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Taboão teve sessão histórica para as mulheres, com aprovação de leis, repúdio a violência e anúncio de ato pela paz

Saiu no site JORNAL DA NET:    

 

Veja publicação original:  Taboão teve sessão histórica para as mulheres, com aprovação de leis, repúdio a violência e anúncio de ato pela paz

 

Por Sandra Pereira

 

O parlamento pediu paz, propôs pacto de todos os segmentos da sociedade contra a violência, aprovou leis e a presidente da Casa de Leis, Joice Silva, chamou uma grande caminhada pela paz no dia 11 de novembro

 

 

O grito silencioso das mulheres vítimas de violência ecoou com força e fez da sessão desta terça-feira, 17, da Câmara Municipal de Taboão da Serra, um marco histórico no combate à violência doméstica. A maioria dos vereadores da cidade fez coro contra a onda de violência que está vitimando mulheres. O parlamento pediu paz, propôs pacto de todos os segmentos da sociedade contra a violência, e, num exemplo claro de engajamento à causa da mulher aprovou duas leis, que podem se tornar referência em políticas públicas afirmativas para as mulheres vítimas de violência.

 

 

A primeira lei, de autoria do vereador Dr. Ronaldo Onishi propõe a criação de aluguel social para as vítimas de violência doméstica que sem ter para onde ir acabam tendo que viver debaixo do mesmo teto que seus agressores. A outra lei aprovada amplia a divulgação do Disque Denúncia 180 em todos os equipamentos públicos municipais. O número é destinado às denúncias dos casos de violência doméstica. A lei foi apresentada pela vereadora Priscila Sampaio e assinada pela presidente Joice Silva.

 

 

A ação dos vereadores, praticamente sincronizada, foi provocada pela tentativa de assassinato de uma moradora da Vila Indiana no sábado, 14. A Mulher foi atacada pelo ex-marido com golpes de facão, depois que ele matou pelas costas um homem do qual sentia ciúmes. A mulher escapou por verdadeiro milagre. Ela estava separada há seis anos e sem ter para onde ir e nem como se manter permaneceu na mesma casa que seu agressor, dormindo na sala ou com as filhas, enquanto ele ficou ocupando o quarto que pertenceu ao casal. Os dois também trabalhavam juntos no bar dele.

 

 

Quem primeiro deu voz às mulheres que enfrentam em silêncio verdadeira guerra dos seus lares contra a violência de maridos agressores foi a presidente da Câmara, Joice Silva, primeira mulher a presidir a Câmara. Num discurso firme, marcado pela indignação, ela disse que se vestiu de preto em luto pelas mulheres brutalmente assassinadas por companheiros machistas , que se recusam a aceitar o fim dos seus relacionamentos e negam às mulheres o direito de escolha. A presidente da Câmara convidou todos a pedir paz e dar um basta à violência num grande ato que pretende realizar no dia 11 de novembro.

 

 

“Infelizmente as mulheres estão sendo vítimas de homens que se acham donos de suas vidas. Até quando vamos ter mortes cruéis de mulheres ? A vida da mulher é um direito dela, foi Deus quem deu e homem nenhum tem direito de tirar. Chega. A mulher tem direitos e eles precisam ser respeitados. A culpa nunca é da vítima. É do monstro que está do outro lado. Quantas mulheres são vítimas e vivem com medo dos seus maridos. Tá na hora dos homens se conscientizarem.

 

 

Vamos fazer um grande ato dia 11 de novembro, uma grande caminhada pela paz onde vamos repetir chega de violência contra as mulheres. Vamos participar juntos desse ato, todos os vereadores, toda a sociedade de Taboão para mandar um recado direto: Não suportamos mais essa violência, queremos igualdade e respeito. Vamos todos lutar pela vida, por essas mulheres e pela nossa cidade”, propôs.

 

 

A sessão começou com apelo em tribuna popular, do munícipe Claunir Lins, que relembrou os assassinatos brutais de mulheres no município durante esse ano. Ele disse se sentir envergonhado com o tratamento monstruoso dado a essas vítimas e pediu a união de todos para garantir respeito às mulheres.

 

 

“Temos que fazer movimentos nas escolas, parques, em todos os segmentos para que essa onda de violência acabe. Como homem, me sinto envergonhado de ver o ponto em que estamos chegando. Peço a união de todos aqui por elas”, afirmou.
O vereador Ronaldo Onishi observou que ao menos 40% das mulheres no país já sofreram violência doméstica. Ele rechaçou os crimes sofridos pelas mulheres e apresentou projeto que cria aluguel social para as vítimas. A lei foi subscrita pela presidente Joice e aprovada por unanimidade.

