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Promotora: Assassinato de médica por policial alerta para violência psicológica

Um alerta para TODAS as mulheres: A violência psicológica também mata.

Mais um caso, uma mulher a menos: mãe de 2 filhas de 2 e 9 anos, médica, jovem, com a vida inteira pela frente. Seus sonhos foram levados pelo machismo, de forma cruel e covarde. Estou de luto junto com o Estado do Espírito Santo.
Fiz um compilado de todas as matérias a respeito do caso, inclusive com a carta deixada por Milena Gottardi Tonini . Por favor, TODAS precisam ler.

 

 

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:

 

Veja publicação original:  Promotora: Assassinato de médica por policial alerta para violência psicológica

 

 

Milena Gottardi Tonini Frasson foi morta por Hilário Frasson na frente do Hospital das Clínicas no Espírito Santo. Ele não aceitava o fim do casamento

 

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assassinato da médica Milena Gottardi Tonini Frasson, morta a tiros na saída do Hospital das Clínicas, na última quinta-feira (14) em Vitória (ES), alerta para um tipo de violência muitas vezes invisível: a psicológica. O crime teria sido planejado pelo ex-marido da vítima, o policial civil Hilário Frasson, por não aceitar a separação. Seu comportamento abusivo foi descrito em uma carta deixada pela vítima.

 

 

“As conversas com ele sempre partiam para o lado das ameaças. Falava que não sairia de casa, nem deixaria as meninas, que se um dia me separasse ele declararia guerra, e se mataria (falou isso perto de X dentre outras falas). Me sinto uma refém dentro da minha própria casa. Está insuportável! Não quero brigar com ele, mas também não consigo ter uma conversa, um diálogo. Ele não permite isso.”

 

 

De acordo com Caudia Santos Garcia, promotora de justiça e coordenadora estadual do Núcleo de Enfrentamento contra Mulher, do Ministério Público do Espírito Santo, a vítima evitou pedir uma medida protetiva para preservar a carreira do acusado. Os dois estavam em processo litigioso de separação.

“A preocupação dela era não prejudicá-lo por ele ser pai de suas filhas. Isso reforça a lógica do patriarcado, na qual a mulher se sente responsável pelo relacionamento entre pai e filhos”, explicou.

 

 

Para a promotora de justiça Gabriela Manssur, a violência psicológica, em casos como este, é invisível. “Este é um crime que não deixa vestígios e, via de regra, não tem testemunha. Inclusive a própria mulher demora um tempo para perceber. O caso é um alerta para a violência psicológica”, explicou à Marie Claire.

 

 

A mulher, diz, fica fragilizada, perde a autoestima e tem dificuldades para pedir ajuda. “É como se vivesse um isolamento social, e aos olhos da sociedade pode parecer fraqueza”.

 

 

Além disso, por não haver provas físicas, é a palavra dela contra a do marido. “Nesses casos, as únicas testemunhas em geral são os filhos”.

 

Quatro homens foram presos por suspeita de envolvimento com o crime, entre eles o ex-marido  da vítima, o policial civil Hilário Frasson, e o pai do acusado. Se condenados pelo crime de feminicídio podem pegar entre 12 a 30 anos de prisão. O caso está sob sigilo de justiça.

 

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Médica não pediu medida protetiva contra ex-marido para preservar carreira dele

 

Saiu no site HORA DO BRASIL:

 

Veja publicação original: Médica não pediu medida protetiva contra ex-marido para preservar carreira dele

 

a médica Milena Gottardi Tonini Frasson de 38 anos assassinada na última quinta feira 14, teria se recusado a pedir uma medida protetiva contra ex marido o policial civil Hilário frasson para preservar a carreira dele.

 

A informação é da polícia civil que na tarde desta quinta feira 21 apresentou mais detalhes sobre as investigações a respeito do crime que continua em andamento.

 

De acordo com o secretário de estado da segurança pública Andre Garcia, há indícios de que Milena era vítima de violência doméstica praticada pelo ex marido.

