Na época, Eliane foi até a 14ª Delegacia de Polícia (Gama) para denunciar o companheiro, com que viveu por 15 anos. Na ocorrência, ela contou que, ao chegar em casa, o marido começou a agredi-la, deixando hematomas no rosto, nas pernas e nas mãos. A dona de casa chegou a pedir medidas protetivas, mas voltou a se relacionar com o homem.

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No domingo, Eliane Maria foi morta no apartamento da irmã, na quadra 11 do Gama. O suspeito é o cunhado, Josué Pereira da Silva Filho, de 47 anos, que mora no local.

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Testemunhas disseram à Polícia Militar que Eliane foi assassinada ao tentar apartar uma briga entre a irmã e o cunhado.

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A Polícia Militar informou que foi chamada para atuar em uma “briga de casal”. No endereço, os militares já encontraram Eliane morta.

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A irmã de Eliane conseguiu escapar das agressões. O G1 tenta contato com ela. Nesta manhã, a reportagem da TV Globo esteve na casa dela. Do lado de fora da residência, era possível ouvir o choro de uma mulher.

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A filha de Eliane, Victória de Sousa de Lima, 21 anos, também foi ferida com um golpe de faca, mas não precisou de atendimento. Ao G1, a jovem disse que estava muito abalada e que não quis ir ao hospital, porque o ferimento era pequeno.

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O corpo de Eliane Maria Sousa de Lima será velado na manhã desta terça-feira (23), no cemitério do Gama. O sepultamento está marcado para as 11h30.

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Nesta segunda (22), a Justiça do DF converteu em preventiva – por tempo indeterminado – a prisão de Josué Pereira.

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O juiz Gustavo Fernandes Sales entendeu que o homicídio foi praticado “em razão da condição de gênero” da vítima e repudiou a atitude de Josué Pereira:

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“Demonstrou a ousadia e o destemor, o desrespeito flagrante pelas leis e pela vida alheia, bem como a sensação aparente de impunidade”.

Este é o 9º caso de feminicídio registrado no Distrito Federal neste ano. De janeiro a abril, outros oito casos entraram para estatística de mortes de mulheres.

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Desde março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”..

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Em 2017, a Segurança Pública do DF adotou um protocolo para que todas as mortes violentas de mulheres sejam, inicialmente, registradas como feminicídio. Somente após o esclarecimento dos fatos, a hipótese é descartada ou acolhida na polícia.

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