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“Longo caminho a percorrer”, diz Pathy DeJesus sobre presença de negros na TV

Saiu no site REVISTA MARIA CLAIRE:

 

Veja publicação original: “Longo caminho a percorrer”, diz Pathy DeJesus sobre presença de negros na TV

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Por Thiago Baltazar

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Atriz fala sobre a representatividade da população negra não somente na televisão, como, também, em todo o mercado de trabalho. Nesta entrevista, ela ainda dá sua opinião sobre aplicativos de relacionamento

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Pathy DeJesus é uma das poucas atrizes negras que consegue destaque em atrações de TV no Brasil, país cuja população é formada majoritariamente por afrodescendentes e pardos. Ela participou da novela Avenida Brasil, comandou dois programas da MTV, integrou o time do Vídeo Show, foi destaque do Superbonita, e esteve em I Love Paraisópolis e, mais recentemente, na série Rua Augusta, do Multishow.

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A paulistana, hoje, se tornou exceção, por isso acredita que ainda falta muito para a população negra ser fielmente representada não somente na televisão, mas em todo o mercado de trabalho.

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“Eu acho que o essencial é a representatividade”, disse à Marie Claire. “Se eu não vejo, não existo. A partir do momento que temos mais personagens negros de destaque – seja no ambiente artístico, empresarial ou qualquer outro – as pessoas começam a se enxergar nesses papéis e sabem que podem chegar lá também”.

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Nesta entrevista, a atriz fala, além da questão racial, sobre relacionamento em tempo de aplicativo de paquera, e explica sua personagem na série “Desencontros”, na qual interpretou uma empresária.

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Marie Claire: Hoje, com uma carreira estabelecida no entretenimento, como encara ser vista como um exemplo para outras jovens negras que sonham em ser modelo ou atriz?

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Pathy DeJesus: Eu não consigo me visualizar tanto nessa posição, mas agradeço! Eu acho que o essencial é a representatividade. Se eu não vejo, não existo. A partir do momento que temos mais personagens negros de destaque – seja no ambiente artístico, empresarial ou qualquer outro – as pessoas começam a se enxergar de fato nesses papéis e sabem que podem chegar lá também. É por isso que, para mim, trabalhar nesse meio é tão importante; eu quero contar histórias relevantes, levar uma mensagem para o público, seja ela qual for. O ambiente artístico é um dos mais acessíveis à massa, então precisamos gerar bons conteúdos.

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Pathy Dejesus (Foto: Lu Prezia)

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MC: Ainda acha que falta muito para a população negra ser fielmente representada nas produções artísticas no Brasil?

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PJ: Sim, com certeza. Eu acho que ainda temos um longo caminho para percorrer no mercado de trabalho em si. É claro que hoje temos uma situação que caminha para o positivo, ainda não é o ideal, mas estamos batalhando para uma sociedade melhor. Vamos chegar lá, as novas gerações estão com o discurso mais afiado, elas vão pegar a nossa luta em outro nível e representar de outra forma, que também é necessária para que as mudanças aconteçam.

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MC: Como vai ser sua personagem em Desencontros?

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PJ: Eu faço uma empresária na trama, foi um papel que fiquei contente em fazer também, uma vez que vem na contramão de muito papel estereótipo que temos na dramaturgia. Sou a personagem que causa um dos desencontros entre o casal principal.

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MC: A série fala sobre relacionamento em uma era de aplicativos. Acha que atualmente é mais fácil se relacionar ou mais difícil?

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PJ: Eu acho que hoje temos um cenário muito ambivalente nesse sentido. Os aplicativos facilitam muito a nossa vida, não podemos negar, e tem pessoas que realmente conseguem se relacionar mais livremente por meio deles. Mas também abriu campo para muita coisa ruim, muita enganação e uma vida de mentirinha. Não uso muito aplicativos para relacionamento, porque gosto do contato pessoal.

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MC: Você já chegou a usar algum app?

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PJ: Eu não cheguei ainda a usar nenhum aplicativo, mas não teria problemas se me sentisse confortável para isso. Não utilizo porque não faz muito o meu estilo, mas se acontecer, também, sem neura nenhuma!

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MC: Recentemente você comentou que sua personagem em Rua Augusta foi um divisor de águas em sua carreira. De qual forma ela te empoderou?

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PJ: A Nicole foi um furacão na minha vida! Interpretar ela mexeu com várias questões, não só minhas, mas do público em geral. Durante o processo de criação da personagem e até durante as gravações nós tentamos dar uma forma mais humana a ela. Ou seja, ela é stripper, mas é uma pessoa normal. Ela chora, ri, sente dor, é amada… O que mais me impressionou na personagem foi a sua liberdade. Por ser uma mulher dona de si e muito solar é fácil para ela viver a vida que tem, mesmo que ocorra dúvidas no caminho. A Nicole é livre de preconceitos, seja ele qual for. Ela me ensinou a ter mais empatia.

 

 

 

 

 

 

 

 

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