 

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Carta deixada por médica revela medo de morrer: “Me sinto uma refém”

 

Saiu no site GAZETA ONLINE:

 

Veja publicação original: Carta deixada por médica revela medo de morrer: “Me sinto uma refém”

 

O documento, revelado nesta quinta-feira (21) por uma pessoa próxima de Milena, foi registrado pela própria médica em cartório, e detalha que, além de problemas no casamento, ela enfrentava o medo do que poderia acontecer com as duas filhas

 

Carta deixada pela médica Milena antes de ser morta em Vitória
Carta deixada pela médica Milena antes de ser morta em Vitória
Foto: Gazeta Online
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Uma carta escrita no dia 5 de abril deste ano pela médica Milena Gottardi, 38 anos, revela a situação em que vivia a vítima meses antes de ser executada. O documento, revelado nesta quinta-feira (21) por uma pessoa próxima de Milena, foi registrado pela própria médica em cartório, e detalha que, além de problemas no casamento, ela enfrentava o medo do que poderia acontecer com as duas filhas que deixou, de dois e nove anos (veja a transcrição da carta, na íntegra, no final da matéria) .

 

 

Me sinto uma refém dentro da minha própria casa. Está insuportável. Não quero brigar com ele, mas também não consigo ter uma conversa, um diálogo. Ele não permite isso

Trecho da carta de Milena Gottardi

A médica começa dizendo que estava com problemas na separação e destaca: “por várias vezes ele (Hilário) demonstrou um temperamento difícil com mudanças de humor frequentes durante o dia. Reage com agressividade em algumas situações, porém sem agressão física. A agressividade é feita através de palavras”, afirma.

 

 

Confira os principais pontos da carta

 

Pressentiu a morte

Em trecho da carta, Milena sugere que tinha medo de ser morta pelo ex-marido Hilário Antônio Fiorotti Frasson. Ela também detalha que o processo de separação estava complicado e levantou a hipótese de o marido se suicidar. “[…] se acontecer algo de ruim comigo, por exemplo, se Hilário Antônio Fiorotti Frasson me matar e, pode ser que tente se matar também […]”.

 

 

Ameaças

Durante vários momentos do documento, que foi registrado em cartório, Milena revela que o ex-marido era agressivo com ela e com as crianças, e que ela não conseguia manter um diálogo com ele. Além disso, a médica complementa lamentando que não sabia mais o que fazer. “[…] por várias vezes ele demonstrou um temperamento difícil com mudanças de humor frequentes durante o dia. Reage com agressividade em algumas situações […] a agressividade é feita através de palavras”.

 

 

Manias do ex-marido

Milena, após relatar episódios de ameaça, também sugere que Hilário poderia sofrer de uma doença psiquiátrica. “[…] (Hilário) tem manias como de limpeza excessiva que ao meu ver é muito sugestivo de transtorno obsessivo compulsivo”.

 

 

Alcoolismo

A médica, morta na quinta-feira (14), aponta o terror que era conviver com Hilário quando a bebida passou a fazer parte do cotidiano da família. “A situação ficou mais grave a partir do momento que o alcoolismo começou a se tornar algo real nas nossas vidas. Ele era um etilista social (embora mesmo nos finais de semana sempre abusava da quantidade de álcool), o hábito se tornou diário”.

 

Guarda das filhas

Prevendo seu possível assassinato, a médica se adiantou e deixou clara a vontade que tinha de que suas filhas, de dois e nove anos, ficassem sob a guarda do irmão, Douglas. Ela queria que as meninas continuassem tendo uma boa educação e avaliou que a família dela poderia proporcionar isso.

 

 

O trecho em que isso é detalhado, descreve: “[…] se Hilário Antônio Fiorotti Frasson me matar […] eu desejo que minhas filhas “X” e “XX” fiquem sob a guarda do meu irmão Douglas Gottardi Tonini com a supervisão de minha mãe Zilda Maria Gottardi porque assim ficarei em paz”.

 

 

Mensagem às filhas

Prevendo a própria morte e com medo de deixar as filhas sem orientação, Milena, no último parágrafo da carta, deixou uma mensagem às filhas.

