yusuf.

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Caroline Mwikali, uma jovem de 20 anos, comentou que alguns dos insultos que ouve a magoam profundamente.

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“É impossível andar pelas ruas sem ouvir algo desagradável. Às vezes, somos tratadas como animais. Isso afeta a autoestima. Será que sou um ser tão desprezível como eles dizem?”, diz Mwikali.

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De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a falta de dados comparativos e de políticas de proteção aos direitos das mulheres dificulta o combate ao comportamento abusivo dos homens em culturas machistas.

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Em 2019, uma pesquisa da Plan International sobre assédio e intimidação em cinco cidades indicou que só uma em cada dez mulheres relata sua experiência às autoridades. Em geral, o assédio não é considerado um crime.

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O assédio sexual e a violência verbal nas ruas restringem a presença de mulheres em espaços públicos, o que as prejudica tanto do ponto de vista social quanto profissional.

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“Há certos lugares que evito em Kibera. Quando vejo um grande grupo de homens reunidos, sigo outro caminho. À noite, é perigoso sair de casa. Muitas mulheres foram estupradas em ruas distantes do centro da comunidade”, disse Mwikali.

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As mensagens e relatos de Yusuf e de outras mulheres que participam da campanha sensibilizaram alguns homens.

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“Achávamos que tínhamos o direito de desrespeitar e ser agressivo com as mulheres. Em nossa mentalidade, era uma forma de mostrar virilidade. Não tínhamos consciência que nossas palavras e atos pudessem ferir tanto as pessoas”, observou Wilson Maina, de 25 anos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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