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Mulheres no Topo: quem é a primeira brasileira negra a chegar ao topo do Monte Everest

Saiu no VALOR INVESTE

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Aretha Duarte é um exemplo de superação, de determinação e de gestão financeira – entenda por quê

Há algumas semanas, um assessor de imprensa conhecido meu, o Marcus, me propôs uma conversa com a montanhista Aretha Duarte, que está em uma empreitada para atingir o pico do Monte Everest. Até então, eu não a conhecia, mas pessoalmente sempre admirei pessoas que topassem correr tantos riscos em esportes mais ‘radicais’. Afinal, atingir o lugar mais alto do mundo – o Everest tem 8.849 metros – não é para zona-conformistas e nem para despreparados. E Aretha tinha muito mais para provar chegando lá: seria a primeira negra latino-americana a conquistar o feito.

Títulos importam muito quando o objetivo é chamar a atenção para um histórico desnível de oportunidades, de crédito (merecimento) e de renda. E mulheres negras são sempre – e em todas as pesquisas – as mais discriminadas em todos os aspectos, as que sofrem com maior desigualdade.

Dito isso, sem nem conhecer Aretha eu a respeito e admiro muito. É preciso uma força de vontade descomunal e, na minha opinião, muito baseada em fé – pessoal ou divina – para ficar durante dois anos se preparando para isso, sair atrás de patrocínio para uma viagem que custa em torno de R$ 250 mil.

Ainda vou conversar com Aretha para conhecer toda a história, da glória conquistada neste domingo de madrugada (aqui no Brasil) à toda a sua bagagem que a levou até ali. Mas já queria trazer a vocês algumas coisas que eu sei e que me fizeram, como jornalista e apaixonada por cases de mulheres poderosas e inspiradoras, brilhar os olhos para contar a história de Aretha.

Experiência de vida

Não há santo que tire de você sua experiência na vida. Somos a soma de tudo que vivemos, de todos os diálogos – bons e maus – que temos, dos “nãos” e “sins” que ouvimos e que podem nos desanimar ou nos incentivar.

Aretha foi criada em um ambiente humilde. Nascida na periferia da cidade de Campinas, interior de São Paulo, começou a recolher lixo reciclável durante a infância para comprar os próprios brinquedos.

A paixão pelo montanhismo começou quando cursava a faculdade de educação física, em 2004, como ela conta em uma entrevista ao portal UOL em meados do ano passado. Durante uma palestra ela ficou sabendo do esporte e se entusiasmou com a possibilidade de trabalhar com esportes outdoor.

A partir daí, passou a integrar a equipe de uma operadora de montanhismo, fez cursos de escalada em rocha (eu acho MUITO DIFÍCIL, gente!), praticou bastante, virou guia da empresa e foi construindo mentalmente a ideia de se profissionalizar cada vez mais no esporte.

Foi em 2012 que ela, pela primeira vez, foi a um campo base de uma grande montanha, no caso a do Monte Aconcágua, na Argentina, a 6.962 metros de altitude. Voltou lá outras quatro vezes. Depois, chegou a ir até o campo base do Everest.

Em 2019, a sensação de que ela precisava chegar ao topo do mundo bateu forte quando ela via fotos do “Vale do Silêncio” coberto de neve.

E, como muitos brasileiros, ela percebeu que o sonho permite tudo, mas a realidade nem sempre é tão fácil assim, ainda mais para quem não tem dinheiro suficiente para realizá-la.

Esforço e investimento

E aqui entramos na parte em que muita gente para – ‘de sonhar’, desiste, põe de lado e se arrepende anos mais tarde de nunca ter nem tentado. Ela não apenas levou adiante o sonho que se esforçou muito para realizá-lo a despeito das já conhecidas adversidades que mulheres e especialmente as negras sofrem neste país.

Sua experiência com o lixo na infância a fez ver a importância de chamar a atenção para a causa, assim como ser exemplo para outras mulheres. Foi com esse propósito – de causar impactos no meio ambiente e na sociedade – que ela levou adiante a ideia de subir a montanha mais alta do mundo.

Primeiro levantou os valores: o orçamento necessário para a preparação e o feito giraria em torno de R$ 250 mil. É muito, ainda mais se considerarmos que um salário médio de um profissional de educação física no Brasil não ultrapassa R$ 3 mil e ela não tinha reservas.

Ela voltou ao lixo. Começou a coletar materiais para reciclagem. “O primeiro passo foi começar a catar latinhas e outros materiais recicláveis, algo que eu já fazia desde a infância para comprar meus brinquedos”, conta Aretha antes da viagem. Foram 13 meses de domingo a domingo, coletando e vendendo materiais e, com a ajuda de amigos e familiares, conseguiu juntar mais de 130 mil quilos de materiais.

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