Leia:

 

 

“A “X” e a “XX” tenham certeza de que vocês são o bem maior que tenho. O meu amor por vocês é infinito. Um dia vocês saberão que a mamãe tentou de todas as formas manter o casamento, mas não deu. E a separação foi a forma que eu encontrei de busca a nossa paz e a nossa felicidade. Eu sempre estarei com vocês para protegê-las e amá-las.”

 

 

A carta deixada por Milela Gottardi

Vitória, 05 de abril de 2017

Meu nome é Milena Gottardi Tonini , sou mãe de “X” (9 anos) e “XX” (1 ano e 10 meses). Sou casada com Hilário Antônio Fiorot Frasson, mas estamos em processo de separação. Temos um relacionamento de 20 anos (7 anos de namoro e 13 anos de casamento).

 

 

Por várias vezes ele demonstrou um temperamento difícil com mudanças de humor frequentes durante o dia. Reage com agressividade em algumas situações, porém sem agressão física. A agressividade é feita através de palavras. Tem manias como de limpeza excessiva que ao meu ver é muito sugestivo de transtorno obsessivo compulsivo.

 

 

Toda essa personalidade sempre me preocupou e me oprimiu porque nunca sabia como ele reagiria às situações do cotidiano. Orientei por diversas vezes à procura de tratamento psiquiátrico, mas ele nunca levou a sério. Ia ao psiquiatra, mas não seguia o tratamento proposto. A situação ficou mais grave a partir do momento que o alcoolismo começou a se tornar algo real nas nossas vidas. Ele era um etilista social (embora mesmo nos finais de semana sempre abusava da quantidade de álcool), o hábito se tornou diário.

 

 

Em relação às meninas, sempre foi um bom cuidador, porém, principalmente com a “X” usava também de palavras agressivas e castigos físicos […].

 

 

A nossa relação sempre foi de posse. Ele sempre demonstrou muita obsessão à minha pessoa, mesmo antes do namoro.Diante de todos esses fatos, hoje sairei dessa com minhas filhas por determinação judicial, uma vez que estou desde o dia 5 de março de 2017 tentando convencê-lo a sair de casa ou aceitar pacificamente a separação. No entanto, não obtive êxito nas inúmeras tentativas.

 

 

As conversas ele sempre partia para o lado das ameaças. Falava que não sairia de casa, nem deixaria as meninas, que se um dia me separasse, ele declararia guerra, e se mataria (falou isso perto de “X” dentre outras falas). Me sinto uma refém dentro da minha própria casa. Está insuportável! Não quero brigar com ele, mas também não consigo ter uma conversa, um diálogo.

 

 

Ele não permite isso. Temo pelas crianças. A “X” está em acompanhamento com psicóloga “Y”, a qual orientou sempre pouparmos de qualquer divergência entre o casal, mas ele grita e fala coisas terríveis perto dela.

 

 

Não aguento essa situação, por isso pedi ao juiz a liberação para sair de casa com as meninas para me poupar e, principalmente, as minhas filhas de um ambiente hostil.

 

 

No entanto, não sei qual será a reação dele. Tenho medo que essa agressividade verbal se concretize em atitudes. Temo em ele tirar sua própria vida e, como vemos em muitos casos, tirar a minha vida também.

 

 

Poderia ir na delegacia e relatar meus temores, mas não quero prejudicá-lo. Desejo muito que a situação seja resolvida pacificamente.

 

 

Embora eu desejo e rezo pela paz. Tenho duas crianças que dependem de mim que são “X” e “XX”, dependem do meu amor, do meu carinho, dos meus ensinamentos e financeiramente.

 

 

Por isso, venho através desta carta expor a minha vontade que, se acontecer algo de ruim comigo, por exemplo, se Hilário Antônio Fiorotti Frasson me matar e, pode ser que tente se matar também, eu desejo que minhas filhas “X” e “XX” fiquem sob a guarda do meu irmão Douglas Gottardi Tonini com a supervisão de minha mãe Zilda Maria Gottardi porque assim ficarei em paz.

