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O que é Lugar da Fala?

Saiu no site ESCOLA EDUCAÇÃO

 

Veja publicação original: O que é Lugar da Fala?

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Lugar de Fala é uma teoria derivada do movimento feminista norte-americano.

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O que é lugar de fala? Lugar de Fala é um termo que deriva da ‘Teoria do Ponto de Vista‘, bastante divulgada pelo movimento feminista norte-americano. É uma perspectiva teórica do movimento feminista que argumenta que o conhecimento decorre da posição social do indivíduo.

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Em outras palavras, a ideia é de que a pessoa que sofre preconceito fale por si, sem necessitar de um mediador, ela é a protagonista de sua própria luta.
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A perspectiva nega que a ciência tradicional é objetiva e sugere que a pesquisa e a teoria ignoraram e marginalizaram as formas feministas de se pensar.

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A teoria emergiu do argumento marxista de que as pessoas de uma classe oprimida têm acesso especial ao conhecimento que não está disponível para aqueles que estão em uma classe privilegiada.

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Origem

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Nos anos 1970, escritoras feministas inspiradas por essa visão começaram a examinar como as desigualdades entre homens e mulheres influenciam na produção de conhecimento.

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O trabalho estava relacionado à epistemologia, um ramo da filosofia que examina a natureza e as origens do conhecimento e salienta que o conhecimento é sempre socialmente situado. Em sociedades estratificadas por gênero e outras categorias, como etnia e classe, as posições sociais moldam o que se pode conhecer.

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A teórica feminista norte-americana, Sandra Harding, cunhou essa teoria para categorizar as epistemologias que enfatizam o conhecimento das mulheres. Ela argumentou que é fácil para aqueles no topo das hierarquias sociais perderem de vista as verdadeiras relações humanas e a verdadeira natureza da realidade social e, assim, menosprezarem questões críticas sobre o mundo social e natural em suas atividades acadêmicas.

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Significado

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De acordo com a teoria, as pessoas na base das hierarquias sociais têm um ponto de vista único, que é um melhor ponto de partida para os estudos. Embora essas pessoas sejam frequentemente ignoradas, suas posições marginalizadas na verdade facilitam a definição de importantes questões de pesquisa e a explicação de problemas sociais e naturais.

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Essa perspectiva foi moldada pelo trabalho da socióloga canadense Dorothy Smith. Em seu livro “O Mundo Cotidiano como Problemático: Uma Sociologia Feminista (1989)”, Smith argumentou que a sociologia ignorou e objetificou as mulheres, tornando-as o “Outro”.

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Empirismo Objetivo

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Os teóricos do Lugar de Fala também questionam o empirismo objetivo – a ideia de que a ciência pode ser objetiva por meio de metodologia rigorosa.

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Quando se parte da perspectiva das mulheres ou de outras pessoas marginalizadas, é mais provável que se reconheça a importância do ponto de vista e crie conhecimentos incorporados, autocríticos e coerentes.

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Críticas

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Para abordar críticas de que o Lugar de Fala é essencialista em sua afirmação de que o ponto de vista das mulheres é universal, as teóricas focalizaram os aspectos políticos da posição social enfatizando um ponto de vista feminista, e não feminino.

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Trabalhos recentes também tiveram o cuidado de não agrupar as mulheres e ampliaram a perspectiva do Lugar de Fala para abranger os diversos pontos de vista de muitos grupos marginalizados (categorias de raça e etnia, classe, orientação sexual, idade, capacidade física, nacionalidade e cidadania).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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