 

 

“Esse é um projeto sério e que vai ser referência na nossa região. Taboão será vanguarda, já que vai ter de fato uma legislação que garante à vítima a possibilidade de recomeçar a vida longe do agressor. Nós precisamos agir. No Brasil é periogoso nascer menina”, observa Ronaldo Onishi

 

 

Líder da bancada do PSDB na Câmara, o vereador Eduardo Nóbrega, fez menção ao discurso firme da presidente da Câmara de Taboão contra a violência. Lembrou que a vereadora Priscila Sampaio vem fazendo defesa constante das vítimas na Casa de Leis. Ele pediu um basta à violência. Constatou que uma das grandes dificuldades que as mulheres têm é a autonomia econômica e financeira. Nóbrega ainda comemorou as festas realizadas para as crianças de vários bairros do município.

 

 

“Vamos dar as mãos à ideia do Onishi, conversar com o prefeito e chegar a uma composição. Mas, realmente passou da hora. Mulher vítima de violência em Taboão nós temos que dar o exemplo ao país, alugando o imóvel, e, se possível, dando uma ajuda de custo para ela se manter, porque realmente elas não tem pra onde ir e fica sendo submetida a agressão moral e física para proteger os filhos. Assino esse projeto duas, três ou quatro vezes, para que a gente tenha em Taboão outros projetos que são referência no País, como alguns da vereadora Joice”, declarou.

 

 

O vereador José Aparecido Alves, o Cido, classificou como sendo vergonhoso e desumano os assassinatos de mulheres ocorridos este ano em Taboão. “É triste saber que o homem, que deveria cuidar da mulher, comete violência. Tem que se indignar mesmo. Mulher é pra gente estender o tapete vermelho e não para agredir. Meninas se unam, sem vaidade sem nada, e contem comigo”, pontuou Cido.

 

 

Sucinto e agregador, o vereador Carlinhos do Leme, falou de todas as atividades realizadas pelos seus pares nos últimos dias. Falou das festas realizadas em comemoração ao Dia das Crianças, se posicionou contra a violência, a pedofilia, em favor do combate ao Câncer de Mama e ao trabalho da imprensa que não mede esforços para levar informações aos moradores.

 

 

“Hoje, foi um dia marcante presidente, o seu discurso em defesa da mulher foi muito feliz. O vereador Ronaldo Onishi hoje nos fez entender porque muitas vezes as mães, mulheres, permanecem na mesma casa que seus agressores. Esse homem que acha ser dono dela age como um monstro. Mas ela não tem pra onde ir e acaba morando na mesma casa que ele”, declarou.

 

 

Defensora nata das mulheres oprimidas pela violência doméstica a vereadora Priscila Sampaio leu texto que traz reflexão sobre a condição das vítimas e porque muitas optam pelo silêncio contínuo durante anos. “Chega de silencia. Basta de violência. As mulheres querem respeito”, pediu.

 

 

A vereadora Érica Franquini pediu a união das mulheres e homens no combate à violência. Ela voltou a defender a enfermagem, da medida proposta pelo Conselho Federal de Medicina, que limitou a o trabalho dos enfermeiros proibindo a prescrição e consultas, entre outros. Ela fez balanço positivo das festas que realizou nos bairros em celebração ao dia das crianças.

 

 

Silêncio da vítima protege o agressor

Quem acompanha a luta das mulheres vítimas de violência sabe que a maioria sofre calada durante anos debaixo de agressões, físicas, ameaças e todo tipo de tortura, sem conseguir dar um basta à violência. Por medo, vergonha, falta de confiança nas autoridades, ou receio da reprovação familiar esse comportamento recorrente de sofrer em silêncio só aumenta o poder do agressor.

 

 
Via de regra, o agressor apresenta à família e a sociedade um comportamento dócil, mas dentro de casa, protegido pelas quatro paredes age de modo adverso, chegando muitas vezes a ser pior que um monstro bizarro.

 

 

Caminhada e ato contra o Câncer de Mama

No próximo sábado, 21, a vereadora Priscila Sampaio vai realizar uma caminhada contra o Câncer saindo das imediações da Praça Nicola Vivilechio até o Parque das Hortênsias, onde haverá uma vasta programação inclusive sorteio de brindes. Já no dia 28 a deputada Analice Fernandes, em parceria com a vereadora Érica Franquini vai realizar um grande ato dentro do Parque Hortênsias lembrando a todas as mulheres a importância de prevenir o câncer por meio da adoção de hábitos saudáveis.

 

 

 

 

 

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