 

 

Sei que eles têm plenas condições de seguir com os ensinamentos e afeto para com as minhas filhas da forma que eu mesma faria. Bem como de utilizar todos os benefícios financeiros a favor da educação das minhas filhas.

 

 

Expresso essa vontade em vida e na forma dessa carta para que, se acontecer algo comigo, que as autoridades responsáveis possam se sensibilizar com o desejo de uma mãe que estava em busca somente de paz.

 

 

A separação será para mim a busca de paz e, com isso, uma casa harmonioza para criar minhas filhas. A “X” e a “XX” tenham certeza de que vocês são o bem maior que tenho. O meu amor por vocês é infinito. Um dia vocês saberão que a mamãe tentou de todas as formas manter o casamento, mas não deu.

 

 

E a separação foi a forma que eu encontrei de busca a nossa paz e a nossa felicidade. Eu sempre estarei com vocês para protegê-las e amá-las.

 

 

*As filhas da médica foram identificadas como “X” e “XX”, e a psicóloga à que Milena se referiu é chamada de “Y” para preservar as identidades destas pessoas.

 

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Lavrador diz que ex-marido de médica morta no ES o procurou para ‘eliminá-la’

Saiu no site G1 ESPÍRITO SANTO:

 

Veja publicação original:  Lavrador diz que ex-marido de médica morta no ES o procurou para ‘eliminá-la’

 

Valcir, no entanto, afirmou que não tinha coragem de executar a médica e, então, indicou Dionathas Alves Vieira, mas acompanhou o crime de perto.

 

lavrador suspeito de intermediar a morte da médica Milena Gottardi, Valcir da Silva, confessou, em depoimento à polícia nesta quinta-feira (21), que o policial civil Hilário Frasson entrou em contato com ele para “eliminar” a ex-mulher.

Valcir, no entanto, afirmou que não tinha coragem de executar a médica e, então, indicou Dionathas Alves Vieira, preso na última sexta-feira (21).

G1 tentou falar com o advogado do lavrador, Carlos Eduardo Lyrio, mas não conseguiu contato.

A médica oncologista pediátrica Milena Gottardi Tonini Frasson foi baleada no estacionamento do Hospital das Clínicas, em Vitória, na noite de 14 de setembro. Inicialmente, o crime foi tratado como uma tentativa de assalto, mas agora a investigação é feita sob sigilo policial. O secretário estadual da Segurança Pública, André Garcia, afirmou que o crime tem características de feminicídio.

Ao longo do depoimento, divulgado pela Polícia Civil, Valcir relatou que vinha conversando com Hilário há cerca de dois meses. Como afirmou não ter coragem de atirar, ele indicou Dionathas e acompanhou todo o desenrolar do crime de perto, ao lado de Ermenegildo Palauro Filho (foragido), que foi chamado porque Valcir estava com a carteira de habilitação vencida.

Durante os dois meses que conversou com Hilário, os três (Valcir, Dionathas e Ermenegildo) foram ao hospital diversas quintas-feiras, para planejar o homicídio. Algumas vezes, Valcir contou que deu errado, porque Milena estava acompanhada.

No dia do crime, o lavrador disse, em depoimento, que foi até o hospital, acompanhado de Ermenegildo e, em seguida, foram embora, porque não viu a médica passar com outra mulher. Quando aguardava no semáforo para sair, contou que chegou a ouvir os disparos e, depois, foram para a casa de Valcir, em Timbuí, Fundão.

O lavrador disse ainda que foi instruído por Hilário a afirmar que o ocorrido foi um latrocínio.

Segundo o depoimento, o pai do policial civil, Esperidião Carlos Frasson, sabia de tudo, já que, sempre que falhavam na tentativa de homicídio, ele perguntava por que tinha dado errado.

Ao fim, Valcir disse estar arrependido, porque “não precisava disso” e nunca foi preso ou processado por coisa alguma. Nesta quinta, ele foi encontrado pelos policiais em um matagal em Fundão e acabou preso. 

