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Pela primeira vez, cozinheira fala de agressões do marido que a deixaram paraplégica: ‘Tinha esperança que ele ia mudar’

Saiu no site GSHOW

 

Veja publicação original:   Pela primeira vez, cozinheira fala de agressões do marido que a deixaram paraplégica: ‘Tinha esperança que ele ia mudar’

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Claudete Pereira, a estudante Isabelle Sant’Anna, a paisagista Elaine Caparróz e a promotora Gabriela Manssur discutiram violência contra a mulher no ‘Conversa com Bial’

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No Brasil, uma mulher morre vítima de violência a cada duas horas. É por isso que o feminicídio e a violência contra a mulher foram assunto do Conversa do Bial desta quinta-feira, 2/5. Pedro Bial acolheu o depoimento de três vítimas e trouxe informações de utilidade pública com a promotora de Justiça Gabriela Manssur.

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Claudete Pereira, que faz e vende coxinhas na periferia de São Paulo, quebrou o silêncio e falou pela primeira vez das agressões que sofreu do ex-marido e a deixaram paraplégica por um período. A cozinheira de 58 anos relatou que o antigo companheiro, com quem ficou por 13 anos, a agrediu por ciúmes depois de ela ter sido elogiada por vizinhos.

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“Eu fui dormir, deitei na cama, quando ele chegou me deu um chute, um pontapé bem forte nas costas. Eu fiquei paralítica [sic].”

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Isabelle Sant´Anna, Gabriela Mansur, Elaine Caparróz e Claudete Pereira falaram sobre violência doméstica no 'Conversa com Bial' — Foto: Reprodução/TV GloboIsabelle Sant´Anna, Gabriela Mansur, Elaine Caparróz e Claudete Pereira falaram sobre violência doméstica no ‘Conversa com Bial’ — Foto: Reprodução/TV Globo

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O homem chegou a construir um portão de madeira para que ela não tivesse contato com ninguém fora de casa.

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“Eu tinha medo, mas ele tinha os momentos carinhosos, isso me dava esperança que ele ia mudar.”

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Isabelle Sant’Anna

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A estudante Isabelle Sant’Anna foi colocada em cárcere privado pelo ex-noivo quando eles moravam em Orlando, nos Estados Unidos. A jovem de 22 anos contou que demorou para perceber que o relacionamento não era saudável.

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“Eu não sabia o que era um relacionamento abusivo, não entendia que violência doméstica realmente acontecia, achava que era coisa de filme. Mas não. Se eu ficar calada, é como se eu tivesse vinculada, como se eu tivesse aceitando isso. Eu faço questão de falar, contar minha história, para ajudar outras mulheres.”

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Isabelle Sant´Anna contou que foi colocada em cárcere privado pelo noivo — Foto: Reprodução/TV Globo

Isabelle Sant´Anna contou que foi colocada em cárcere privado pelo noivo — Foto: Reprodução/TV Globo

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O ex-namorado usou facas para ameaçá-la e frequentemente afirmava que ia matá-la e tirar a própria vida em seguida.

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“Eu me senti extremamente culpada, como se eu não desse amor suficiente a ele, mas que amor é esse? Que você tem que sofrer violência psicológica constantemente.”

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A promotora de Justiça do Estado de São Paulo Gabriela Manssur soube do caso de Isabelle pelas redes sociais e entrou com ações legais para protegê-la, como uma medida protetiva para ele não se aproximar dela e a retirada do passaporte do agressor, que foi preso nos Estados Unidos, mas fugiu para o Brasil. E está solto desde então.

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Gabriela Manssur contou como soube do caso de Isabelle — Foto: Reprodução/TV Globo

Gabriela Manssur contou como soube do caso de Isabelle — Foto: Reprodução/TV Globo

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“Há uma variação de comportamento do agressor muito rapidamente, repentinamente e nos extremos. Então ou ele é muito amoroso, muito carinhoso, muito apaixonado para, no minuto seguinte, ser muito violento, intimidador, acusador. A mulher fica na dúvida se ela está exagerando ou, de fato, está sofrendo violência. É uma violência psicológica que a mulher vai adoecendo e perdendo energia e autoestima.”

