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Ópera sobre abuso sexual escrita e composta só por mulheres estreia no Theatro Municipal de SP

Saiu no site G1

 

Veja publicação original: Ópera sobre abuso sexual escrita e composta só por mulheres estreia no Theatro Municipal de SP

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Para a libretista norte-americana Roxie Perkins, o objetivo é ‘criar no público um senso de empatia que não tinha antes’. Récitas vão até dia 14 de setembro.

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Por Renata Matarazzo

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Trinta anos depois, o Theatro Municipal de São Paulo voltou a hospedar uma ópera escrita por uma mulher. Na noite desta quarta-feira (4), a ópera Prism, composta pela norte-americana Ellen Reid e escrita pela compatriota Roxie Perkins, estreou e trouxe a violência sexual para o palco mais clássico da capital paulista. É a primeira vez que a ópera é apresentada fora dos Estados Unidos.

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Bibi (a soprano Anna Schubert) e sua mãe Lumee (a mezzo soprano Rebecca Jo Loeb) lidam com o trauma e as repercussões de um abuso sexual. Não há personagens masculinos em destaque na ópera, apenas bailarinos e integrantes do coro. O drama é focado no relacionamento entre mãe e filha. A música, as cores, a luz, todos evocam sentimentos nas personagens e também no público.

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A ideia, segundo a libretista (que escreve as palavras do libreto de uma ópera) Roxie Perkins, é “criar no público um senso de empatia que não tinha antes”.

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“É uma história sobre uma mãe e uma filha que fazem de tudo para sobreviver mesmo que elas não saibam como”, disse Roxie ao G1. “Queremos explorar o que acontece depois de um grande trauma”, disse Ellen Reid, que compôs a música.

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O clima pesado, intenso, se alivia com uma cantiga da mãe, Lumee (a mezzo soprano Rebecca Jo Loeb) que é repetida até sua filha Bibi (a soprano Anna Schubert) se acalmar. — Foto: Celso Tavares/G1

O clima pesado, intenso, se alivia com uma cantiga da mãe, Lumee (a mezzo soprano Rebecca Jo Loeb) que é repetida até sua filha Bibi (a soprano Anna Schubert) se acalmar. — Foto: Celso Tavares/G1

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Segundo Roxie, a ideia de trazer a ópera para São Paulo veio da direção do Theatro Municipal. No 1º semestre deste ano, os casos de feminicídio em São Paulo aumentaram 44% e as medidas protetivas concedidas a mulheres, 29%.

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“E a primeira vez que a ópera está sendo mostrada fora do país, então ficamos muito animadas quando o teatro nos chamou e disse que a ópera podia tocar e emocionar o público aqui”, disse.

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Para Ellen Reid, a ópera perfeita para quem nunca foi a uma antes. “Essa ópera tem de tudo, uma história legal, um set lindo, uma iluminação interessante, música pop, música clássica.”.

“Eu acho que era importante pra nós fazermos uma ópera que possa se relacionar com qualquer pessoa. Se você gosta de teatro, de música, de artes visuais, tem algo pra você nessa ópera” disse Roxie.

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Trinta anos depois, o Theatro Municipal de São Paulo voltou a hospedar uma ópera escrita por uma mulher — Foto: Celso Tavares/G1

Trinta anos depois, o Theatro Municipal de São Paulo voltou a hospedar uma ópera escrita por uma mulher — Foto: Celso Tavares/G1

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Ópera Prism foi composta pela norte-americana Ellen Reid (esq.) e escrita pela compatriota Roxie Perkins (dir.) — Foto: Celso Tavares/G1

Ópera Prism foi composta pela norte-americana Ellen Reid (esq.) e escrita pela compatriota Roxie Perkins (dir.) — Foto: Celso Tavares/G1

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A ópera foi escrita em 2018 e ganhou o Prêmio Pulitzer de Melhor Composição Musical em 2019, além do prêmio de Melhor Ópera Inédita de 2018 pelo Music Critics Association of North America.

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O espetáculo, dividido em três atos, tem regência do maestro Roberto Minczuk, titular da Orquestra Sinfônica Municipal, e a maestrina Naomi Munakata à frente do Coral Paulistano.

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Prism é a terceira ópera da Temporada Lírica 2019 do Municipal, após a apresentação de Rigoletto, de Verdi (julho), que também trata (e mostra) abuso sexual, manipulação e poder. A ópera cômica O Barbeiro de Sevilha, de Rossiniano, também foi encenada em fevereiro.

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A soprano Anna Schubert interpreta Bibi, que lida com o trauma e as repercussões de um abuso sexual — Foto: Celso Tavares/G1

A soprano Anna Schubert interpreta Bibi, que lida com o trauma e as repercussões de um abuso sexual — Foto: Celso Tavares/G1

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A mezzo soprano Rebecca Jo Loeb interpreta Lumee, mãe de Bibi, que lida com o trauma e as repercussões de um abuso sexual — Foto: Celso Tavares/G1

A mezzo soprano Rebecca Jo Loeb interpreta Lumee, mãe de Bibi, que lida com o trauma e as repercussões de um abuso sexual — Foto: Celso Tavares/G1

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Serviço: p r i s m no Theatro Municipal de São Paulo
Setembro [récitas]

  • Quarta-feira, 4, às 20h
  • Quinta-feira, 5, às 20h
  • Sábado, 7, às 20h
  • Domingo, 8, às 18h – com audiodescrição
  • Terça-feira, 10, às 20h
  • Quarta-feira, 11, às 20h
  • Sexta-feira, 13, às 20h
  • Sábado, 14, às 20h

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Local: Sala de Espetáculos, Theatro Municipal de São Paulo
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Ingressos: R$ 120,00 | R$ 80,00 | 20,00
Vendas: pelo site theatromunicipal.org.br ou na bilheteria do Theatro Municipal
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados e domingos, das 10h às 17h.
Formas de pagamento: Dinheiro e Cartões de Débito e Crédito
Duração aproximada: 2 horas em três atos, com 1 intervalo de 20 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 1140 lugares
Acessibilidade: Sim
Ciclo de conversas “Diálogos Prismados: A voz e a arte das mulheres”
Curadoria: Camila Fresca e Marici Salomão
Local: Sala do Conservatório, na Praça das Artes, anexa ao Theatro Municipal
Datas: dias 6 e 7 de setembro
Entrada franca – mediante inscrição prévia

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