Hilário Antônio Fiorot  Frasson, mandante e ex-marido; Esperidião Carlos Frasson, mandante e ex-sogro; Dionatas Alves Vieira, executor; Valcir da Silva Dias, intermediário preso; Hermenegildo Palauro Filho, intermediário foragido (Foto: Divulgação/ Sesp)

Hilário Antônio Fiorot Frasson, mandante e ex-marido; Esperidião Carlos Frasson, mandante e ex-sogro; Dionatas Alves Vieira, executor; Valcir da Silva Dias, intermediário preso; Hermenegildo Palauro Filho, intermediário foragido (Foto: Divulgação/ Sesp) 

Ex-marido preso

ex-marido da médica, Hilário Frasson, foi preso na tarde desta quinta-feira (21). O pai dele também está preso, desde às 5h desta quinta. Os dois são apontados como mandantes do crime. Dois intermediários do assassinato e o executor também estão detidos. Uma pessoa está foragida.

As informações da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), dão conta de que ex-marido Hilário Antônio Fiorot Frasson e o pai dele Esperidião Carlos Frasson são suspeitos de serem os mandantes. Dionatas Alves Vieira seria o executor. Valcir da Silva Dias (preso) e Ermenegildo Palauro Filho (foragido) são suspeitos de serem os intermediadores. Bruno Rodrigues teria roubado a moto usada no crime.

Hilário Frasson, ex-marido de Milena Gottardi (Foto: Edson Chagas/ A Gazeta)

Hilário Frasson, ex-marido de Milena Gottardi (Foto: Edson Chagas/ A Gazeta) 

Carta

Hilário foi preso após a divulgação de uma carta escrita a próprio punho pela médica Milena, registrada em cartório. O conteúdo era sobre o processo difícil de separação e sobre o comportamento do ex-marido. “A carta ajuda muito na investigação, porque foi reconhecida em cartório. É uma prova que estava realmente sofrendo ameaças”, disse o delegado Guilherme Daré, chefe da Polícia Civil.

Secretaria de Segurança

Em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira, após a prisão do ex-marido, o secretário de Segurança Pública (Sesp), André Garcia, informou que Hilário e o pai, Esperidião Carlos Frasson, são os mandantes. Também estão presos o executor e dois intermediários do assassinato de Milena

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Caso Milena Gottardi: entenda como aconteceu a morte da médica

Saiu no site G1 ESPÍRITO SANTO:

 

Veja publicação original:  Caso Milena Gottardi: entenda como aconteceu a morte da médica

 

Médica morreu após ser baleada no dia 14 de setembro de 2017. O ex-marido e o pai dele foram presos uma semana depois, suspeitos de serem os mandantes do crime.

 

morte da médica Milena Gottardi completa uma semana nesta sexta-feira (22). Ela foi baleada na cabeça quando saía do Hospital das Clínicas, em Vitória. A polícia afirma que Milena foi vítima de um crime de mando e os suspeitos são o ex-marido dela, Hilário Frasson, e pai dele, Esperidião Frasson, que foram presos junto com dois intermediários e um executor.

Entenda como o crime aconteceu

 

 

Milena é baleada

Na noite do dia 14 de setembro, depois de trabalhar no Hospital das Clínicas, em Vitória, a médica Milena Gottardi e uma outra médica seguem para o estacionamento e são abordadas por um homem, anunciando um assalto. Elas não reagem, mas Milena é baleada na cabeça.

Milena morre

Após ser socorrida em estado gravíssimo e passar quase um dia internada, a médica teve a morte cerebral confirmada às 16h50 do dia 15 de setembro. A família autorizou a doação das córneas.

Amigos e familiares se despedem de Milena

Ao liberar o corpo de Milena no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, o ex-marido dela, Hilário Frasson, tem a arma e o celular apreendidos pela polícia. O velório e enterro aconteceram em Fundão, onde Milena nasceu. Emocionados, parentes e amigos se despedem e prestam homenagens à médica. O ex-marido não participou.