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Elaine Caparróz

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O caso da paisagista Elaine Caparróz estampou o noticiário em fevereiro. A empresária foi agredida por quatro horas em seu primeiro encontro com um homem de 27 anos que conheceu nas redes sociais. Ela contou que ainda não está completamente recuperada do episódio.

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“A parte do meu rosto que foi fraturada ainda não corrigiu. Está mais inchado.. O olho esquerdo, que teve um deslocamento, ainda não voltou 100% ao normal.”

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Elaine Caparróz contou sobre agressão que sofreu  — Foto: Reprodução/TV Globo

Elaine Caparróz contou sobre agressão que sofreu — Foto: Reprodução/TV Globo

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Elaine, de 55 anos, revelou que recusou as primeiras investidas do homem, pela diferença de idade, mas ele insistiu para que eles ficassem amigos e acabaram trocando mensagens por oito meses antes de se encontrarem. Na época, a empresária não desconfiou da índole do agressor, mas hoje acredita que o crime foi premeditado.

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“Hoje, tenho certeza que ele me drogou. Quando paro para lembrar que ele deu nome errado na portaria e a pergunta que ele me fez dentro de casa… sobre um amigo que tinha muita raiva de uma pessoa e vontade de matar essa pessoa… Hoje sei que ele estava falando de mim. Tenho convicção de que ele foi até minha residência para fazer o que fez.”

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Maria da Penha

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A promotora comentou o aumento em 12% de feminicídios em 2018 e apontou que o machismo é a grande razão desse crescimento.

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“Nós temos, infelizmente, uma sociedade machista que ainda não se conforma com a conquista do direito das mulheres, que ainda não respeita essa liberdade. Não generalizando, mas há uma resistência.”

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Segundo Gabriela, a criação da Lei Maria da Penha foi fundamental para o combate à violência contra a mulher.

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“Mas nós ainda temos uma deficiência na aplicação da lei. Se nós continuarmos com essa banalização da violência contra a mulher, a falta de comprometimento, de recurso, de investimento, da sociedade ouvir a voz da mulher, nós não vamos superar em sermos o quinto país do mundo com o maior índice de violência contra a mulher.”

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Apolônias do Bem

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O Conversa com Bial exibiu o projeto Apolônias do Bem, que faz parte da ONG Turma do Bem, e oferece atendimento odontológico integral e gratuito às mulheres que vivenciaram violência e tiveram a dentição afetada. Fábio Bibancos, cirurgião-dentista graduado pela Universidade Estadual Paulista, conta que o Apolônias do Bem já atendeu 1000 mulheres cisgênero e transgênero de todo o Brasil. Se quiser mais detalhes do programa, clique aqui.

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Empodere-se

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Outro projeto comentado no programa foi o Empodere-se Defesa Pessoal. A advogada Amanda Lemes, ex-policial civil, criou um projeto para ensinar defesa pessoal às mulheres.

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“Eu senti uma certa impotência em relação a só fazer a parte que o Estado podia fazer. Eu sentia que a gente precisava de outros instrumentos, outras formas de agir, por si mesma nesses casos de violência.”

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“O objetivo não é fazer ninguém de atleta. É sobre sobrevivência.”

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Flexibilização da posse das armas

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Para Gabriela, a alteração no decreto que flexibiliza a posse de armas pode trazer aumento de casos de violência contra as mulheres.

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“Há muitos casos que não são cometidos com arma de fogo, mas com arma branca, porque não havia naquele momento uma arma de fogo. Ela traz um poder intimidatório.”

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A promotora Gabriela Manssur falou sobre alteração no decreto que flexibiliza a posse de armas — Foto: Reprodução/TV Globo

A promotora Gabriela Manssur falou sobre alteração no decreto que flexibiliza a posse de armas — Foto: Reprodução/TV Globo

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“Fiz uma sugestão ao Governo Federal para verificar não só antecedentes criminais, mas se aquela pessoa tem história de violência contra a mulher dentro de casa. E, se for deferido a posse, é uma situação de risco que deve ser fiscalizada de perto pelo Poder Público.”

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