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Tyreek Hill e a violência doméstica no mundo da NFL

Saiu no site LIGA DOS 32

 

Veja publicação original:  Tyreek Hill e a violência doméstica no mundo da NFL

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Por Luís Araújo

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Tyreek Hill é um jogador que dispensa comentários. Com 19 TD’s e mais de 2500 jardas nas duas últimas temporadas, o jogador que tem uma velocidade bem acima da média se preparava para o seu primeiro grande contrato. Provavelmente Hill se tornaria o WR mais bem pago da liga. Entretanto, este cenário, felizmente para o bom senso, está cada vez mais impossível de se concretizar.

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No meio de Março, O Kansas City Chiefs confirmou que estava cientes de uma investigação em curso a respeito de violência doméstica envolvendo o WR. A ficha policial indicava que o tal “incidente” ocorreu no endereço do recebedor e envolveu uma criança de 3 anos (filho de Hill) que terminou com o braço quebrado, sua noiva (Crystal Espinal, 24 anos) e “outros” envolvidos.  Pois bem, na última semana um áudio tenebroso de uma conversa entre Tyreek Hill e Crystal foi vazado. Nele, o recebor não nega e ainda ameaça a noiva, xingando-a e não demonstrando nenhum remorso pelo fato ocorrido. É simplismente aterrorizante. Até o vazamento, boatos rondavam a liga que os Chiefs estavam tentando trocar o recebedor. Todavia, na última sexta-feira a equipe suspendeu o jogador de todas as atividades da pré-temporada. A NFL ainda não se manisfestou sobre o caso.

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Casos como o de Hill, lamentavelmente, não são fatos isolados na liga. Na última temporada, Kareem Hunt, RB do próprio Chiefs foi cortado após o vazamento de um vídeo onde o mesmo chutava uma mulher sentada numa confusão em um hotel. Em 2017, Josh Brown (K, Giants) foi cortado depois de se declarar culpado em acusações de violência doméstica. Adrian Petterson, Ray Rice, Frank Clark e Reuben Foster são apenas alguns exemplos de jogadores que já foram acusados ou condenados de violência doméstica. E, pasmem, quando jogadores como Jeffrey Simmons são recrutados na primeira rodada, alguns times da NFL simplesmente parecem não ligar para este tipo de conduta.

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Acredito que apenas um posicionamento será aceitável da NFL neste caso: o banimento de Tyrrek Hill. Não importa quão talentoso ele seja e quão absurda seja sua performace dentro de campo, alguém que agride covardemente o próprio filho de três anos não merece estampar os outdoors de uma liga como a NFL. Há quem argumente que caso os Chiefs cortem o jogador, outro time irá assinar com o mesmo. Apesar de achar que essa possibilidade realmente existe, não creio que ela justifique a manuntenção do jogador no elenco. Marcus Peters foi trocado e Kareem Hunt foi mandado embora como reposta as críticas da péssima cultura de vestiário que havia em Kansas City. Pois bem, qualquer resposta menos energética a essa atitude absurda vai ser interpretada como uma passada de pano devido ao talento do recebedor. Fazer isso é banalizar um problema recorrente no mundo. E banalizar a violência é péssimo erro. Talvez alguém argumente que Hill merece uma segunda chance. Eu apenas questionaria: mais uma vez? pois caso você não lembre, Tyreek Hill já foi acusado e condenado por agredir e sufocar a namorada (atual noiva) quando a mesma estava grávida.

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O elenco de um time da NFL é composto por 53 jogadores (63 contando a practice squad), você não precisa ser um gênio para saber que cada vez que um time mantém um jogador, outro perde a oportunidade de fazer parte do grupo. Talento é muito importante para a conquista da tão sonhada vaga, mas por que a conduta fora de campo parece não influenciar na mesma proporção no julgamento de alguns times? Eu sei que muitos torcedores acham que vale qualquer coisa para vencer e que o que o jogador faz fora de campo não diz respeito ao time. Entretanto, numa liga onde há um prêmio para o melhor jogador fora de campo (Walter Peyton Man Of The Year), eu tomaria muito cuidado com esse tipo de afirmação. Alguns times precisam entender que ao supervalorizar o talento de determinado jogador, o vestiário pode se tornar um problema irremediável (não é mesmo Pittsburgh Steelers?).

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Ainda não sabemos qual desfecho terá essa história. Na minha humilde opinião, a suspensão definitiva seria a decisão mais acertada da liga, o que não exime o Kansas City Chiefs de cortar definitivamente o jogador até um pronunciamento da NFL. De qualquer maneira com a seleção de Mercole Hardman (WR, Georgia) na segunda rodada do draft deste ano, Os Chiefs indicam que já estão preparando o terreno para seguir em frente sem o jogador. Patrick Mahomes e Andy Reid são os principais fatores que fazem o time continuar sendo um dos favoritos ao título da AFC. Torço para que a equipe siga em frente e não caia na armadilha de que os fins justificam os meios. Violência doméstica é algo gravíssimo e que não deveria ser minimizado. Não há justificativa para este tipo de conduta. Como fã, eu espero que a NFL tome uma atitude o mais rápido possível senão qualquer discurso da liga contra a violência doméstica não passará apenas uma atitude vazia e irrelevante.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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