Primeiros suspeitos são presos

A hipótese de latrocínio é descartada pela polícia e os dois primeiros suspeitos começam a ser presos no dia 16 de setembro. Dionatas Alves Vieira confessa ter atirado contra a médica para receber R$ 2 mil; e Bruno Rodrigues é preso suspeito de roubar a moto usada no crime. O veículo também é apreendido.

Sogro e intermediário são presos

Às 5h do dia 21 de setembro, o sogro de Milena, Esperidião Carlos Frasson, é preso, suspeito de ser o mandante do crime. O lavrador Valcir da Silva também é detido, suspeito de ser o intermediário. Em depoimento, Valcir diz que foi procurado por Hilário, porque queria “eliminar” a ex-mulher.

Carta escrita por Milena é divulgada

Uma carta escrita por Milena em abril, relatando os motivos da separação, é divulgada após a prisão do sogro, na manhã do dia 21 de setembro. A médica também fala sobre o comportamento violento do ex-marido e as ameaças que sofria.

Ex-marido é preso

Uma semana depois do crime e após a divulgação da carta, o ex-marido de Milena é preso, na tarde do dia 21 de setembro. Antes disso, ele foi trabalhar normalmente. Junto com o pai, Hilário é suspeito de mandar matar a médica.

OS SUSPEITOS

Hilário Frasson

Ex-marido de Milena Gottardi. É suspeito de ser o mandante do crime. Foi preso no dia 21 de setembro.

O que diz a defesa:

O advogado de Hilário, Homero Mafra, disse que a prisão se trata de um equívoco, uma injustiça e que não se sustenta. Ele ainda informou que vai analisar o caso neste fim de semana.

Valcir da Silva

Suspeito de ser intermediário do crime. Conhecia Hilário, porque havia estudado com ele. Valcir afirmou em depoimento que dois meses antes do crime recebeu uma ligação de Hilário pedindo ajuda para matar Milena. Foi preso no dia 21 de setembro.

O que diz a defesa:

O advogado Carlos Eduardo Lyrio disse que o cliente dele não matou, nem recebeu nada pela morte da médica, apenas intermediou o contato entre mandante e executor.

Ermenegildo Palauro Filho

Junto com Valcir, é suspeito de ser intermediário do crime. Conhecia Hilário e Esperidião há mais de 30 anos. É considerado foragido.

O que diz a defesa:

O suspeito está foragido. Nenhuma defesa foi localizada.

Dionathas Alves Vieira

Suspeito de atirar em Milena. Foi contratado por Valcir e Ermenegildo para realizar o crime. Em depoimento, Dionatas disse que receberia R$ 2 mil para matar a médica. Foi preso no dia 16 de setembro.

Leonardo disse ainda que anteriormente o cliente havia dito que atirou porque foi pressionado, mas depois mudou a versão. Ele afirmou que Dionathas teve contato apenas com os intermediários e não sabia quem eram os mandantes.

Bruno Rodrigues

Cunhado de Dionathas. Suspeito de roubar a moto usada no crime. Foi preso no dia 16 de setembro.

O que a defesa diz:

A defesa não foi localizada pela reportagem.

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“Psicopatas como o Hilário não têm cura”, diz secretário de segurança

 

Saiu no site GUANDU:

 

Veja publicação original:  “Psicopatas como o Hilário não têm cura”, diz secretário de segurança
André Garcia explicou como funcionou a investigação até aqui, disse que o policial vai ser investigado pela Corregedoria e pediu que mulheres denunciem casos de violência

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Depois de uma semana de silêncio e com o ex-marido, Hilário Frasson, e o ex-sogro, Esperidião Carlos Frasson presos, a polícia esclareceu parte das dúvidas sobre a morte da médica Milena Gottardi. Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, o Secretário de Segurança, André Garcia, explicou como funcionou a investigação até aqui, disse que Hilário vai ser investigado pela Corregedoria da Polícia Civil e pediu que mulheres denunciem os casos de violência. “É importante procurar a polícia.Tem que pensar mais em você, mulher. Por que esses casos de homens violentos, esses psicopatas como o Hilário, esses não têm cura”, afirmou.

