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Quem foi Maria Montessori, pedagoga italiana que revolucionou a educação

Saiu no site GALILEU

 

Veja publicação no site original:   Quem foi Maria Montessori, pedagoga italiana que revolucionou a educação

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A educadora criou um método educativo cujas bases são a autonomia, a liberdade com limites e o respeito ao desenvolvimento natural das habilidades das crianças

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Por Marília Marasciulo

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De uma cidade no norte da Itália com pouco mais de 14 mil habitantes, Maria Tecla Artemisia Montessori se tornou conhecida no mundo todo ao criar um método que se opõe a modelos tradicionais de aprendizagem. Filha única de uma família classe média, Montessori nasceu no dia 31 de agosto de 1870 e desde cedo se interessou por ciência. Formou-se em medicina e acabou direcionando a carreira para o estudo de crianças com comprometimento mental, a partir do que criou seu conhecido modelo de ensino. Conheça mais:

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Envolvimento com a medicina
Contra a vontade dos pais, que esperavam que ela se tornasse professora, Montessori ingressou na faculdade de medicina da Universidade de Roma. Não sem enfrentar resistência: na época, o meio acadêmico era dominado por homens, que a hostilizavam por ser mulher — ela tinha que dissecar cadáveres sozinha, por exemplo, porque sua presença em aulas com homens e um corpo nu era considerada inapropriada. Mesmo assim, ela se formou em 1896 e começou a trabalhar.

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Ativismo
Já no início da carreira, ela se envolveu com causas sociais, como o dos direitos das mulheres. Em 1897, ingressou em um projeto de pesquisa em psiquiatria, no qual conheceu as necessidades de crianças com dificuldade de aprendizagem. A partir daí, passou a defender também a necessidade de aulas e instituições especiais para tais crianças.

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Aprender brincando
Uma das percepções de Montessori é que as crianças que eram excluídas da sociedade por serem consideradas ineducáveis respondiam bem aos estímulos para trabalhos domésticos, exercitando habilidades motoras e desenvolvendo autonomia. Com o tempo, Montessori viu que todas as crianças se beneficiariam de uma educação que as trouxesse para o centro da atenção, em um ambiente pensado para estimular as habilidades naturais. Suas conclusões foram fruto de muito estudo: além das pesquisas médicas, ela também estudou pedagogia, antropologia e psicologia.

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Casa dei Bambini
Em 1901, Montessori começou a se dedicar mais à pesquisa na área de educação. Cinco anos depois, foi chamada para supervisionar um grupo de crianças em uma região de baixa renda em Roma. Chamado Casa dei Bambini, ou Casa das Crianças, o local recebeu cerca de 60 crianças com idades entre 2 e 7 anos, e a médica aplicou as técnicas que havia desenvolvido: as atividades incluíam cuidados pessoais, jardinagem, ginástica, além de uso de materiais didáticos elaborados por ela. A experiência foi um sucesso, e no ano seguinte outra casa foi aberta, com mais três em 1908. A partir de 1909, a parte suíça da Itália substituiu os métodos tradicionais de orfanatos e creches pelo criado por Montessori.

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O beabá do método
Segundo a Associação Internacional Montessori, os seguintes elementos são essenciais a uma escola montessoriana: um ambiente organizado e atraente, composto por materiais didáticos e utensílios da vida cotidiana; classes com alunos com diferentes idades; um professor que atua como guia e só interfere se necessário; materiais multi-sensoriais que permitam o “aprender fazendo”; liberdade de tempo para que os alunos se dediquem aos assuntos que lhe interessam; e flexibilidade para escolherem o local de trabalho e com quem querem trabalhar (se quiserem trabalhar em grupo).

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Prisão e legado
Em 1929, junto com o filho, Mario, a pesquisadora criou a Associação Internacional Montessori para divulgar o trabalho. A ascensão do fascismo e do nazismo, porém, frearam o progresso do movimento: em 1933, os nazistas fecharam todas as escolas montessorianas na Alemanha, e Mussolini fez o mesmo na Itália. Mãe e filho se mudaram para a Holanda, mas uma viagem de três meses pela Índia em 1939 se transformou em uma prisão domiciliar de sete anos, quando a guerra estourou no país e os britânicos os detiveram por serem italianos. Em 1949, já livres e de volta à Holanda, Montessori foi nomeada ao Nobel da Paz, o que se repetiu nos dois anos seguintes. Ela morreu aos 81 anos, no dia 6 de maio de 1952.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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