 

 

Confira a entrevista completa

O Hilário passou a noite, cerca de quase três horas, em depoimento. O que ele revelou para a polícia?

Ele se negou a falar sobre detalhes da dinâmica do crime e sobre os acertos que foram feitos, dizendo que só fala depois que a defesa tiver acesso ao inquérito.

 

 

E quando a defesa vai ter acesso ao inquérito?

A partir de ontem (quinta) com o levantamento do sigilo, essa questão vai ser solucionada e a defesa terá acesso ao inquérito e, posteriormente, ao processo.

 

 

Ele se negou a falar, mas pela investigações já dá saber o que motivou esse crime? Foi estritamente passional ou teve alguma questão econômica?

 

 

É difícil nesse momento a gente precisar a motivação, por que isso vai muito da cabeça da pessoa e ela não revela isso tão facilmente. Mas há um histórico aí, que a gente viu na reportagem, esse relato passo a passo, a carta deixada por ela, que aponta muito da personalidade dele e de um histórico de violência doméstica. E isso é muito perigoso. Quando começam esses atos de violência doméstica, normalmente isso resulta na morte da vítima, em um feminicídio.

 

 

O fato da polícia ter essa carta em mãos há algum tempo, já não era prova para chegar ao ex-marido?

Não era prova do fato, era prova da personalidade e do comportamento, que faz parte do conjunto probatório para você chegar à responsabilização de alguém por determinada ação ou omissão. Era uma indicação de que havia um sujeito com personalidade agressiva, um sujeito contraditório, dissimulado, frio. Mas havia necessidade de ter paciência na produção da prova, para gente evitar mais para frente, no processo, que questões sejam levantadas com relação a sua participação efetiva. Um coisa é o histórico de vida, a personalidade, outra coisa é se ele fez ou não fez, participou ou não do fato.

 

 

Além da carta, o que a polícia conseguiu contra o ex-marido?

São vários elementos de prova, alguns deles eu posso falar, outros não. Mas que consideraram depoimentos, o celular dele que foi estratificado e retirado dados, informações, ligações, pegamos todo o histórico de ligações do executor, do mandante, dos intermediários. Toda cadeia foi sendo montada já a partir da quinta-feira. São cinco presos e mais um foragido.

 

 

Sobre o Dionathas, o advogado dele disse que ele está com muito medo, que teme pela própria vida.

É natural pelo histórico dos mandantes, especialmente o pai do Hilário, que tem um histórico que está sendo levantado de crimes no passado. O pai dele, especialmente, é reconhecidamente muito violento. E o Hilário, como vimos, uma personalidade muito fria e que em função do que foi revelado nas investigações é um sujeito a ser temido mesmo.

 

 

O advogado do Dionathas disse que ele estava com medo até do mosquito dentro da prisão e que ele queria falar novamente. Ele foi ouvido de novo?

Ele foi ouvido, vai ser ouvido novamente por que isso é praxe no inquérito. O importante é que todas as informações fornecidas por ele e pelo intermediário, no caso o Valcir, foram fundamentais para que a polícia chegasse a esse desfecho.

 

 

O advogado do Dionathas disse que vai pedir proteção para ele. Isso é possível?

Ele já está preso, e nós estamos com atenção para ele. Desde o primeiro dia, nós já tínhamos desconfiança de que não parecia ser um caso de latrocínio. Nós pedimos a Justiça uma atenção especial para ele. O sistema prisional está muito adequado, seguro, e acredito que ele está em boas condições.

 

 

Todas as prisões são temporárias, de 30 dias, podendo ser prorrogadas?

Sim. O inquérito será concluído, haverá o indiciamento e, por aí, essas prisões poderão ser, inclusive, convertidas em prisões preventivas. A preventiva tem um prazo de duração mais longo para garantir que o processo transcorra normalmente com essas pessoa segregadas, sem condições de interferir no processo ou no testemunhos de outras pessoas,s em ameaças a terceiros. Essa é uma garantia da legislação para o processo siga tranquilamente.

 

 

O celular do ex-marido e a arma foram recolhidos. Por que a arma dele foi recolhida naquele momento?

No dia da morte da Dra. Milena começaram a chegar informações com relação ao relacionamento que eles mantinham, o fato deles estarem se separando, e por cautela, em um primeiro momento, a chefia da polícia civil determinou o recolhimento da armada dele, para que ele não cometesse um atentado, ou contra a vida dele, ou contra a vida dos filhos. Em um segundo momento a gente viu, que ele precisava mesmo ficar desarmado e passamos a fazer uma vigilância velada ao Hilário.

 

 

Mas ele continuou trabalhando? Por que ele não foi afastado?

Não havia elementos, do ponto de vista formal, para poder afastá-lo. Mas algumas precauções foram adotadas tanto com relação a ele, quanto com relação à família, que nós passamos a acompanhar. A família foi para um local mais seguro. Enquanto a gente não terminasse as investigações foram feitas essas ações para que ele continuasse agindo “normalmente”, da forma dissimulada como ele agiu e nós conseguíssemos acompanhá-lo, investigá-lo e coletar as provas que estavam faltando para realizar a prisão. Tudo isso foi feito em uma estratégia muito bem traçada pela Polícia Civil, de forma que ele fosse pego nas condições de ser preso.

 

 

Foi um caso todo mantido em sigilo, a polícia preferia o silêncio e falava “espera, espera”. Por que isso?

De certa forma nós fomos muito criticados por alguns, achando que esse sigilo seria por outro motivo. A questão da consternação e do sofrimento também dos policiais. A polícia investiga, mas sente também. Porque são elementos, todos, muito tristes. Nós entendemos pelo sigilo por causo do envolvimento de um policial. Havia necessidade de se preservar o que estava sendo feito, de impedir o acesso dele ao inquérito e de dificultar algum tipo de interferência na investigação.

 

 

Mas ele estava trabalhando. Isso não poderia permitir algum tipo de interferência?

De forma nenhuma. Ele não era um policial operacional, não estava no DHPM, não tinha nenhum acesso ao inquérito e nem sabia quem estava sendo ouvido.

 

 

Mas de um forma ou outra, ele é um Policial Civil, sabe como a polícia trabalha, conhece os processos de investigação. Como você vê um Policial Civil participando de um crime como esse?

Eu vejo como muita tristeza, por que o juramento que se presta não é para isso. É para proteger e defender a vida, ainda mais da família. Um ato cruel desse, ele o fez sabendo que os filhos iam ficar sem a mãe e sem o pai, porque a polícia ia chegar nele. Como secretário de segurança o sentimento é de decepção. Mulheres se preocupam com as famílias. A Dra Milena não pediu a medida protetiva de urgência, prevista na lei Maria da Penha, para proteger a carreira do Hilário, para evitar que ele fosse prejudicado nas promoções. O cenário que envolve a morte da mulher em um caso de feminicídio clássico, apontam para a necessidade de um reflexão maior, principalmente pelo homem capixaba. A gente precisa mudar essa cultura machista. O feminicídio é precedido de atos de violência, nem sempre violência física, mas psicológica, constrangimentos, grosserias constantes que levam a mulher a sofrimento. Nesse cenário a família tem que estar atenta, porque a mulher as vezes está envolvida, quer recuperar a relação. Chegou a hora da gente repensar, e aqui eu falo especialmente para os homens, o que estamos fazendo com nossas mulheres e o que estamos ensinando aos nossos filhos.

 

 

O inquérito já foi completamente concluído? Quais são os próximos passos?

O inquérito deve ser concluído nos próximos dias. Os passos são: o relatório, o indiciamento de todos, o Ministério Público oferece a denúncia e a partir daí, recebida a denúncia, eles são tratados como réus e processados. Enquanto Policial Civil, o Hilário será investigado também pela Corregedoria.

 

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